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domingo, 3 de abril de 2011

A transparência do olhar

Para Francis Bacon, a verdade deve ser buscada à luz da natureza e da experiência e não somente à luz da razão. Ele critica a ciência como mero exercício da mente e, ainda, propõe uma espécie de cura da mente que se dá como única salvação, sendo essa cura uma regulação da mente por mecanismos da experiência.

Além do uso único da razão para as descobertas científicas, Bacon alerta para os ídolos e noções falsas que dificultam o acesso da verdade e também podem ser obstáculos à própria instauração das ciências. Interessante perceber que esses ídolos também influenciam na nossa maneira de observar o mundo. A nossa mente provoca distorções ao receber interferência das paixões ou dos sentidos, as nossas relações com o mundo ao nosso redor – desde a nossa formação como indivíduo às leituras que fazemos, dentre outros ídolos. Cada olhar que temos está repleto de influências externas ou internas e isso pode prejudicar as nossas percepções de mundo. Isso só não ocorre se os homens estiverem precavidos contra essa possibilidade de interferência nas descobertas. Portanto, assim como antes, é preciso acabarmos com os ídolos a fim de atingirmos a neutralidade para a busca da ciência útil e para a análise do mundo como ele é.


Bacon: intérprete da natureza

A era moderna foi um período de grandes descobertas e grandes avanços principalmente no que diz respeito à ciência. Bacon, com o método que nos foi apresentado em Novum Organum pode considerar-se um dos que contribuíram grandemente para que o povo de seu tempo pudesse assistir à evolução científica vista nos anos que seguiram à sua obra.
Francis Bacon inovou a maneira como se estudava o mundo, voltando seu método para uma observação concreta da natureza, em contraposição com o que se fazia antes, que Bacon chama em seu livro de “antecipação da mente”. O método antes utilizado era mais contemplativo da natureza, e Bacon o refuta com a ideia de que para se alcançar o domínio e o entendimento não bastava a contemplação, era necessário experimentar para poder realmente interpretar a natureza.
Em sua obra, Bacon cita a importância de não deixar a mente guiar-se por si mesma, atrapalhando na compreensão das matérias. Devia-se aliar a razão à experiência para que o conhecimento tivesse mais clareza, devia-se ligar o que se pensava com o que se observava.
Cita-se na obra o termo “cura da mente”. A experimentação deveria guiar a mente, mesmo que o entusiasmo, as paixões, a angústia ou as falsas percepções do mundo guiassem em outro sentido.
Se o que Bacon buscava era a vitória sobre a natureza em prol da vida humana, as descobertas e inovações surgidas após o seu estudo hão de garantir que havia em seu método, no mínimo, uma grande aplicabilidade.

Provado, então aprovado.

Bacon, diferentemente da filosofia vigente até sua época, reivindicava a aplicação do método indutivo, diferentemente do que acreditavam os pensadores da Escolástica. Para ele, o que importa é a interpretação da natureza, através da qual ele julga ser possível dominá-la não apenas no sentido de conhecê-la e compreender seus fenômenos e seu funcionamento, mas no intuito de, na prática, fazer uso dos seus recursos. Isso deve ser feito vigorando o empirismo, no qual as percepções adquiridas pela experimentação, varolizando o caráter materialista do método.


Isso realça o que vinha crescendo na sua época, que opondo-se às conclusões da metafísica, baseava-se nos dados reais evidenciados por experimentos, o que até indubitavelmente marca de maneira muito forte o conceito da ciência moderna e o seu processo de formação. Bacon tomava muito cuidado para não cair em ideias errôneas que eventualmente podem ser tomadas como verdades pelos seres humanos quando alicerçam a base para a obtenção do conhecimento apenas na sua própria razão. É nesse ponto que tem-se a divergência entre o método cartesiano e o baconiano. Bacon inclusive ressaltou e classificou no formato de "ídolos" os fatores que podem levar a esse enganos (da tribo, da caverna, do teatro e do foro).


