No filme “Ponto de Mutação”, os atores expõem uma visão crítica do pensamento mecanicista proposto por Descartes. Este enxerga o mundo, as pessoas, a natureza, entre outros; como uma máquina. Esta lógica foi muito útil à humanidade por alguns séculos seguidos a Descartes, sendo uma das responsáveis por grande parte da evolução científica. Entretanto, devido a suas limitações no contexto contemporâneo, ela acaba por levar a um modo mecanicista exagerado de conduzir as coisas; que por fim, causa inúmeros problemas a sociedade. Ver sempre isoladamente as coisas do mundo leva ao homem nunca conseguir enxergar onde realmente estão os problemas, por exemplo. Na opinião dos atores, acontece um erro de percepção; devido a tudo estar conectado, a melhor forma de resolver os problemas, seria analisá-los e resolvê-los, enxergando-os como parte de um sistema maior. Cabe também priorizar a forma prevencionista, e não a intervencionista, como ocorre atualmente. O modo cartesiano de conduzir a sociedade está ultrapassado, deveria ser substituído por um que entedesse que tudo no mundo está conectado.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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domingo, 10 de abril de 2011
Ponto de Encontro
Confronto das visões
Assim mostram-se os lados positivos e negativos de cada teoria, ficando a critério de quem asssiste o filme qual teoria tende mais a sua aceitação.
É importante também lembrar que o filme deixa bem claro que na verdade somos um conjunto de probabilidades, das quais todos fazemos parte, onde, assim como os elétrons temos uma tendência(ou maior probabilidade) de tais opiniões dependendo do grupo em que estamos, mas não obrigatoriamente seguimos essas porcentagens.
Assim se faz com que se reflita se realmente fazemos nossos caminhos por nós mesmo ou se apenas vamos com a corrente de pensamento já quase que pré-determinada por o sistema.
Devaneios
A busca da verdade e a superação humana
Esse livro, bem representado pelo filme, nos traz um diálogo entre 3 personagens: um político, um poeta e uma cientista. E nesse diálogo, percebemos uma comparação de Capra entre as maneiras como a Ciência procura explicar os acontecimentos que nos rodeiam, diante do momento em que vivemos.
Para tanto, ele procura comparar o pensamento racional de Descartes, o modelo dedutivo, difundido no séc. XVI, com o modelo atual, sistêmico, numa tentativa de mostrar que o homem é um ser em constante mudança. O primeiro modelo, por exemplo, baseia-se no "dividir para conquistar" enquanto o segundo, analisa o todo como algo indivisível.
Assim, diante das dificuldades, o homem vai procurar meios de se superar para encontrar as respostas. Ele procura maneiras de mudar o modelo de estudo quando o atual método de análise utilizado não é mais suficiente.
É a busca da verdade através da superação humana. E isso ocorre, geralmente, num momento em que as adversidades tendem a impedir o homem de atingir seus objetivos. É aí que surge o ponto de mutação, de mudança, em que o homem cria novas maneiras de analisar a Ciência diante das dificuldades que o afetam.
Portanto, nesse filme, percebemos a temática do ponto de mutação diante dos problemas atuais que nos cercam como a questão do meio ambiente atrelada ao desenvolvimento econômico. E é diante dessa questão, por exemplo, que Capra propõe a sua análise sobre os caminhos a seguir pela Ciência.
O homem e o pó da terra.
Em “Ponto de mutação” é posto em pauta o pensamento cartesiano e o novo modelos de pensamento do século XX. Descartes desenvolve seu método na partição, estudando cada etapa para enfim conhecer o todo. Já o método ulterior, vê o todo como indivisível, ou seja, estudar cada parte separadamente não leva a uma compreensão real do organismo.
Tomando por base essa nova maneira de buscar as verdades, concluímos ser impossível dissociar os sistemas sociais, econômicos, políticos etc. O homem é gerado em meio à interconexões, e por isso não é plausível cultivar a individualidade e manter-se fechado à natureza.
Dessa maneira, apreendemos que o processo de desenvolvimento da sustentabilidade parte da analise dos meios, os processos que levaram os sistemas a serem o que são e a natureza a chegar onde está. O estudo do homem unido ao conhecimento da matéria gera o equilíbrio das ciências e forças.
Conflito entre ideias
Visão sistêmica X Visão cartesiana.
O político, o qual logo de inicio percebemos seu posicionamento ao relatar que ' não e difícil governar e sim inútil'.
O poeta, profissionalmente alguém esquecido ou não midiático, conselheiro e amigo do primeiro.
