Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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domingo, 12 de agosto de 2012
Antagonismo
O caráter revolucionário e tom belicista do manifesto, resultou em regimes totalitários, campos de concentração, extermínio a opositores, trabalho escravo entre outras atrocidades nas nações que adotaram uma tentativa de socialismo pré-comunista. O Manifesto Comunista nada mais é que uma estratagema para que uma minoria "Comunista" por meio do operariado conquistasse o poder sob o pretexto da extinção do antagonismo social. Podemos notar que nos regimes "comunistas" do início do século XX, ocorreu exatamente essa animosidade. Uma minoria chegou ao poder e se manteve lá, a qualidade de vida dos proletários não teve uma melhora significativa, aqueles que eram contra o regime eram caçados, a liberdade foi limitada.
No texto, há um ponto positivo que é a previsão do mundo se desenvolvendo de uma forma globalizada. Esse desenvolvimento globalizado é marcado pela troca de antagonismos que passa de burguesia x proletariado para Ocidente x Oriente por existir além de culturas extremamente diferentes, há também uma longo vazio desenvolvimentista entre os dois lados.
Arthur Gouveia Marchesi
O proletariado quer o seu carro próprio
A história da humanidade tem como motor a luta de classes segundo Marx e Engels a sociedade burguesa, que nasceu das ruínas da sociedade feudal, simplificou o conflito entre classes dominantes e dominadas, de várias classes existentes na sociedade feudal a burguesia conseguiu agrupá-las em apenas dois grupos: a burguesia e o proletariado.
Segundo os dois a burguesia só poderá existir com a condição de revolucionar constantemente os meios de produção, dessa maneira revolucionaria também nas relações de produção e consequentemente as relações sociais.
Com a prevalência desta sociedade tornou-se indispensável a celebração de contratos para garantir a propriedade privada, evoluímos para uma sociedade em que tudo é baseado em contratos, desde a criação de um e-mail ao registro de um nascimento.
O capital exige livre trânsito logo são necessários sempre novos mercados, assim fenômeno do capitalismo conseguiu invadir grande parte do globo, estabeleceu-se em quase toda parte e firmou vínculos em diferentes países, hoje isso é extremamente visível uma vez que as multinacionais tem o seu escritório administrativo em um país e a linha de produção em outro.
Referindo-se ao modo de produção burguesa Marx e Engels dizem que: “Sob pena de morte, ela obriga todas as nações a adotarem o modo burguês de produção, constrange-as a abraçar o que ela chama civilização,isto é, a se tornarem burguesas. Em uma palavra, cria um mundo à sua imagem e semelhança.” A burguesia criou uma nova sociedade que subordinou o campo à cidade, os povos bárbaros aos civilizados, o Oriente ao Ocidente e centralizou os meios de produção e concentrou-os nas mãos de poucos e consequentemente levou à centralização política o que unificou a moeda e as leis, facilitando o comércio e a expansão dessa classe.
Na atual sociedade nota-se supremacia econômica, a burguesia prevaleceu não só economicamente como culturalmente fez até com que o proletariado interiorizasse desejos e direitos capitalistas como a garantia dos contratos, o proletariado irá defender os contratos tanto quanto os empresários. O proletariado não irá lutar pelo direito ao transporte gratuito e sim pelo transporte próprio, notando-se que o proletariado possui aspirações do burguês e não pertencentes a sua classe.
O proletariado de hoje portanto, não quer mais acabar com a existência da classe burguesa e sim juntar-se à ela, virar empreendedores e tornarem-se ricos e dispor de uma vida de regalias.
As raízes capitalistas do socialismo
Liberdade ou exploração?
O homem que convencia.
A Primeira Análise Global da Sociedade Humana
Esse estudo tornou essa obra um divisor de águas perante a interpretação do homem para com sua própria realidade. Mostrou ao mundo em que sistema está inserido e suas verdadeiras cores. E não foi bonito de se ver, que a exploração do homem tem sua origem no próprio semelhante. Mostrou ao mundo quão escravos somos de promessas que sem respostas, inseridos em um Estado que se diz protetor, mas não supre as mais básicas necessidades de sua população. População essa, dita delinquente quando atenta contra essa organização mãe. Que de mãe, pouco tem.
