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domingo, 26 de junho de 2011

Xô, dogmatismos!


"A Sociologia é compreensiva" ( Max Weber)

Max, a partir de sua teoria sociológica, discerne fundamentalmente da escola Positivista, Marxista e ,até mesmo , da funcionalista de Durkheim.

Difere-se deste último , por exemplo , ao dizer que a atitude individual possui o mesmo peso da atitude coletiva. Porém , para Durkheim , a atitude coletiva é muito mais relevante. Visto pela teoria do "Fato social".

Uma notável característica da sociologia weberiana , é o fato de que os valores do pesquisador são considerados. Haja vista quando o próprio autor discorre que para a escolha de um tema específico em uma infinidade temas, já é um juízo de valor do pesquisador. Ademais, se os valores culturais fossem omitidos , a pesquisa ficaria sem sentido. Afinal , para pesquisar-se acerca de algo é necessária uma fé pessoal. De forma que está é formada a partir de um juízo de valor pessoal.

Outrossim , a teoria de Weber é considerada compreensitivista. Pelo fato de que as atitudes humanas precisam ser analisadas segundo determinados valores. Demais, o autor em questão foge do chamado "denominador comum". Ou seja, há alusão a Marx e à escola Positivista. Àquele pelo fato de que as interações sociais e suas consequências estão condicionadas a um "devir" econômico. Com efeito, qualquer ato é consequência da estrutura econômica. De maneira que a cultura fica, apenas, na super - estrutura.
Já a escola positivista pelo fato desta condicionar os eventos histórico culturais a leis abstratas. Ou seja, é uma ciência "sem pressupostos". Por conseguinte, a abstração não consegue atingir a realidade. Assim, Weber, expõe que a sua sociologia é uma ciência do cotidiano.Outrossim, Max Weber considera as relações causais, diferentemente de Comte.

Este último leva em questão , acima de tudo , a cultura. Por consequência, ele não abandona o materialismo marxista. Mas, não o utiliza como um dogma. Pegando um exemplo prático. O namorado mata a namorada , devido a uma traição. Particularmente, não enxergo uma visão econômica em tal fato. E Weber concordaria.

Ao cabo, poder-se-ia dizer também dos tipos ideias weberianos. Estes são ampliações de fatores unilaterais , mas, todos estes objetivamente possíveis. Ele foge do "dever- ser".No texto , fica muito claro a diferença entre tipos abstratos e generalizações abstratas. Esta última afasta-se da realidade. Aquela serve como forma de entender as especificidades dos fenômenos culturais. Haja vista o exemplo das trocas comerciais que o autor dá no texto.

Nome : João Vítor Dantas Alves. -- Noturno - 1° ano.
o ideal e o real

Max weber, em seu texto "a objetividade do conhecimento na ciência social e na ciência politica", defende o conceito de sociologia compreensiva. Já que a sociologia se trata de uma ciência empírica, na visão de weber, não é seu objetivo proporcionar "receitas" dadas por uma evolução determinada dos processos econômicos. Para ele a função essencial da sociologia é compreender o sentido das ações sociais, o porque dessas ações.

Como meio de análise e compreensão dos fatos sociais, o autor defende a comparação entre o tipo ideal e os fatos reais. O tipo ideal corresponde a uma construção abstrata de relações supostamente logicas e justificáveis, e assim, teoricamente possíveis, mas não existentes na realidade. Trata-se de uma Utopia, aquilo que o cristianismo deveria ser na visão do cientista, aquilo que a classe trabalhadora deveria representar. Assim, essas construções possuem alto valor para a investigação e análise se forem utilizados para comparar com a realidade. São ideias a partir das quais se julga a realidade.

A partir dessa óptica de comparação entre o ideal e a realidade é possível compreender muitas criticas feitas à teorias, como por exemplo ao socialismo. A teoria socialista parece muito correta e lógica quando pensada com o tipo ideal de proletariado, Trabalhadores unidos e conscientes que buscam acabar com a opressão social em prol do coletivo. Porém se comparada com a realidade, não há completa compatibilidade entre a classe trabalhadora ideal e real, e talvez por isso, não tenha se concretizado o socialismo cientifico.