A cientista, com problemas de relacionamento com a filha, e que abandonou sua profissão e vive frustrada em função do rumo a que tomou suas descobertas.Esta ultima se mostra muito sábia e convicta de seus conhecimentos sendo ela, por todo o filme, a condutora ou a inquisitora nas discussões.
Estas por sua vez ganham forma através de diversas metáforas colocadas ao longo do filme, para ilustrar o tema recorrente que é a dicotomia entre a visão cartesiana e a visão sistêmica.
Ao falarem de um átomo, questionaram-se sobre a pequenez do ser e ao mesmo tempo a complexidade das relações que se estabelecem entre as pessoas.Concluem que só a essência é capaz de determinar a real forma do Homem. Trataram também da música ( nota-acorde-melodia) e de um relógio (grandes e pequenas engrenagens) como parte e como o todo. Mas, a observação da árvore foi a conclusiva. Diante da qual os cartesianos somente a dissecariam, ao passo que os sistêmicos avaliariam a sazonalidade, seus ciclos pertencentes e portanto a teia de relações.
Os estereótipos das personagens ao longo do filme são desmistificados e há um amadurecimento e mudança de visão das mesmas.
Visões e Necessidades
O filme Ponto de Mutação trata exatamente disso: O diálogo entre uma cientista, um político e um poeta sobre os rumos da política e da ciência no mundo, como eles ainda seguem uma linha de pensamento antiga, mecanicista, e sobre a necessidade de uma mudança na atual perspectiva.
Assim como nos mostra o caso de Pasteur, essas mudanças de perspectiva não surgem espontaneamente, são fruto de uma necessidade humana que não pode ser suprida pelo paradigma anterior. Em 1862, a demanda de se conservar alimentos mais eficientemente e de se esterilizar equipamento médico foram a necessidade propulsora. No filme, a incapacidade dos seres humanos de resolver problemas como a fome, o aquecimento global, a divida dos países de terceiro mundo e a crise de super-população com o atual paradigma, seria o que impulsionaria uma nova perspectiva a se tornar consenso, uma perspectiva que não analisaria os problemas desconstruindo-os pedaço por pedaço, mas sim, analisando as relações estabelecidas em torno desse problema e mesmo dentro dele, a teoria holística.
O filme prossegue discorrendo sobre como essa mudança de visão poderia afetar nosso mundo, e como a antiga visão já não é adequada em muitos casos, por exemplo: A postura intervencionista do governo em detrimento da prevenção (distribui contraceptivos e não considera que o fator que mais diminui os níveis de natalidade é o desenvolvimento social), a postura atual da medicina, que hoje tem tratamentos eficientes, complexos e caros, mas ainda não dá uma atenção suficiente à boa alimentação da população, etc. O argumento é convincente, coerente e inspirador, porém, vale lembrar também que mesmo paradigmas coerentes e consistentes como a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, deram vida à aberrações interpretativas como o Darwinismo Social, mas que, com a devida cautela, essa nova perspectiva pode vir a ajudar e muito nossa sociedade.
O Mundo Interligado
o ponto do despertar
Os filósofos do século XVIII foram citados, a exemplo de Descartes e Newton, por serem representantes de uma forma de conceber a ciência dentro dos princípios e valores mecanicistas. Certamente essa contribuição que na época foi um grande salto para interpretar o mundo para além do misticismo e dogmas do passado medieval, hoje já está superada. Como forma de explicar o mundo naquela época, foi utilizada a metáfora da visão do mundo como um grande relógio perfeito como exemplo. Para entender esse mundo bastaria decompor as suas partes para que fosse percebido o todo.
O filme esboça a idéia de uma nova percepção científica denominada de Teoria dos Sistemas, segundo a qual todos os seres vivos, estão integrados através de sistemas sociais e por ecossistemas. Essa visão holística integra as partes com o todo e permite que sejam feitas as interconexões existentes entre a VIDA e as MATÉRIAS.
É preciso que o mundo seja pensado como processos integrados e não como estruturas. O pensamento cartesiano elabora a sua percepção mecanicamente. A metáfora do relógio perfeito já não serve mais para analisar os padrões globais complexos do mundo contemporâneo.
Com a mudança radical dos ideais e valores da humanidade, poderemos promover o avanço de um novo padrão de ciência que proponha a efetiva resolução de parte dos problemas da humanidade sem criar outros muito mais nocivos. Somente assim, a ciência alcançará um patamar ético aceitável para a convivência entre homem e natureza, entre a vida e a sua reprodução saudável. Um salto de qualidade, um “Ponto de Mutação”.
