Num primeiro momento, talvez seja difícil observar a
relação entre a obra A Origem das
Espécies, de Charles Darwin, e Curso
de Filosofia Positiva, de Augusto Comte. A obra do naturalista inglês
discorre sobre a evolução das espécies a partir das observações feitas durante
uma viagem, que durou cinco anos, a bordo do navio Beagle, que navegou pela
costa do Pacífico e da América do Sul. Já o filosofo francês foi responsável
pela criação uma nova corrente filosófica, o positivismo (sendo que, para se
chegar ao pensamento positivo, também era preciso passar por uma evolução de
estágios de construção de conhecimento, sendo o primeiro o teológico e o segundo,
metafísico), e também foi o precursor das ciências sociais. Mas qual a relação
entre ambos?
Para
Comte, o homem é produto do seu meio social. Para Darwin, o meio é agente
selecionador dos indivíduos mais aptos. Ou seja, tanto um quanto o outro consideram
o meio como protagonista das relações, sejam sociais ou naturais. Foi dessa
relação entre ambos que fez surgir a expressão darwinismo social. A divulgação dessa teoria serviu para justificar
o imperialismo europeu no século XIX.
O darwinismo social prega que as
sociedades evoluem de estágios inferiores para estágios superiores, nas quais
as organizações sociais são mais complexas. Dessa forma, era dever do “povo
civilizado” (nesse caso, os europeus) ocupar, dominar e explorar as regiões
“mais atrasadas” (África e Ásia), levando esses povos de “culturas primitivas”
ao desenvolvimento tecnológico, progresso e avanço social.
Certamente,
nem Comte nem Darwin imaginavam as consequências que suas teorias trariam. Mesmo
porque, ninguém ainda tinha consciência do como o capitalismo era capaz de
deturpar ideias brilhantes para sua consolidação e beneficio próprio.
Luiza Macedo Pedroso
1º ano de direito diurno
Introdução à Sociologia - aula 5