Postagem relativa às postagens anteriores visando obtenção de nota final ainda que parcial.

aulas dos dias 17/03 e 24/03

Cartesianismo – Dúvidas, crenças e ciência como alicerces do Racionalismo moderno

René Descartes certamente estava à frente de seu tempo. Isso porque fora estudioso de diversas áreas e se encontrou enfim como grande pensador e filósofo, ainda que talvez de forma não proposital. Mesmo sendo um convicto crente e temeroso a Deus, ele pregava a razão como o real caminho para a verdade. Tendo ele estudado diversas áreas diferentes viu-se frustrado pela obscuridade dos métodos sobre as quais essas ciências se fundamentavam, então, como declarado em sua obra “O discurso do método”, propôs uma análise da realidade por meio da razão ao invés da imaginação e dos sentidos, esses últimos mais perigosos porque é difícil por algo que se sente na pele em dúvida, mas devemos lembrar, como exemplo, de que algo que vemos ou que sentimos o cheiro de forma agradável não o é, ou pode não sê-lo, para outrem.

Ainda para Descartes seria a dúvida a melhor ferramenta que a razão pode nos proporcionar para averiguarmos a veracidade de dados, isso porque ao se por algo em dúvida exporíamos eventuais equívocos e/ou erros em sua afirmação, sendo então possível analisar sua validade. Entretanto por desenvolver seus princípios baseados no mundo cognitivo, dá espaço para inverdades e absurdos, e ele nos alerta sobre isso, principalmente em relação às dúvidas. Seria então necessário o predomínio do bom senso mesmo diante da razão, já que o cuidado em busca da neutralidade de análise é, portanto indispensável se o objetivo é a verdade pura, ainda que o conceito de verdade seja altamente subjetivo.

Por fim, Descarte mesmo buscando por meio do racionalismo do pensamento a concretização de uma ciência mais objetiva não abandona se quer por um momento a ideia da existência de uma Força Maior, Deus, e tem Este sempre como referencial último do conhecimento...

aula do dia 31/03

Francis Bacon - Os avanços do homem fundamentados na objetividade de seus atos

Bacon em seus ideais confronta a clareza científica com a fantasia de pensamentos estruturados sobre devaneios advindos do conhecimento e da capacidade contemplativa da cognição humana, sendo que esses últimos são próprios da filosofia tradicional, que possui como paradigma a antecipação da mente aos fatos da realidade.

Assim Bacon se torna um dos propagadores do empirismo e também dos conceitos básicos do positivismo, que encontrará como expoente e principal difusor Augusto Comte. Ele ainda nos alerta que mesmo por meio da observação, análise e experimentação, o nosso veredicto pode ainda ser influenciado por nosso meio e por nossos ídolos, sendo assim muito difícil estarmos realmente dispostos a praticar a ciência pela ciência, já que interferências devem estar sempre presentes mesmo que não seja possível reconhece-las.

Enfim Francis Bacon mostra-se influente ainda hodiernamente, já que prega que o pensamento, bem como a ciência em si, deve ser útil, senão não há motivo real de haver. Essa utilidade não visa somente o desenvolvimento do homem, que deve ser o foco principal de nossos esforços intelectuais, mas também a lucratividade, ficando clara a influencia do capitalismo sobre os pensamentos de Bacon, isso porque só as pesquisas científicas que retornarem lucros receberão investimentos, e somente as que receberem investimentos estarão aptas a desenvolver sua plenitude.

Aulas dos dias 07/04 e 14/04

Análise do Filme "Ponto de mutação"

No filme “Ponto de Mutação”, baseado na obra escrita de mesmo nome de Fritjof Capra, é apresentada uma discussão filosófica entre um político, uma cientista e um poeta, que discorrem sobre o comportamento da sociedade contemporânea. São abordados temas diversos, tal como o comportamento e o pensamento objetivado dos políticos em geral, que até mesmo pela busca de resultados reais dividem os casos que devem ser tratados, no entanto essa fragmentação não reflete as necessidades reais da humanidade como um todo. Não há somente uma crítica negativa quanto a esse ponto, mas sim uma abordagem dos dois lados das consequências desse tipo de atitude, leva-se em conta de que essa é o modo de governo que tende a trazer uma maior dinâmica no caminhar da humanidade, contudo esse é o mesmo fato que pode ser visto de maneira negativa, já que é esse ideal de se querer conseguir resultados rápidos que faz com que deixemos passar despercebidos fatos que podem trazer consequências indesejáveis no futuro.

Há ainda no filme uma análise das diretrizes da ciência, que por vezes tem se mostrado mais prejudicial do que benéfica ao homem. Isso porque ao invés de ser utilizada para o desenvolvimento do ser humano como deveria de fato ser, visto que ela não passa de um mero instrumento para tal fim, tem sido ela uma das principais contribuintes para o provável extermínio das formas de vida hoje conhecidas.

