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sexta-feira, 24 de junho de 2022

Os movimentos sociais em uma perspectiva weberiana.

 Nas obras do poeta Allen Ginsberg, sobretudo durante os anos 60 nos Estados Unidos, bem como nas músicas de Bob Dylan e outros expoentes da época, é possível observar uma mudança de paradigma que marcou esses anos. 

Anteriormente, nos anos 50, a cultura era pautada por valores sobremaneira conservadores e tradicionais, como se vê no início da banda The Beatles, a qual originou-se com roupas sóbrias e clássicas, como ternos pretos, e, posteriormente, nos anos 60 e 70, começou a utilizar figurinos mais coloridos e repletos de elementos psicodélicos. 


O historiador Hugo von Hofmannsthal dizia: "Nada está na realidade política de um país se não estiver primeiro na sua literatura". Pode-se substituir, sem prejuízo do sentido que o autor quis transmitir, a palavra "literatura" por "cultura". Nesse sentido, em uma perspectiva de Max Weber, que apresenta a realidade social e ação social em uma maneira objetivamente científica, é possível perceber que os movimentos sociais que se tornaram efervescentes, principalmente na experiência estadunidense, durante os anos 60 e 70, se derivaram de um longo período de instauração cultural baseada em valores novos, contrários ao conservadorismo. Na época, essa tomada cultural foi chamada de "contracultura", justamente por ir contra a cultura vigente. 


Portanto, Max Weber revela que a ciência sociológica consegue transcorrer as experiências com um aparato científico e metodológico, como ele também mostrou em sua análise da economia americana em relação ao protestantismo. 


Cauan Eduardo Elias Schettini - Turma XXXIX - Direito matutino


Visão weberiana

 

Para Weber a sociologia é “Uma ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la em seu curso e seus efeitos”, bem como a compreensão dos valores movem a ação dos indivíduos. Desse modo o indivíduo ocupa lugar central na análise weberiana, em que a compreensão da sociologia deve levar em conta, que mesmo quando se trata de analisar entes coletivos o foco se mantém na ação dos indivíduos. Desse modo se difere de Durkheim, ao considerar que são às ações individuais que devem ser estudadas e não os fatos sociais reincidentes. Contudo a multiplicidade de conexões se funde resultando na cultura.

A ação social ou “condução da vida” deve ser sempre orientada em relação ao outro, desse modo a ação social relacionada ao outro faz com que se dê a relação social. A ação social é determinada por uma mobilização de valores, o que implica no fato de o “indivíduo decidir com sua própria consciência e cosmovisão pessoal”. Sendo assim a ação social representa a incidência de estímulos externos sobre o modo de conduzir a vida, surgindo assim um cenário de instabilidade permanente em que se faz importante a legitimidade que se caracteriza como a aceitação diante da dominação; a dominação pode se apresentar de modos distintos a exemplo da dominação legal que se dá através dos meios legais, a dominação tradicional que se justifica pela tradição e a dominação carismática que é exercida através de indivíduos carismáticos.

 Weber vê o capitalismo como ideal o qual promove a racionalização do trabalho e do dinheiro, sustentado pela prosperidade e capacidade de gerar dinheiro. A vida política e social tende a se equilibrar nas garantias oferecidas pela legitimidade, considerando que todos procuram despertar e cultivar a crença em sua legitimidade. Nesse sentido o direito é visto como expressão da racionalização do poder e da dominação.


Clara Letícia Zamparo 

Direito 1° ano - Matutino