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quinta-feira, 14 de março de 2024

O Impacto da Globalização na Ciência Moderna

                     Após a Terceira Revolução Industrial, o mundo começou a passar pelo processo de globalização, uma vez que evoluiu tecnicamente os meios de transportes e comunicação. Contudo, o filósofo e cientista Francis Bacon, durante o século XVII, já produzia o conhecimento de uma ciência baseada na interpretação da natureza, ou seja, assumindo um caráter mais racional e menos ligado com o senso comum. Dessa forma, nasce, nesse contexto, a Ciência Moderna no meio burguês, com isso, criticava a filosofia da época,  a qual era pautada na retórica e abstração.

                     Dessa forma, a globalização pode ser vista como uma síntese desse pensamento, pois para haver essa conexão global foi necessário que as pessoas de diferentes nações fossem abertas às outras culturas, tendo em vista que ada um possuía uma bagagem social formada a partir do senso comum  de diferentes lugares. A partir disso, as ciências, as quais possuem valores mais exatos e empíricos, facilitou a troca de informações e uma maior produção de conhecimento nessa área, consequentemente, diminui o foco na filosofia tradicional e questionadora nos tempos modernos. Isso pode ser observado nas artes cinematográficas, o filme ''Oppenheimer'' apresenta um momento de intensa produção científica e tecnológica: a bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial.

                      Portanto, nessa atual configuração o desenvolvimento da ciência foi de suma importância para a interconexão entre as regiões globais, seja ela física, seja ela virtual, logo, preferencia-se um conhecimento  neutro e guiado pela razão, e não em pré-noções. Nesse viés, atualmente, as áreas da tecnologia da informação possuem um maior crescimento, pois o a conjectura mundial visa um desenvolvimento, o qual tem por base a evolução e aumento de recursos no sistema capitalista atual. Por fim, mesmo séculos passados,  Francis Bacon já conseguiu prever a ciência moderna superando o senso comum, o que permitiu o planeta Terra interligar diversas nações sob a óptica da Globalização, a fim de produzir conhecimento científico               

Anna Luiza Marino Dourado- Direito Matutino

Positivismo... positivo?

 O positivismo, ou então, física social, doutrina criada por August Comte tinha, como uma de suas premissas, a análise do fato, a sociedade como ela é, gerido por leis imutáveis e aplicáveis a todos, tal qual a física, astronomia e outras ciências necessariamente objetivas.

No entanto, ao imbuirmos uma concretude, rigidez às normas, o resultado certamente não será o resultado da “ordem e progresso“ esperado por Comte. É temerário reduzirmos uma população a meramente algo estático e sem forma, no qual apenas o amor à pátria é suficiente e necessário.

Ao fundamentarmos a interpretação de alguma ocorrência da sociedade, como a lei, por exemplo, ficamos manietados a meias verdades; caput:

´´Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade[...]´´Constituição Federal Brasileira de 1988; para alguns, não há questionamentos e é isto, porém, como Miguel Reale, diretor do projeto do código civil de 2002, disse em seu artigo ´´visão geral do projeto de código civil´´: legislar para o homem enquanto marido; para a mulher enquanto esposa; para o filho enquanto um ser subordinado ao poder familiar´´, isto é, analisar amplamente a situação de cada caso.

Além disso, muitos ´´positivistas´´ das gerações atuais contemplam-se de apenas uma interpretação, alegando que outras normas também positivadas são mero fruto de abstração, que não devem ser levadas em conta, como por exemplo o próprio artigo 5 º supracitado, o qual, para alguns, é uma norma deificada, excluindo outras como por exemplo o:  ´´Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;´´ como, quando, por exemplo, são defendidas as cotas raciais, os quais os positivistas atuais usam de sua carta magna da igualdade jurídica, sem considerar todo o contexto que permeia a vida humana e sua historicidade.

É, de certa forma, perigoso e anacrônico usar da filosofia positivista nos dias atuais.

Thiago Dacyszyn Macedo. 1º ano de direito, Matutino - RA: 241222184

O Questionamento do Branco sobre a Ascensão Social do Negro

 

           A digital influencer Raquel Nazareth posta, em suas redes sociais, seu cotidiano. Compras, maquiagens, rotina de cuidados com a pele e passeios no Villlage Mall, seu lugar preferido. Entretanto, Raquel recebeu notória atenção dos expectores devido a outro motivo; como ela se tornou rica? Convenhamos que esse questionamento foge do conteúdo que a digital influencer publica, além de tal pergunta não ser feita as demais influencers da mesma rede social que Raquel. A única diferença entre Raquel, que vive sendo questionada sobre suas condições financeiras, das demais blogueiras é: Raquel Nazareth é uma mulher negra. Nessa perspectiva, e de acordo com a escritora Grada Kilomba, persiste, na sociedade contemporânea, o questionamento do branco sobre a ascensão social dos negros, evidenciado pelo pensamento de incapacidade que eles têm em relação as pessoas negras e pela negação da alteridade.