Tem-se afinal a proposta de uma idéia já batida, mas dificilmente alcançada, a idéia de equilíbrio. Equilíbrio que deve existir entre valores e atitudes, entre a humanidade e o meio em que se encontra, entre nossos pensamentos e sua exteriorização. Pois só assim haverá a possibilidade de se poder contar com alguma perspectiva agradável de futuro.

Aulas dos dias 21//04 e 28/04

O positivismo de Augusto Comte

Augusto Comte na sua teoria social do Positivismo tem como um de seus principais alicerces a ideia de progresso, que é tida geralmente como subjetiva e possuidora de significados diversos. Entretanto o progresso para Comte estava bem definido, o progresso consistia basicamente na busca de um futuro melhor por meio da razão, um futuro sem atrito entre classes sociais, onde cada indivíduo se colocaria em seu lugar a fim de desempenhar seu papel com maestria e assim constituir uma sociedade harmônica.

Apesar de parecer talvez um pouco paradoxal, o Estado positivo deveria ter como sua principal característica a união de todos visando o bem estar geral, ou seja, ele seria solidificado por meio da solidariedade, solidariedade essa não relacionada a filantropia, mas sim na simples unidade de valores e ideais. Isso porque somente um Estado que possua uma ordem interna pode avançar sem contratempos em direção ao progresso. Assim vê-se que nesse ponto o positivismo se opõe ao liberalismo, já que este último vê a busca pela ascensão social como fator benéfico para a economia e consequentemente para o país, já Comte vai contra a mudança de função das células sociais, isso porque a desordem vai contra o progresso.

Para concluir podemos dizer que o ideal positivista mesmo que muito criticado e até mesmo posto em crise, é inegavelmente eficiente, se o que se busca é uma “evolução”, leia-se mudanças, principalmente no que se tem no setor econômico. Sacrifica-se por meio dele, como já é previsto, conjecturas individuais em prol da sociedade como um todo, isso porque a humanidade é tratada como um órgão único e suas células não são vistas individualmente. Entretanto esquece-se que cada ser humano é ímpar, e assim sendo, possuí vontades e necessidades individuais. Por fim nos cabe apenas discorrer sobre o assunto vendo se é ou não sua aplicabilidade nos meios sociais em que vivemos.

Postagem de
Lucas Takahashi Tashiro
1º ano - Unesp - Direito Diurno

Weber, Materialismo histórico e homossexualidade.

Max Weber produz uma crítica ferrenha ao método adotado por Karl Marx para a explicação de fenômenos sociais.

Para ele, reduzir a sociologia ao estudo de acontecimentos econômicos na História, é utilizar de um preconceito obsoleto. Weber acrescenta ainda, que a "concepção materialista da história" só subsiste nas mentes de leigos ou diletantes (entusiastas, pessoas apaixonadas pelo assunto). Esse texto foi escrito no início do século XX, mas o "preconceito obsoleto", ao qual Weber faz referência, esteve presente na revolução comunista chinesa, que reduziu a homossexualidade a uma perversão capitalista.

Quando da criação da República Popular da China em 1949, a homossexualidade tornou-se ilegal. O regime comunista perseguiu duramente os homossexuais, especialmente durante a Revolução Cultural. Os líderes comunistas chineses consideravam a homossexualidade uma prática contra a revolução que devia ser eliminada da sociedade. Embora não houvesse uma lei específica que enquadrasse a homossexualidade como um crime, os acusados de práticas homossexuais eram
condenados a penas severas, incluindo a pena de morte. A homofobia do regime também foi imposta pelas políticas sociais de casamentos forçados.

Ou seja, os comunistas, em 1949, continuavam empregando o materialismo histórico para analisar os fatos sociais, como um dogma, uma verdade que engloba tudo que acontece na sociedade, inclusive a questão homossexual.

Por incrível que pareça, esse tipo de análise se perpetua até nos dias atuais. Na internet, há vários textos dizendo que os homossexuais seriam consumidores perfeitos, e que o incentivo a tal prática sexual estaria na agenda capitalista, tal qual o aborto.

Esse pensamento é baseado na estatística de que consumidores homossexuais consomem cerca de 30% mais que heterossexuais. Bastou esse número, para que os leigos e diletantes se apegassem à questão econômica para explicar o avanço da população homossexual, deixando de lado outros fatos importantes como a liberdade e o enfraquecimento da influência das religiões sobre as pessoas.