Propondo uma revolução da parcela oprimida e a tomada do poder, impondo uma nova organização social baseada na igualdade material e homogeneidade social, Marx e Engels chamam o proletariado à luta. Como visto em exemplos tal qual Cuba, União Soviética e China, nem sempre a tomada do poder se dá por essa classe específica, e mais, é questionável a que preço a igualdade é dada à população. Não era esse o plano previsto, porém é fato que o manifesto e os estudos aprofundados de Marx sobre o sistema capitalista, inspiraram pensadores do mundo todo a, no mínimo, reanalisar a realidade, e questionar o futuro que se propõe.
Não acredito na interpretação que hoje se dá a esse texto, não vivemos em um mundo polarizado mais, porém um estudo, análogo a esse, deve ser feito, pois é preciso que nessa nova ordem mundial, os valores sejam restabelecidos. Hoje mas do que nunca precisa-se dessa segunda análise da sociedade humana, de maneira global, para determinar quais os caminhos que pretendemos trilhar, porque hoje vivemos em um sistema corrompido cujas prioridades nos levarão ao colapso social, esgotamos nossos recursos, escravizamos nossos povos, por uma vida fútil e estéril.
Sistema adaptativo
Marx e Engels na obra “O Manifesto Comunista” apresentam os fundamentos do capitalismo e expõem suas falhas, em especial no campo social. A obra visa demostrar o perigo da exploração da classe operária e a mais-valia, e assim, conscientizar todos os cidadãos do mundo dessa exploração. O principal objetivo dos autores é despertar nos trabalhadores o desejo de lutar pelas as mesmas condições de desenvolvimento para todos, para que assim, possam alcançar a igualdade social. Igualdade essa que, na ótica desses dois autores, jamais seria alcançada no sistema capitalista.
Grande parte das discussões ocorridas no século XX, estão relacionadas ao capitalismo, e a maioria delas abordando suas falhas e problemas, no entanto, houveram poucos avanços em relação a um desenvolvimento de alguma alternativa para esse sistema. As poucas tentativas que saíram do papel, acabaram por se mostrar não efetivas e insustentáveis como no caso da União Soviética.
A maior dificuldade, encontrada pelos opositores do capitalismo, é o dinamismo desse sistema. Seu poder de adaptação, a incorporação de signos e teorias de ideologias contrarias, faz com que a maior parte dessas ideias, sejam por ele incorporadas e revertidas à seu favor. Assim sendo, vendem-se livros, camisetas, e objetos estampados com figuras que marcam a resistência contra esse sistema, e que na verdade funcionam apenas como mais lenha para essa “grande fogueira”.
Giovanna Cardassi
Apologia ao amor
JESSICA DUQUINI
Raul e Karl
Através disso, foi possível implantar nas pessoas o sentimento de defesa do capitalismo, mesmo que elas não detenham muitos bens. Já o socialismo marxista, que outrora via o capitalismo como um degrau na escada da igualdade, tem membros que sequer conhecem o texto de Karl Marx, sendo, não raramente, contraditórios quanto as ideias que são defendidas no texto ao que é defendido atualmente.
Raul Seixas nos trouxe “metamorfose ambulante”. Será que, assim como o intérprete, que preferia “ser essa metamorfose ambulante”, nós, cidadãos de um mundo capitalista, temos preferencia por tal metamorfose, mudando as ideias, querendo o diferente, ou queremos “ter aquela velha opinião formada sobre tudo” construída ao longo de séculos ?
Profissão de Fé
O Pai, o Filho e o Espirito Santo
Para prosseguir, eu gostaria de associar uma teoria particular. É um tanto quanto óbvia mais servirá de base para o desenvolvimento do texto. Eu a chamo de Teoria do Trinômio Histórico. É um tanto quanto simples mais explica de forma sucinta minha visão. É uma divisão da história em 3 partes.
A primeira, que vai desde o Egito antigo até a Revolução Francesa, teve nas organizações humanas o prevalecimento da vontade dos que governam puramente no sentido político dos fatos. A política mandava em si mesma, na economia e no social, era soberana e seus representantes, legítimos. Um rei poderia mandar e desmandar nas leis comerciais, assim como nos serviços dentro de seu feudo.
A força política dos mais altos representantes era respaldada em fundo religioso, como reis ou faraós, ou na força da tradição, como a hierarquia real ou o Império Romano. Isso fornecia alguns dos pilares importantes para que a vontade deles prevalecesse sobre os demais. Um outro pilar era o quesito militar que até hoje impõe vontades.