Enfim, o que mais chama a atenção no método desse filósofo é a busca por uma ciência detentora de utilidade prática, que traga melhorias concretas para a vida em sociedade. Esse era um aspecto que faltava aos pensadores anteriores e que foi marcante para a diferenciação das metodologias. De fato, a partir daí tonrou-se ainda mais perceptível a importância da ciência aplicada, já que essa encaminha o desenvolvimento de diversas áreas da vida humana sem depositar sua segurança na falibilidade do pensamento meramente racional desligado de comprovações e evidências.

Francis Bacon e a Filosofia Moderna

Francis Bacon como iniciador do Empirimo, acredita e defende as experiências como únicas (ou principais) formadoras de ideias, discordando, portanto, das noções de ideias inatas. Ao criar um esboço racional de metodologia ciêntifica, tal filósofo cria a possibilidade da implantação de uma pensamento científico que não visa meramente o conhecimento pelo conhecimento, mas tem como objetivo o conhecimento aplicado.

Por acreditar nos progressos que as experiências poderiam trazer, Francis Bacon critíca o método grego de filosofia, o qual o autor aponta como tendo uma "sabedoria farta em palavras, mas estéril em obras". Assim, Bacon considera tal método filosófico como mero exercício da mente, ou seja, a filosofia pela filosofia.

Embora Francis Bacon não tenha realizado nenhum progresso nas ciências naturais, ele possibilitou as futuras descobertas nesse campo, uma vez que preconiza a ideia de utilização das descobertas e pesquisas científicas, o qual move nossa ciência até hoje.

As pequisas cientícas necessitam de investimentos que só são feitos se as descobertas visadas por essa pesquisa tiverem potêncial de gerar lucros. O lucro, por sua vez, só é alcançado se a descoberta for útil à sociedade que terá a necessidade (ou ilusão de necessidade) de obter essa inovação, ou seja, essa nova mercadoria. Tal ideia de ciência é a ideia de utilidade, ciência como meio de obtenção de bem-estar.

Conclui-se que é clara a influência dos métodos de estudo de Francis Bacon contemporaneamente, mostrando a importância de sua obra, a genialidade e a visão inerentes a esse pensador.

Um novo método para uma nova ciência.

Francis Bacon tem por objetivo com "Novum Organum" restaurar o domínio do homem sobre a natureza, propõe uma reforma tanto na política quanto na filosofia; essa reforma do conhecimento é justificada em uma crítica à filosofia grega,que não proporcionava ao homem uma perspectiva de melhoria de vida e de sua natureza.
Para Bacon,o verdadeiro filósofo natural deveria fazer a acumulação sistemática de conhecimentos não apenas lógicos, mas práticos ("saber é poder"), sobretudo basear estes conhecimentos na experimentação ciêntifica ("não há nada no intelecto que não tenha passado pelos sentidos").
A ciência tem por finalidade melhorar a condição humana, expor uma representação do mundo, antecipar o acaso... A exploração e experimentação devem ser sem limites ("A exploração da natureza constitui a única forma de compreendê-la, interpretá-la e vencê-la") assim como, para se alcançar a verdade, é necessário se afastar dos preconceitos.
Como para Descartes, o Método também é importante em Bacon para o desenvolvimento do conhecimento.Porém, com Bacon, o Método será conhecido como Empirismo, enquanto que em Descartes teremos o Racionalismo.
Ao que parece,o período envolto à invenções e experiências é o firmamento da ciência.