Weber criticou o método de Marx há 100 anos atrás e continua completamente atual. O marxismo é uma teoria encantadora para nós, estudantes das Ciências Humanas. Talvez tenhamos que nos policiar para que nosso pensamento não seja dirigido a enxergar tudo como causa econômica. Uma de nossas obrigações enquanto profissionais do Direito é que nossa visão acerca dos problemas sociais seja muito mais ampla.


Fonte das estatísticas: empresas e CENSO GLS – Instituto de Pesquisa e Cultura GLS (www.censogls.com.br)

Luiz Antônio Dias de Azevedo Júnior - 1 ano Direito Noturno.

O Método da Dúvida

René Descartes construiu com seu método a base da ciência moderna. Revolucionando a ciência e a filosofia de sua época, refutou todo e qualquer “conhecimento sobrenatural” e seu método baseou-se, sobretudo, na razão.

Um dos principais pontos do seu método estava na desconfiança. Era necessário desconfiar de tudo que o pudesse afastar da razão. Para Descartes era preciso esgotar todos os recursos que pudessem tornar a idéia ou o conceito a ser apreendido como falso, para assim ter clara a idéia de que o que se estava a analisar era verdadeiro ou não. Em outras palavras, o filósofo buscava a verdade, agindo exatamente ao contrário, falseando tudo que pudesse gerar dúvidas, ficando apenas com o incontestável.

Para se conseguir sempre utilizar da razão, Descartes utilizou como base a clareza com que se podia enxergar/entender as coisas, como por exemplo, em sua máxima “penso, logo existo”, como não tinha outra forma de entendê-la como verdadeira senão apenas o fato de que o via com clareza. Segue daí também a dificuldade de se distinguir aquilo que é claro e verdadeiro, sendo necessário sempre se analisar com base na razão.

Descartes deixa claro a partir disso que não se deve confundir a razão com os nosso sentidos ou imaginação, utilizando-se do exemplo de que podemos enxergar e perceber claramente o sol quando o vemos no céu, mas nem por isso devemos presumir que o seu tamanho seja aquele. Além disso, embora Descartes seja um filósofo inovador tentando basear sua ciência apenas na razão, sempre também acreditou em um Deus – o ser perfeito. Neste diapasão, podemos dizer também que se trata de uma ciência que unia a fé e a razão, apesar de se dar um grande salto com relação às filosofias antigas.

Por fim, Descartes mostrou como a ciência deve agir ao bem geral dos homens, servindo como base na dominação da natureza utilizando-se do conhecimento, servindo seu legado como aprendizado até hoje.

Serviço de Utilidade Científica

O método baconiano é bastante parecido com o cartesiano. Há que se ter, na analise científica, clareza nas idéias e sempre buscar o alcance exato do sentido, rejeitando a ciência que se baseia apenas no exercício da mente.

Nesse sentido, Francis Bacon critica duramente a filosofia grega por ter pouca ação funcional. Para o autor, não houve contribuição efetiva para melhorar a condição humana. Neste mesmo caminho, a filosofia e a ciência até então podiam ser consideradas inúteis , já que as descobertas não tinham utilidade prática ao bem estar do homem.

Além disso, o método de Bacon tinha como base “reemprender-se a cura da mente”, ou seja, a cura da mente ajustando-a por mecanismos da experiência. As ciências até então não tinham um método, tampouco dispunham de artifícios para inovação, sendo que o objetivo da ciência moderna é criar NOVOS dispositivos para incrementar a vida humana.

Outra semelhança entre Bacon e Descartes é em relação a existência de um Deus. Para ambos existe um Deus perfeito e distante da mediocridade humana, sendo que a verdadeira ciência atua como representação das reais interpretações divinas.

Para Francis Bacon existem, ainda dois tipos de ciência. A que o autor propõe é a das descobertas científicas por meio de experimentações. O outro tipo se baseia na interpretação, igualmente à filosofia tradicional. Este método leva ao que Bacon chamou de antecipação da mente, cujo resultado é o senso comum.

Além disso, há também a necessidade de se ir além daquilo que se observa. O tal mecanismo de experimentação mencionado deve ir além daquilo que é visível ao homem ou perceptível aos sentidos, e a ciência deve estar a bem da humanidade e ter uma função, já que por meio dela o homem consegue dominar a natureza e melhorar a condição humana.

O Método "Ideal"

A ação social é determinada por um sentido e movida por valores, sendo que a função essencial da sociologia é a compreensão do sentido desta ação.

