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sábado, 26 de abril de 2025

A inteligência artificial em uma análise sociológica marxista

 Os teóricos da sociologia Karl Marx e Friedrich Engels são responsáveis por formular teorias atemporais e de extrema relevância para a contemporaneidade, como o renomado materialismo histórico-dialético. 

 Tal teoria define que a história da humanidade é, a todo momento, moldada e formatada pelas relações materiais de produção e pela luta de classes, entendendo as condições materiais -econômicas e sociais- como responsáveis pela formação da consciência, do conceito de cultura e de instituições políticas. 

 Essa visão é proposta de modo dialético, ou seja, a realidade, suas forças produtivas e as relações de produção estão em constante movimento e transformação justamente devido às contradições entre suas partes. 

 Uma dessas forças produtivas,que é objeto de intensas contradições dialéticas, é a inteligência artificial, ou IA. Essa tecnologia vem adquirindo grande repercussão na sociedade e ganhou espaço nas vidas dos muitos estudantes, profissionais, empresas e trabalhadores, sendo usada tanto para perguntas cotidianas quanto para a realização de trabalhos importantes.

 Sob o prisma dialético, a inteligência artificial não é um artefato neutro, mas sim, expressão das contradições históricas do capital. Ela é, essencialmente, a absoluta extensão e replicação das capacidades humanas e de suas habilidades, porém, maximizadas de modo que seja capaz de atender às mais variadas demandas.


As representações e suas expressões

 Ao estudar Marx e Engels percebe-se a colocação das representações ( ciência, religião e arte) como fenômenos que além de serem expressões da condição materialista do momento, também são ferramentas de alienação.

Ao analisar a história, nota-se a comprovação desse pensamento.Por décadas a Igreja Católica problematizou o acúmulo de riquezas como algo pecaminoso; porém após a ascensão burguesa e a reforma protestante ( em especial o surgimento do calvinismo), foi necessário que a Igreja Católica repensasse sobre a estigmatização do acúmulo de riquezas, visto que essa problemática monetária não condizia com a condição material do período.

Outro exemplo é a estigmatização da ciência e de cientistas pela Igreja Católica em sua época dominante na Europa, como visto na condenação de Galileu que mesmo estando certo em relação a seus estudos, foi obrigado pela Igreja a admitir o contrário.

No ambiente artístico, a arte de Van Gogh, Monet e dos impressionistas é extremamente valorizada nos dias de hoje; porém na época em que foi produzida, esses estilos artísticos não eram condizentes com o que era valorizado no período, ou seja não seguiam os padrões de perspectiva e técnicas rígidas que eram empregadas na arte daquele tempo. 

Em relação a alienação, as religiões são utilizadas como forma de criarem esperanças nos fiéis de uma “fuga” de suas vidas muitas vezes oprimidas. Já as artes e a ciência são utilizadas como distrações dos problemas da sociedade.

Nota-se dessa maneira que de diversas formas, essas representações foram expressões das condições materialistas do momento e servem até hoje como forma de alienação aos indivíduos.


Maria Clara Destito Yano- 1º ano direito Matutino