Uma nova idiossincrasia

Durante o final do século XVI e início do século XVII foram surgindo novas tendências de pensamento em função do rompimento da ciência com a ESCOLÁSTICA, além de outros fatores como a renovação política e econômica da sociedade até então. Um dos colaboradores do advento da ciência moderna ou até mesmo fundador desta é o VISCONDE DE SAINT ALBAN, ou, Francis Bacon. Sua mais conhecida obra é o Novo Organum em que são defendidos , em suma , o empirismo e uma nova concepção de metodologia científica. Seria , então , este novo método a Cura da Mente? Barão de verulam explica duas propostas : O Cultivo das Ciências e a Descoberta Científica. A priemira consistiria na idéia de conhecimento contemplativo, própria da filosofia tradicional; já a segunda , na busca do conhecimento novo por meio da exploração e experimentação sem limites . Ou seja , segundo ele , o homem deveria buscar o conhecimento( sem as antecipações da mente [ pressupostos ]) , a partir da interpretação da natureza com suas causas e efeitos e efeitos e causas. Seguindo tal raciocínio , Bacon enfatiza que não podemos deixar que a mente se guie por si mesma pois formará fantasias e falsas percepções do mundo , os chamados ÍDOLOS: da tribo ( distorções provocadas pela mente humana ) ;da caverna (relações entre o homem e suas "realidades") ; do foro (o indivíduo e suas associações ) e do teatro (interpretações equivocadas do indivíduo sobre o " mundo"). Em um de seus excertos diz : " mas em geral supõe-se para a matéria da filosofia ou muito a partir de pouco ou pouco a partir de muito .Assim, a filosofia se acha fundada , em ambos os casos , numa base de experiência e história natural excessivamente estreita e se decide a partir de um número de dados muito menor que o desejável. Assim, a escola racional se apodera de um grande número de experimentos vulgares , não bem comprovados e nem diligentemente examinados e pensados , e o mais entrega à meditação ao revolver do engenho ". Quem estaria certo, então, nessa época : DESCARTES e seu método racional ; BACON e seu método empirista-racional ; ou os dois ?

O empirismo de Bacon

Em sua obra "Novum Organum" francis bacon defende a experiencia como forma correta da filosofia, contestando o silogismo grego e afirmando o raciocínio indutivo.
Bacon se utiliza de "ídolos" para tecer criticas específicas aos maiores obstaculos ao raciocinio humano sendo eles :
1) ìdolos da tribo: referem-se principalmente a facilidade da generalizção nos humanos, aceiutando apenas os casos favoraveis e omitindo os desfavoraveis

2)ídolos da caverna: referem-se aos casos particulares da vioda de cada individuo, pois uma educação diferenciada leva a diferntes conceitos e maneiras de enxergar as coisas, deturpando sua visão cientifica

3)ídolos do foro: derivam da ambiguidade das palavras pelos homens utilizadas

4)ídolos do teatro: referem-se a aceitação plena de certos dogmas

Bacon foi o autor do primeiro esboço racional de uma metodologia científica.



Leonardo Lima 1º DN

Homem: animal pensante.


O homem se diferencia dos demais animais pela sua racionalidade e pelo modo como, através desta, lida com o meio no qual se insere. Nesse sentido, ele busca adaptar condições naturais a seu favor e tornar-se menos limitado. E é aí que a humanidade adentra em processos de criação, por meio dos quais os indivíduos amenizam suas incapacidades e determinam facilidades. Isso pode ser notado desde o princípio da existência humana: quando a necessidade principal era a caça, fez-se de pedras, lanças; diante das distorções da visão, criou-se o óculos; tendo surgido o ímpeto de exploração, projetou-se embarcações e mais tarde a caravela. E assim continuadamente, à medida que evolui e explora o meio em que vive, o homem estabelece esse ciclo de colocação de uma necessidade e superação desta, seguida por uma nova necessidade e assim por diante. Frente a esses processos adaptativos há uma importante ferramenta, que é também combustível e suporte: a ciência. Para Francis Bacon, é justamente nesse sentido que as pesquisas e buscas científicas devem caminhar, visando a geração do bem comum e o melhoramento da condição humana. Bacon aponta ainda a verdadeira ciência como atuante na representação das reais intenções divinas. Resta-nos então compreender do que se trata, para ele, tal veracidade. Esta, se dá a partir da cura da mente, que consiste em disciplinar nossas idéias, rejeitando o labor do intelecto e regulando-o por meio de mecanismos da experiência. Nesse sentido, para alcançar a verdade científica, o homem precisa manter e fortalecer o vínculo estabelecido desde o seu surgimento com a natureza, que permite que o homem não só sane suas necessidades primordiais, como também que estabeleça novas perspectivas. Para assim não simplesmente sobreviver, mas viver melhor.