Weber critica a concepção materialista da história e sua característica dogmática. Para o autor, não se deve bastar de uma análise superficial da economia intervindo na sociedade e a determinando, e se satisfazer com essa explicação. Ele alerta ainda que é necessário repelir este conceito enquanto concepção de mundo para não se acomodar com o mesmo, tendendo a não aprofundá-lo, pois em alguns aspectos, o marxismo acaba por criar dogmas para serem universalmente aceitos, mesmo sem ter uma comprovação prática ou válida.

O autor também se utiliza do conceito de objeto sócio-econômico, no qual, a qualidade de “econômico” está ligado à necessidade da subsistência humana. Assim, para Weber, o objeto sócio-econômico é aquele que possui tal característica econômica (condicionamento econômico) e que tenha certa relevância econômica-social.

No que concerne à ação social do indivíduo, Weber classificou em quatro tipos: Ação racional com um objetivo, Ação racional com relação a um valor, Ação afetiva ou emocional e Ação tradicional (apoiada em hábitos e costumes). Desse modo, embora haja uma grande subjetividade neste juízo de valor, alguns valores sociais permanecem como paradigma social, coordenando as ações sociais até certo ponto.

Em uma análise sociológica, Weber critica o uso de “leis”, sobretudo as generalizantes, para conclusão do estudo de uma sociedade, principalmente pelo fato de que agindo dessa maneira, se perderá a análise da causa da ação individual e consequentemente a compreensão dos acontecimentos sócio-culturais. Para Weber as “Leis” são meios e não fins de uma análise sociológica.

Finalmente, tratando do “Tipo Ideal” de Weber, que é uma ferramenta metodológica para análise, seu conceito é basicamente uma acentuação de uma característica do objeto/ação analisada, de caráter utópico e não real (não é o padrão a ser atingido), para servir de análise comparativa e empírica com os fatos reais.

Expansão Constante de Marx

Um verdadeiro manifesto, diga se de passagem. O escrito de Marx, intitulado “manifesto comunista”, é uma fervorosa crítica e analise da sociedade daquele tempo, junto ainda com uma mensagem ao proletariado e aos comunistas para a união em uma futura luta.

Todavia, o texto é uma exposição detalhada da opinião marxista sobre revolução industrial, capitalismo, luta de classes e expansionismo.

Um dos pontos mais aprofundados se dá sobre essa máquina desgovernada chamada “capitalismo industrial”. Na opinião do autor, ela age como se fosse um trem descontrolado, nem a própria burguesia, criadora da criatura, consegue controla-la, quanto mais freá-la. Após nascer, ela irá rumar sozinha, em um árduo movimento expansionista, que por fim irá englobar todo o mundo, em todos os aspectos, contaminará todas as pessoas, penetrará dentro de todas as relações, moldando-as a sua forma.

Mas porque isto ocorre, dentro de um ver mais genérico, seria a própria forma econômica do capitalismo a culpada. Posteriormente a industrialização, a economia entra em um processo extremamente expansionista, já que a produção também se expande. Uma nova época é fundada, onde a superprodução agora é o problema, não mais a falta. As relações de trocas têm que sempre estarem aumentando. A produção aumenta, independentemente de haver ou não mercado para absorver, isto é impulsionado pela ferrenha concorrência. Mais e mais produtos são feitos, em maiores quantidades e mais rápidos.

Nesse contexto, de constante crescimento da produção, a expansão econômica, também constante, é a única solução. Buscar novos mercados, explorar ao extremo antigos, tornasse essencial para a continuidade da economia. Assim, a própria fundadora do capitalismo industrial, a burguesia, vira refém da própria criação. Nem ela mesma consegue controlar esse movimento.

É onde se encontra um dos grandes problemas para Marx. O capitalismo industrial não se contenta em apenas produzir, vender e lucrar; ele vai além, ele tem que expandir, aumentar, sempre. Só quando cresce é que se entende que tudo vai bem. Então, por conseqüência dessa desesperada alçada para maior, ele vai degradando tudo o que se encontra pelo caminho. Os trabalhadores são levados cada vez mais ao extremo, os mercados são inundados mais e mais com produtos, as propagandas tentam convencer a todo custo o consumo, buscam-se novos mercados, mesmo que para isso tenha de haver guerras, a natureza é devastada de modo predatório, em ritmo acelerado, as relações humanas passam a ser simples peças dentro do sistema, etc.

O “monstro” passa a se guiar sozinho, sem freio, sem controle, em uma ação que não há mais volta. Tragando tudo em volta.

Marx não enxerga um fim para isto, será constante, é uma característica da nova fase econômica e produtiva da humanidade. Crescerá até onde a própria barreira física deixar, e quando não puder mais fazer isto, todo o sistema entrará em colapso.