Conexão
Assistir ao filme "Ponto de mutação" foi particpar de uma roda de conversa em um belo lugar, no Monte Saint Michael, na França.O diálogo é entre uma cientista, um político e um poeta, todos cidadãos norte-americanos, mas que foram para a França pois sentiram a necessidade de reverem suas vidas. Cada um possuia opniões e formar de pensamentos divergente, o que torna a discussão deles muito interessante, já que eles analisam todos os lados de uma mesma situação.
Ciência específica com visão geral
Visão ecossistêmica
Crise de percepção
Mudança de paradigma
O filme ponto de mutação trata de uma análise sobre a história humana e uma síntese que essa analise causa no mundo atual. Há, no filme, um dialogo entre uma Cientista formada em Física moderna, um poeta e um político.
Apresenta-se, no decorrer do filme, o ponto de vista de cada um das personagens. Inicia-se a discussão com a visão do homem acerca da natureza, a partir da teoria mecanicista de Descartes. Posteriormente, contrapõe-se a essa teoria argumentos que demonstram que a natureza não pode ser desmontada, estudada e totalmente dominada, como afirmava a teoria mecanicista. Corrobora-se o argumento da invalidade desta com a imprevisibilidade da natureza e, por conseqüência, dos seus fenômenos.
Além disso, discorre, ainda, sobre física quântica mo que concerne ao conceito de matéria, da dualidade partícula-onda, isto é, do caráter ondulatório ou corpuscular da radiação e do Princípio da Incerteza de Heisenberg.
Já no que tange ao plano político, discorre sobre a degradação do meio ambiente, da fome e do sistema capitalista, partindo-se de uma análise histórica da política e de outras ciências sociais.
Por fim, obra trata de uma grande síntese atual do conhecimento humano em diversos ramos do conhecimento. Verifica-se, pois, a conseqüência da evolução humana e cientifica, resultando na destruição do meio ambiente.
E, por fim, conclui-se que nenhum homem é um ponto isolado. É imprescindível a existência de uma sinergia entre os homens e entre o homem e a natureza.
A cientista, indagada sobre a bomba atômica, se mostra ressentida, já que nesse caso a ciência fora usada para destruir várias vidas, o que comprovou sua crítica ao mecanicismo dos estudos do homem e da natureza.
É discutido, no filme, as dimensões que a ciência pode tomar no dia-a-dia do homem, a nossa relação com o universo e as noções de dimensão, por exemplo, do átomo.
Por fim,vimos que um único objeto pode ter vários pontos de vista. Uma árvore é muito mais que que seu aparente tronco, folhas e galhos, visto sob uma perspectiva mais subjetiva e filosófica.
Ponto de Mutação é um filme que nos leva a pensar sobre as discussões do mundo a nossa volta, da divergência cultural em que vivemos e como é possível, perante uma discussão saudável, correlacionar e abrajer conhecimentos a todo momento.
Interligar é preciso
Pluralidade de ideias
É tratado no filme assuntos atuais como a visão do homem acerca da natureza, a cientista cita a visão mecanicista da natureza difundida por Descartes e defende que o mundo mudou e essa teoria não seria mais válida. Ela afirma que a natureza é uma máquina viva e não mecânica como um relógio, diferente deste ela não pode ser desmontada, estudada e totalmente dominada como dizia Descartes.
É necessário ao homem entender que a natureza não é totalmente previsível e que seus fenômenos não podem ser totalmente desvendados. O homem é submisso às suas leis e não o contrário. Atualmente vê-se uma grande quantidade de sismógrafos e outras tecnologias tentando prever acontecimentos catastróficos, mesmo assim vê-se muitas vezes o homem pego de surpresa ou suspendendo alertas antes dados.
A cientista defende que ver o mundo como máquina é nocivo pois ele não pode ser sempre concertado e previsto, há particularidades nele que não podem ser conhecidas e nossas atitudes possuem uma consequência direta sobre as mesmas. Sendo assim, nossas ações contra a natureza repercurtirão sempre em nós próprios, os principais beneficiados ou prejudicados.
