O direito é uma ciência que mais do que apenas estudar as normas, ele estuda a
justiça, durante o seu estudo, devemos aprender a abrir mão por um momento do nosso
julgamento sobre algo ou alguém, para que possamos fazer valer efetivamente a lei,
independente de “achismos” do que acreditamos que deve ser o certo naquela ocasião,
mas sim fazer o que está nos escritos e o que foi definido, não por nós como indivíduos,
mas por nós como sociedade.
“Qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a
razão…”-Wright Mills, é sobre usarmos a nossa capacidade de raciocínio para irmos além
daquilo que a nossa experiência sensitiva nos proporciona, para sairmos da nossa realidade
e entrarmos na do próximo. Somente assim podemos fazer justiça, para que possamos
questionar aquilo que está sendo colocado diante de nós por terceiros.
Aquele que estuda o direito, exerce o direito ou pretende exercer, precisa estar
sempre disposto a sair da sua zona de conforto intelectual, disposto a questionar tudo
aquilo que já era dado como certo. Atualmente tem crescido muito o uso do senso comum,
como conhecimento científico, e isso se dá justamente pela incompreensão das massas,
que não se deve deixar que as experiências sensitivas corrompam a sua capacidade de
raciocínio.
“Rejeitar como totalmente falso tudo aquilo em que pudesse supor a menor
dúvida”-Descartes, aqui podemos ver o que todos deveríamos ter como base para nossos
pensamentos, questionar toda informação que venha até nós, principalmente se já
estivermos predispostos a concordar ou discordar de algo, pois é provável que cheguemos
a conclusões antes de averiguar a informação que nos é passada.
Eu acredito que o direito é uma das poucas ciências em que nos é colocado essa
questão, onde temos que deixar de lado nossas opiniões, para que possamos exercer o
nosso trabalho com a maior precisão possível. Não acredito que algum dia as pessoas irão
deixar o seu ser individual, para poder entender o ser coletivo, pois para isso, seria
necessário abandonar conceitos que passaram uma vida sendo formados, e isso afetaria
diretamente o ego delas.
Recomendação de video:
Bibliografia:
MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1965.
Capítulo 1: A Promessa [p. 09-24; não é o capítulo todo]
DESCARTES, René. O discurso do método (1637). São Paulo: Nova Cultural, 2000
(Coleção Os Pensadores).
Quarta Parte [p. 19-23]
Aluno: Vinicius Eiji Pereira Pazin
RA: 231223773
Turma: 1º ano - Direito - Matutino