Francis Bacon, arauto da ciência moderna

Francis Bacon, considerado o arauto da "Ciência Moderna", destaca sua obra enfatizando a visão de que a ciência deve ser exaltada quando benéfica para o homem, baseando-se no empirismo e na metodologia científica. Tecendo críticas fervorosas a filosofia anteriormente utilizada, principalmente a Escolástica, considerada pelo autor como estéril por não apresentar resultado prático para a vida do ser humano.
O objetivo do método de Bacon é constituir uma maneira nova de estudar os fenômenos naturais e conquistar o poder sobre os mesmos, regulado principalmente pelo raciocínio indutivo.



Guilherme Campos de Moraes

Contra a contemplação e o racionalismo

Entre os séculos XVI e XVII, um político, filósofo e alquimista inglês, naquilo que ele próprio denominava, em sua primeira obra, Instauratio magna, cria os parâmetros primordiais da ciência moderna. A restauração proposta por Francis Bacon também em Novum Organum visa, assim como o método cartesiano, substituir o pensamento aristotélico e a filosofia contemplativa vigente na época, por uma ciência confiável e prática, capaz de auxiliar na elevação da qualidade de vida de toda uma humanidade, dando-lhe o domínio sobre a natureza. 


Uma divergência crucial, porém, marca os estudos dos referidos filósofos: enquanto Descartes primava pela razão pura, sem qualquer intervenção dos sentidos, Bacon alega a falibilidade de tal racionalismo. Segundo o inglês, “ [...] o intelecto não regulado e sem apoio é irregular e de todo inábil para superar a obscuridade das coisas”. Estaria a mente humana, de acordo com Bacon, sujeita a inúmeras fragilidades, inseguranças e paixões que influenciariam negativamente na busca do conhecimento, da verdade. O autor cita as causas dos erros comuns da mente sob a forma de ídolos, sendo eles de quatro espécies: Ídolos da tribo (falhas inerentes à natureza humana, que generaliza as percepções de seus sentidos e sua mente), Ídolos da caverna (gerados pela assimilação da educação e dos costumes do meio), Ídolos do foro (resultados da imperfeição ou má utilização da linguagem) e Ídolos do teatro (decorrentes da subjugação total às escolas filosóficas em voga, sem contestação). Deste modo, a busca do conhecimento máximo, segundo o empirista Bacon, inclui, além do uso do intelecto, a observação dos fenômenos naturais, a experimentação, utilizando-se do raciocínio indutivo.



É visível, portanto, a influência magna da filosofia baconiana no desenvolvimento científico tal como o identificamos hoje em muitos de seus aspectos. É ela a responsável pela defesa da fundamental experimentação, da observação dos meios naturais, e também a que rejeita não só os princípios da filosofia tradicional, mas também a utilização única da razão, do intelecto.


Francis Bacon: O "não-grego"

Em sua obra 'Novum Organum' Francis Bacon tece críticas circunstânciais aos filósofos gregos. De forma equivocada afirma que nao houve qualquer experimento realizado por eles que tenham contribuido para a humanidade. Mas o que seria da matemática sem o número "pi"? Ou mesmo da física sem o princípio de alavancas?
Mas a verdade eh que Bacon revolucionou a maneira de se fazer ciência, defendendo a experiência como maneira praticamente única de se formar opiniões, ideias. Em 'Novum Organum' Bacon aprimora o velho sistema lógico utilizado pelos gregos.
Por ser intitulado muitas vezes como o fundador da ciência moderna Francis Bacon tenha destinado parte de sua obra para criticar o pensamento grego antigo. Porém, deve-se lembrar que tanto os filósofos gregos quando Bacon foram importantes para a humanidade: os gregos no que diz respeito as mais variadas formas de produção intelectual e cultural, e Bacon ao enaltecer o empirismo e influenciar as descobertas científicas posteriores ao seu tempo.

Instauratio magna – A grande restauração.

Francis Bacon desejava por sua filosofia realizar uma série de tratados que pudessem modificar a ciência e criar um novo método de estudos que substituísse o de Aristóteles. Essa era a grande restauração, o modo de se investigar os fatos passavam para o mundo dos fatos, do empirismo.