Em um momento do filme há a indagação: "Crianças devem passar fome para que possamos pagar a dívida externa?" . Os personagens chegam à conclusão que na prática é isso que acontece, o Brasil é citado para demonstrar como muitaz vezes explora-se erroneamente as riquezas e população do país para arcar com prejuízos anteriores causados pela mesma concepção errônea, defendida por Bacon, de que a natureza deveria ser caçada e posta para trabalhar a favor do homem. O orgão Sindipetro-RJ publicou o seguinte:
"Acreditava-se que a natureza tinha poder ilimitado de depuração e regeneração. Que podia digerir todas as agressões humanas. E que as descobertas da ciência corrigiriam possíveis danos.
Mas o que observamos? Incêndios, florestas devastadas, rios assoreados e poluídos e espécies em extinção. Sobreviverá o homem? Ou desaparecerá, também, vítima de sua própria depredação?
Segundo a União Internacional pela Conservação da Natureza, existem cerca de 5 mil espécies em extinção, muitas das quais com habitat em nosso país. O direito à vida humana é, por extensão, o direito à vida de todas as espécies no planeta. O respeito à biodiversidade (variedade de espécies vivas existentes no planeta) é uma questão de sobrevivência. ".
O filme mostra que é preciso mudar tudo de uma vez só. O personagem do político em determinado momento dúvida das reais dimensões dos problemas da natureza, ele defende a teoria de que a natureza possui um processo de auto-cura. Algumas dessas teorias, ainda hoje, afirmam que todos esses desastres naturais já aconteciam porém hoje têm-se acesso devido à globalização mundial.Mas pode-se perceber que quanto mais o homem toma atitudes contra a natureza mais a sua fúria aparece, e creio que a globalização não explica tal processo.
Durante a obra percebe-se que muitas vezes física e poesia se confundem, mostrando a impossibilidade de apenas uma visão de mundo.Sendo assim, pode-se abstrair do filme que o mundo está em constante mudança e deve-se ter a mente aberta para novas teorias e ideias acerca do mesmo. Afinal, são necessárias mudanças rápidas nas atitudes para que possa se contornar os grandes problemas mundiais.
Danielle Tavares- 1 º noturno
A cientista, ex-cidadã americana, estava descontente com os rumos da ciência. Ela dedicou anos de pesquisa em micro-lasers, que poderiam sintetizar as células e representar a cura de muitas doenças, como o câncer. Não obstante, sua pesquisa foi utilizada no projeto americano Guerra nas Estrelas. Por esse motivo, ela se isolou em busca de fuga para sua alma.
Junto dela, o ex-candidato a presidente, frustrado com o fracasso de sua campanha, e o poeta, desiludido com o fim de seu casamento, procuram encontrar uma nova visão de mundo.
A conclusão que os três alcançam é que, em contrapartida aos seus estados psicológicos atuais, nenhum homem é um ponto isolado; ninguém sustenta-se sozinho. O âmago da natureza humana é a integração, a vida em conjunto. O homem isolado é escravo de si mesmo.
A Compreensão do Todo
Das teorias sobre a vida
Ponto de Mutação é um filme que explora o pensamento filosófico, e como ele se conecta com as relações humanas. A discussão se inicia efetivamente quando os personagens Jack, Thomas e Sonia se encontram.
Sonia, ex-cientista, condena a visao mecanicista dos homens, que encaram a natureza como uma máquina, que pode ser desmontada em partes menores, fáceis de serem analisadas, para ser então compreendida mais facilmente quando for analisada como um todo.
Essa é a visao cartesiana, adotada, segundo ela, pela maioria dos politicos, como Jack, uma visao fragmentária, ineficaz para se resolver os problemas atuais, já que a sociedade há muito vem se transformando, e os problemas estão cada vez mais interligados.
Jack, Thomas e Sonia debatem, ao decorrer do filme sobre como uma mudança de percepção seria útil para se melhorar o planeta. Ao longo do processo, discute-se sobre as aplicações possíveis dessas novas visões na medicina, na política, na economia, e até mesmo no uso mais sustentável do meio ambiente (que, como nos diz Sonia, estaria hoje sendo escravizado, como havia proposto Bacon no século XVII)
Quando a conversa desvia para o porquê Sonia havia largado seu emprego como cientista, inicia-se uma discussão sobre Newton, a física, a composição dos corpos, e a bomba atômica. Newton é criticado por comprovar através de suas equações a visao mecanicista de Descartes, do mundo como uma máquina perfeita.
A esse ponto do filme, Sonia apresenta a Jack e Thomas a “teoria dos sistemas vivos”, que condensaria e poria em prática as ideias ecológicas que melhorariam o mundo. É a teoria holística, contrapondo-se à visão cartesiana. Essa teoria aos invés de fragmentar, olha para os sistemas vivos como um todo, enxerga a dependência comum como um fato científico. Estuda as teias de relações.