Essa fase do trunfo politico como mais importante fator na tomada de medidas e decisões acaba com a Revolução Francesa. É simples de entender. Quando o terceiro estado assume o poder a tradição meramente política é quebrada, o quesito econômico supera o politico e se torna o funil seletor pelo qual as pessoas passarão para poder governar. Isso se explica pela vontade da burguesia em assumir o poder politico já sendo detentora do poder econômico, como algo justo, um processo de fagocitose natural.
Este período dura até hoje. As grandes empresas dominaram a política, que agora atual como viés legal para legitimar ações de fundo puramente capitalista. Um rei já não governa pela vontade própria sem atender interesses financeiros.
O fim dessa fase seria o trunfo social, onde as necessidades das pessoas superassem as vontades pessoais do políticos e as vontades dos grupos econômicos. A economia e a politica seriam os satélites das atividades sociais. A cultura, o bem-estar, alimentação, saúde e educação seriam os guias dessa fase.
A fase social seria parecida com a que os socialistas tanto lutaram, mas duvido muito que cheguemos a essa período prospero através do Manifesto Comunista. Seria preciso uma analise de mudança não só econômica dos meio de produção, mas também política, procurando facilitar tudo aquilo que hoje é burocrático e igualando a participação dos menos favorecidos. Assim, politica e economia trabalhariam pelo social. Talvez seja apenas utópico pensar nisso, ou talvez um dia alguém consiga encaminhar este projeto por vias não usadas por Marx
Século XIX
Isso pois o burguês do século XIX quer ter sempre os lucros para si, dessa forma todos os gastos dos empregados são com serviços oferecidos pela classe dominante, essa é a toria da escola de Frankfurt (composta por Walter Beijamin)e, que afirmava que a produção cultural de um país é feita pela burguesia para as massa, a fim de que o trabalhador gaste todo o seu salário com o cinema, compra de produtos e serviços que vão retornar ao burguês como lucro novamente.
Como a produção cultural é dominada pela burguesia, as ideologias vinculadas são aquelas escolhidas pela classe dominante, assim o burguês controla o operário até mesmo no seu momento de lazer, transformando-o em uma massa alienada, sem disposição para revolucionar a sociedade, ou seja, o status quo.
A preocupação de Marx e Engels era em evitar essa situação alienante a que está submetido o trabalhador, os comunistas desejavam que toda a classe trabalhadora se tornasse consciente da exploração que viviam. Para tal era importante a divulgação das idéias do partido comunista por meio do manifesto, só assim trabalhadores do mundo todo poderiam aderir a causa.
A sociedade capitalista era fundada na exploração do trabalho e principalmente, na propriedade privada, esta sim, era o "mal de toda a civilização". Portanto, era necessário acabar com ela. A revolução iniciaria em um país, para depois se espalhar para o mundo todo, acabando com esse individualismo sustentado pela propriedade privada.
Poluição mundial
Enquanto isso, no formigueiro...
Depois de um dia pesado de trabalho, as formigas se reuniram e começaram a conversar:
- Poxa vida! Eu sou tão forte quanto poderia ser. Hoje eu e mais 2 formigas carregamos uma folha de manga inteira nas costas; agora nada como relaxar.
- Caramba! Quanta força. Chego a invejar sua proeza. Depois de tanto tempo de trabalho você parece tão bom nisso! Queria ser como você.
- Pois é meu amigo... A natureza nos faz assim. Surgimos, fomos crescendo e ficando cada vez mais fortes. É o que somos!
- Não é a natureza. Sempre digo que é Deus. A CAUSA. O MOTIVO de sermos assim. Ele nos quer assim, e precisa de nós assim. Sem Deus não seríamos nada; nós nem se sequer existiríamos.
A noite foi passando e levando amarrada em sua calda um novo dia...
- Bom dia amigos! Vamos lá! Mais um dia lindo e cheio de vida chegou! Vamos ao trabalho!
- Vamos!
- Sim, vamos já!
As formigas foram e trabalharam normalmente. E assim foram muitos dias...Muitos dias...
Mas teve um dia que alguma coisa diferente aconteceu:
- Socorro amigos! Socorro!
- O que foi ?
- Um GAFANHOTO!! CORRAM!
Mas não deu tempo das formigas escaparem. O gafanhoto abocanhou 4 formigas, que naquele dia não puderam voltar ao formigueiro e ficar com seus amigos e família. Aliás, no formigueiro acontecia uma conversa polêmica...