Diante desse cenário, se torna válido ressaltar o equivocado pensamento de que pessoas negras são incapazes intelectualmente. Por exemplo, em sua vida acadêmica, a escritora revela que foi barrada de frequentar a biblioteca de sua universidade pois, diferentemente dos outros estudantes brancos, Grada não parecia pertencer àquele lugar. Além disso, os trabalhos acadêmicos dela sobre o racismo cotidiano eram vistos como algo subjetivo, pessoal, imparcial, mas nunca científico. Grada Kilomba até mesmo cita que “elas/eles têm fatos/nós, opiniões”. Logo, a capacidade intelectual da escritora esteve sempre em observação e em julgamento, apenas por ela ser uma mulher negra.

Ademais, desde a colonização, perpetua a ideia de superioridade dos que estão no poder. Os demais grupos sociais, sem ser o do homem branco europeu, eram considerados “menos humanos”, somente por causa de serem diferentes. Nesse sentido, ao terem sua alteridade negada, esses grupos foram colocados em uma posição vulnerável e expostos a todo tipo de violência. Infelizmente, é percebível que, atualmente, essa falsa superioridade de determinado grupo social continua existindo, demonstrando que o poder está concentrado nas mãos deles. Para salientar esse argumento e comprová-lo, retomamos o que foi dito anteriormente, uma vez que, por não fazer parte do grupo social que acumula a maior parte do poder da sociedade, uma mulher negra rica é um acontecimento atípico para essa sociedade, recebendo questionamentos sobre a origem de seu dinheiro.

Conclui-se, portanto, que, assim como a mesma classe social persiste sendo a representação do poder na sociedade, a ideia de superioridade perpetua até os dias atuais, fazendo com que as capacidades e a ascensão social de grupos minoritários sejam encaradas como incomuns. Dessa forma, esse preconceito infundado, passado de geração para geração, é exposto no comportamento diário dos indivíduos na sociedade, permitindo que essa violência ainda aconteça.


Maria Clara da Silva Cruz, 1º ano Direito Matutino

BRASIL E POSITIVISMO: ENTRE A CRENÇA E A CIÊNCIA

 

Auguste Comte foi um dos pensadores mais importantes da humanidade, tendo como sua principal contribuição a fundação da sociologia. Mais especificamente, Comte elaborou a corrente de pensamento denominada Positivismo, que defende, sobretudo, a atuação da sociologia inspirada nas ciências naturais, isto é, o estudo dos fenômenos sociais de maneira totalmente empírica e neutra, deixando de lado qualquer subjetividade do sociólogo.

Além disso, Comte elaborou a Lei dos três estados, na qual afirmava que o pensamento humano e a maneira dos indivíduos compreenderem o mundo evolui através de três estágios – sendo o primeiro teológico, o segundo metafísico e o terceiro positivo. Dessa forma, o sociólogo acreditava que uma sociedade, quanto mais próxima estivesse do seu auge, mais utilizaria da ciência para entender a realidade e resolver seus problemas.

Recentemente, durante a pandemia de COVID-19, instaurou-se uma enorme polêmica a respeito das vacinas contra o vírus, com diversas autoridades (inclusive o então presidente da república Jair Bolsonaro) questionando a eficácia e a segurança dos imunizantes que estavam sendo produzidos. Tais questionamentos evoluíram para uma onda de acusações alarmistas dos mais variados tipos, como a possibilidade de desenvolver problemas vasculares e ter um chip chinês introduzido no próprio corpo.

O ponto crucial dessa discussão é que, enquanto as vacinas foram estudadas, produzidas e testadas seguindo rigorosamente os critérios estabelecidos por anos de estudos científicos, as acusações levantadas contra elas não continham o mínimo embasamento. Ainda assim, uma parcela relevante da população optou por acreditar nas falsas afirmações, incluindo o então presidente Jair Bolsonaro, o que levou a uma postura negacionista por parte do Governo Federal. Com isso, crenças totalmente infundadas levaram ao atraso na compra de vacinas e à não cooperação entre a União e o governo do estado de São Paulo para a produção da CORONAVAC, causando danos irreversíveis a milhares de famílias brasileiras.

Portanto, através dessa postura trágica do Governo Federal, respaldada por grande parte dos cidadãos, é possível inferir que o Brasil ainda está muito longe do estado positivo de Comte; pois, se fosse o caso, tal aberração nunca teria ocorrido. Para que o Brasil caminhe em direção ao progresso, é necessário – segundo o sociólogo – que os indivíduos e as autoridades se desprendam de crenças pessoais e passem a utilizar a ciência para investigar e resolver os problemas da nação.

 

Tiago Zanola Ferranti, 1º ano - Matutino, RA: 241221366