No final, no entanto, uma espécie de terceira teoria nos é apresentada por Thomas, a da individualidade dor ser humano, da impossibilidade de se condensar a vida, que ele exalta ao dizer que se sente “tão reduzido sendo chamado de sistema, quanto sendo chamado de relógio” É a teoria de que a vida estaria além de teorias.
Análise das partes em um todo
Primeiramente, há uma crítica a Descartes, que, assim como os políticos, reduz o mundo a peças que podem ser analisadas separadamente, sendo que na realidade, deveria se considerar também as relações existentes entre todas essas “peças” e a natureza. Discordando da visão cartesiana, a física defende a idéia de que não devemos olhar os problemas globais separadamente e tentar resolvê-los dessa maneira, mas sim mudar nossa visão do mundo e procurar sempre a prevenção.
Fica clara nessa parte do filme uma crítica à individualidade, a qual é pertinente atualmente. A personagem da cientista mostra que se deve pensar nas gerações futuras, analisando cada fato ocorrido coletivamente, a fim de alcançarmos uma vivência em sociedade mais responsável.
O filme também mostra a dificuldade que todos nós, seres humanos, temos em colocar essas ideias em prática, ao mostrar que mesmo a cientista não conseguiu aplicar essa teoria em sua vida, já que não possui sequer uma relação saudável com sua filha.
Reflexões passadas mais atuais que nunca
O imprescindível das relações
O cenário do encontro desses personagens é o Mont Saint Michel, na França, um lugar recheado de histórias e que será palco de uma discussão que vai de Descartes à ciência atômica. O ponto principal tratado é o de como tudo no planeta está interligado, o que acaba despertando o interesse do político em questões ambientais.
De fato, estamos todos conectados; assim provam diversos estudos científicos, como um que comprovou que plantas de uma cozinha mudaram de cor devido aos gritos dos camarões que eram jogados vivos em óleo quente. Com os humanos não é diferente: “no man is an island”.
A visão fragmentada de mundo que veio após Descartes, aliada à exploração sem limites em prol da ciência de Bacon, montou o cenário para o comportamento descompromissado do homem que, no contexto do filme, vê o mundo como algo descartável devido às ameaças de uma explosão nuclear.
A Guerra Fria passou, mas o individualismo que veio com ela não. É preciso consciência, não apenas ecológica, de que tudo é formado através de associações, como os átomos que formam uma molécula ou as relações entre a duração e a freqüência de notas que compõem uma melodia.
Nome: Jackeline Ferreira da Costa - 1º ano Direito Matutino
''Nenhum Homem É Uma Ilha''
Integração
O filme Ponto de Mutação, baseado no livro homônimo de Fritjof Capra, compara o pensamento cartesiano ao paradigma que surgiu no século XX. Há um contraste entre o método científico reducionista e o sistêmico, para o qual o mundo é um todo indissociável.
Na discussão feita no filme, os personagens abordam a evolução do pensamento humano, desde Descarte até a contemporaneidade, na qual ainda vemos líderes pensando e agindo de maneira mecanicista, aplicando o modelo cartesiano, o qual prega a divisão de todo em partes, para entendendo cada uma delas, procurar entender o todo. Certamente essa contribuição, que na época foi um grande salto para interpretar o mundo para além do misticismo, hoje já está ultrapassada.
Porém, os reflexos da utilização desse mesmo modelo hoje são prejudiciais à sociedade em geral, pois ignoram os custos sociais e só visam os ganhos econômicos de suas ações. Os sistemas existentes não encorajam a prevenção, só a intervenção, que não consideram que só se constrói um modelo de sucesso no presente, se estimularmos o futuro. O roteiro faz também uma crítica à inexistência de uma ciência pura, justificada em si mesmo, a partir da autonomia dos cientistas em fazer a escolha dos assuntos que mais os fascina isentos de qualquer influência externa de caráter político ou mercadológico.
Na atualidade, podemos verificar que existe uma pauta de prioridades da produção científica no mundo que é definida pelo Estado ou pelos agentes privados, que detém o poder econômico. Essas instituições públicas e privadas em toda parte do planeta, determinam a sua estratégia, o que deve ser pesquisado.
O filme defende que o mundo seja pensado como um processo integrado e não como estruturas. O pensamento cartesiano elabora a sua percepção mecanicamente. A metáfora do relógio perfeito já não serve para analisar os padrões globais complexos do mundo comtemporâneo.