- Isso é um absurdo! Se eles não tivesse ido tão longe JAMAIS teriam encontrado um gafanhoto!
- Acalme-se. Estamos sem comida; o reservatório para o inverno está acabando. Estamos tendo que procurar comida em tudo que é lado!
- Mas isso não é certo! Está nos colocando em risco!
- Ou é isso ou morreremos de fome; ou comeremos uns aos outros.
- Nós deveríamos ter nos programado melhor. Por que não procuramos comidas antes ? Por que ?
- Não sei. Falhamos desta vez...
E isso não impediu que as formigas fossem procurar comida em lugares mais distantes. Elas continuavam indo em direção ao risco.
Mas em algum lugar escondido do formigueiro, algumas formigas retrucavam:
- Isso só pode ser culpa de uma má programação do inverno. Isso só pode ser culpa da nossa Rainha!
- Cale a boca! Você não sabe o que está dizendo. Nossa Rainha é tudo para nós. Ela é muito boa, nos da comida, e um lugar seguro para morarmos.
- Isso mesmo! Nossa Rainha é muito boa! Deveria pensar nela com mais respeito.
- Ei! Prestem atenção. Nós não estamos programando as buscas por comida. Nós sempre estamos fazendo a tarefa de ir buscar o alimento e trazê-lo ao formigueiro. Mas nós jamais pensamos sobre quanto trazer, ou quando trazer. Quem falhou não fomos nós. Foi a Rainha. Ela tentou esconder o acidente dando privilégios para as famílias dos acidentados. Mas de que isso adianta ? Escutem o que estou dizendo. A Rainha só nos quer para o trabalho pesado. Parem pra analisar. Quantos de vocês ficam exauridos pelo trabalho, dia após dia ? E quantos de vocês aproveitam algo desse trabalho ? Nós estamos sendo explorados. Nós nem se quer poderemos ter filhos um dia e deixar que nosso "eu" permaneça aqui para sempre. Estamos fadados a um sofrimento em que a morte é a única libertação. E isso tudo, meus caros, garanto-lhes... É tudo culpa da Rainha!!
- Ei! É verdade! A Rainha sempre tem alimentos, privilégios, está sempre pondo ovos... Nas nossas custas!!!
- Não acredito! Vamos ACABAR com essa Rainha!!
- Ei Ei !! Escutem. Nós não podemos fazer isso de qualquer maneira. Temos que armar um plano com mais formigas. Além disso, há outros formigueiros dominados por outras Rainhas. Podemos fazer contato com eles!
Os meses foram passando, e as conversas iam aumentando. Algumas formigas concordavam com o grupo que era contra a Rainha; outras não.
A ordem da Rainha nesse momento era que as formigas operárias pegassem tanto alimento quanto pudessem, afim de criar uma reserva. E era isso que elas faziam, enquanto o grupo discutia:
- ...Mas essa ideia da Rainha está muito mal pensada. Não temos onde colocar tanto alimento! Se chover será um desastre! Não teremos para onde correr de tanto alimento entupindo nossas passagens, e morreremos. Não podemos continuar com isso!
- Mas o que poderemos fazer? As outras formigas apenas obedecem a Rainha e não acreditam em nós. Ou de tão exaustas preferem chegar no formigueiro e apenas descansar ao invés discutir. É uma pena.
E como numa profecia, começou a chover... A água caia e dissolvia a casa das formigas. Naquele momento as formigas estavam dentro do formigueiro, e como havia muito alimento, ficava difícil escapar da água. A água parecia não sentir pena, e uns últimos diálogos eram cravados:
- Não dá pra sair daqui! Morreremos afogados e intalados pelo excesso de alimento. Mas afinal, POR QUE temos tantos alimentos ??
- A Rainha disse que seria útil, então nós pegamos muitos alimentos.
- E onde está a Rainha agora para nos ajudar ?
- A Rainha tem asas! Acabou de sair voando para longe, onde possa se proteger.
- Mas e quanto a nós ?
E algo de muito triste neste momento os afogava mais do que a água.
- Nós?...nós vivemos uma vida de sobrevivência; nunca tivemos vida. Nunca paramos pra descansar sob risco de morrer. E por que tanta euforia ? Morremos sem entender e sem viver. Morremos sem deixar aqui o nosso legado. Até isso nos foi tirado. Nunca pudemos construir uma família de verdade; nenhum de nós. Somos um pedacinho de algo que não nos diferencia. Acham que somos iguais; acham que somos peças que podem ser substituídas. Fomos usados e agora estamos sendo descartados. MALDITA Rainha! Estamos nos afogando na nossa própria miséria!! Deus queira que eu não venha formiga na próxima reencarnação.
Pois é. Dessa vez as operárias não tiveram tempo. E a Rainha escapou e formou um novo formigueiro, com novas operárias.
Mas chegará um dia em que as operárias de todos os formigueiros irão se unir e acabar de vez com essa vida sepultada no sofrimento. E farão com que não exista uma Rainha nem uma operária, mas sim formigas. Apenas formigas. Unidas para fazer da vida um instrumento de harmonia com uma coletividade insuperável. Um dia...
A permanente luta de classes
O Poder de Reciclar
Diretrizes sociais
Aprendemos na escola, que a matéria história nos auxilia a compreender o passado, para que possamos melhorar e não cometer os mesmo erros no futuro, ou pelo menos deveria ser assim. Muito diferente disto, a história social vem se repetindo de forma continua demonstrando que os conhecimentos do passado, mudaram unicamente o opressor e o oprimido, e as formas que essa sobreposição passou a ser exercida. Marx e Engels no Manifesto afirmam que a história das sociedades tem sido desde os primórdios até os dias de hoje, a história das lutas de classes, tais como o conflito entre patrício e plebeu, barão e servo, etc.
É tomando isso como base que a nossa sociedade atual se consolidou após o sistema feudal, com a hegemonia burguesa adquirida com o comércio e os meios de produção. Começa assim um controle social fundamentado na alienação econômica que promove o distanciamento entre o opressor burguês e o oprimido proletário.
A Burguesia passa então a criar diversos mecanismos para a alienação proletária, buscando assim a manutenção do seu poder não só econômico, mas também culturalmente. Passa a “mercadorizar” a sociedade, ou seja, transforma tudo em mercadoria, e estipula com tudo uma relação comercial, que vai desde a transformação da cultura em produto, ate a religião. Isso garante o controle da classe trabalhadora, e lucro a burguesia.
É em meio a isso que o comunismo se opõe e tenta acabar com essa sociedade firmada na luta de classes, ele visa buscar uma igualdade onde não haja um dominante e um dominado, onde a cultura realmente simbolize uma nação e não uma forma de opressão e domínio, busca assegurar direitos que são de todos e não de uma única parcela da sociedade, e dessa forma se opõe a ideologias que controlam e escravizam pessoas, com o único intuito de lucrar.
Equilíbrio social
Consumo: o novo objetivo do proletariado
Ainda no Manifesto, Marx aborda sobre a necessidade de constante mutação dos meios e das relações de produção do sistema capitalista, que consiste no caráter revolucionário do capitalismo promovido pela burguesia. Analisando as diretrizes atuais pode-se dizer que a revolução capitalista se fortifica à medida que uma revolução nos moldes comunistas se torna improvável.
Atualmente a lei de aceitação social é o consumo. É preciso ter para ser alguém relevante na sociedade.O consumo, a necessidade de ter seja lá o que for, tornou-se quase que uma necessidade "vital".Os explorados não almejam uma sociedade igualitária prezando o bem coletivo, o novo objetivo do proletariado é ser incluído na classe burguesa e assim exibir a "superioridade" que apenas os bens materiais de design moderno e preços exorbitantes proporcionam. Além disso, a revolução constante do capitalismo permite que ele se reinvente constantemente e incorpore tudo o que pode ser uma ameaça. Um exemplo disso é o movimento hippie do final dos anos 60 que pregavam a vida em uma sociedade alternativa que negava o capitalismo, a sociedade do consumo e os padrões da moda, porém, o movimento perdeu a representatividade e hoje existem lojas especializadas na "moda hippie". Marx estava certo quando dizia que o capitalismo transforma tudo em mercadoria, até mesmo a dignidade humana. E de fato, foi o que aconteceu, a honra, o altruísmo e o bem-estar coletivo foram o preço que pagamos para desfrutarmos dos tênis da Nike, dos computadores da Apple e das camisetas de marca com a foto do Che Guevara estampada.
A sociedade burguesa estabeleceu novas formas de luta que expressam a sempre existente desigualdade. O capitalismo, por sua vez, conquistou o homem pois garantiu aos dominados a prerrogativa da existência de uma suposta liberdade (o direito de ir e vir, à propriedade, etc). Essa pequena parcela de direitos garantidos foi suficiente para que os trabalhadores se rendessem a essa nova forma de exploração.
Todavia, o ser humano não se deu conta de que essa 'Política do Pão e Circo' da modernidade apenas nos tornou homens dependentes desse mundo criado à imagem da burguesia e de seu capital. O processo de gloalização trazido pelo capitalismo é responsável pelo aprofundamento dessa chamada interdependência global.
Maria Cláudia Silva Cardin - Direito Diurno 1º ano
Ruína atemporal.
A guerra fria nunca
terá vencedores. A supremacia ianque do capital, sem o negrume da pólvora, fez e faz mais vitimas
do que qualquer outra guerra fizera.
Ao se questionar se o capitalismo venceu, considere o fato de que mais
de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo, a falácia é evidente de viés
irrefutável.
O problema é
evidente, sobre a solução, não se pode dizer o mesmo. O antônimo compositor da
dicotomia do século XX recebeu o nome de comunismo, atual sinônimo de
ineficácia e utopia, entretanto como podemos afirmar seu fracasso sem sua real
instauração.
Digo,
criteriosamente, que nunca tivemos um governo comunista no século supracitado,
nem mesmo uma democracia que honre o nome que tem na porção ocidental do globo.
Assim como Marx,
Bobbio nunca esteve tão certo, as formas de governo foram desvirtuadas e
esvaziadas de valores axiológicos, são esqueletos formalísticos sem enchimento
moral ou adereços de ímpetos praxistas.
O “socialismo” soviético foi um capitalismo de
governo, socialismo real nunca pressuporia separação entre governo e povo
fazendo desses submissos às pretensões de
lideres egocêntricos e totalitaristas. Socialistas fazem o socialismo e
não o inverso, não existe socialismo sem a mentalidade socialista advindo
principalmente do eminente governante, não adveio. Ruiu.
A democracia só
existe como estrutura burocrática, ela só se faz lembrar quando
“altruisticamente” pagamos impostos ou quando “cidadãos “ votamos, somos
induzidos à aceitar as decisões sem delas participar, a escolha, geralmente não
orientada, se faz aos moldes do direito divino dos monarcas, confere-lhes falsa legitimidade. Não
contestamos, ou se o fizemos são em esparsos momentos de cólera que logo se
dissolvem ora no circo ora no pão. Ruí.
Nós, titulares do
poder, devemos dele nos empregar ao buscar soluções às patologias
sociopolíticas que nos rodeiam. Marx não precisa mais de glosadores, precisa de
atualizadores com novas alternativas e comprometimento, afinal não se ganha a
guerra de hoje com as armas de ontem, um ontem não tão distante, de 9 de
novembro de 1989.
“ Para ser marxista basta olhar para o mundo, para ter fé
tem que olhar para o céu e imaginar que Deus está lá em cima.”
José Saramago
“DIFERENÇAS PROFUNDAS E IGUALDADES SUPERFICIAIS”
Exploração velada
CAPITALISTAS EX-SOCIALISTAS
Hoje vemos que os desejos e anseios presentes nessa obra não se consolidaram, não vingaram, e que o capitalismo fincou profundamente ( se não eternamente) suas raízes no mundo globalizado.
O que aconteceu é que os trabalhadores, os oprimidos, os operários citados por Marx e Engels e que deveriam fazer uma revolução, hoje são a classe baixa que banca, ela própria, o capitalismo. Todos querem consumir o que o capitalismo oferece. É cada vez mais comum a empregada doméstica ter uma empregada doméstica; o motorista ter seu carro moderno; a classe baixa com produtos imitações de marcas caríssimas; enfim, ninguém mais abre mão do capitalismo, porque ele se evoluiu de tal maneira que, a grande parte da população, mesmo com salários muito baixos, tem seus sonhos de consumo, e o mercado oferece preços e produtos mais acessíveis.
Pode ser essa uma razão para que o capitalismo tenha vencido o "fantasma" do comunismo e do socialismo, porque conseguiu, acima de tudo, controlar a vontade, os sonhos das pessoas. Mas talvez também, um dia, as propostas do Manifesto sejam aprimoradas e virem uma realidade.