Francis, em sua mais célebre obra, Novum Organum, propõe a experimentação ilimitada como forma de se obter o conhecimento. Nesse novo método, as antecipações da mente e as falsas percepções do mundo, os chamados por ele ídolos, deveriam ser controlados por mecanismos científicos para não interferirem na construção da ciência.

Foi por meio do Novum Organum que a ciência moderna se configurou da forma que é hoje, muito especializada e usada como mercadoria, como por exemplo, no desenvolvimento de remédios apenas para doentes que possam pagar pelo tratamento, fazendo com que a margem de lucro valha toda a pesquisa envolvida. Existe todo um mercado por trás das descobertas e áreas de estudos enfocadas, mas o método da confirmação por experiências de Bacon ainda permeia o ambiente científico.

Inovação: motor do mundo


Lendo "Novum Organum" de Francis Bacon, o autor discorre sobre seu método de "conhecer a verdade de forma clara e manifesta". A busca pela clareza científica deve estar livre de fantasias (como a magia, a religião, e ideias abstratas), livre da filosofia (que só nos remete a discussões sem objetivo), livre do senso comum (quando aceitamos a opnião majoritária) e principalmente, livre dos ídolos (que nos impedem de enxergamos a verdade). Mas o porquê se despreender de tudo isso para atingir a verdadeira ciência? Bacon denuncia toda ciência baseada somente na mente humana. Esta é um território frágil e instável, sujeito a desejos, angústias, alegrias, medos, opiniões alheias, e de tantas outras coisas. A mente humana é sensível e portanto não pode ser guia da ciência. Podemos fazer referência a Descartes, que tem por base a racionalidade para atingir a verdade. Ambos os autores possuem este ponto em comum que gera a ciência moderna: a libertação do sensível, do miraculoso e da especulação sem comprovação.


Porém, sem a mente e nossa inteligência, o homem não é nada. A mente humana deve passar pela cura, através da experiência. Este é onde se baseia o método de Francis Bacon: a experiência. A experiência é o retrato da ciência útil. É uma tentativa, é uma forma de explorar e achar a verdade. Sempre acha-se a verdade? Talvez não. Porém é um caminho seguro, onde há a possibilidade de corrigir erros, retomar outros princípios e transformar o que foi falho. E para experimentar, é necessário deixar de lado até mesmo limites morais ou religiosos, pois ela não pode ter limites. Não pode-se barrar o conhecimento.


Conhecimento gera conhecimento. Um é base para outro. E assim, gera-se uma dinâmica de inovação permanente. Este é o instrumento guia da ciência: INOVAÇÃO. Isto move o mundo, move o intelecto humano, move pesquisas, move a medicina, move a sociedade... E beneficia a humanidade sempre mais...


Ana Beatriz Bachur 1º ano diurno

Consciência e Experiência


Em ‘Novum Organum’, Francis Bacon (1561-1626) debate sobre o verdadeiro conhecimento. Discute sobre o novo método científico que substituirá o antigo de Aristóteles. Critica o sofismo, a antiga filosofia grega. Pretende alcançar o novo através da interpretação da natureza, que é eterna. Preocupou-se em analisar os responsáveis pelos erros da ciência e falsas noções, ídolos. A prepotência e o egocentrismo – ídolos da tribo; os costumes e a imposição – ídolos da caverna; o mau uso da linguagem – ídolos da vida pública; a invenção filosófica, fantasia – ídolos do teatro.

O homem deve buscar a verdade através do conhecimento científico, que lhe servirá de guia, e da interpretação da natureza. Pensar e observar. Somente a razão é insuficiente para tal conhecimento, perde-se em caminhos ilusórios e fantasiosos por basear-se em percepções sensíveis. “Os axiomas ora em uso decorrem de experiência rasa e estreita e a partir de poucos fatos particulares, que ocorrem com frequência; e estão adstritos à sua extensão.” Assim como Pinocchio, usar-se-á a consciência e a experiência para conseguir-se o verdadeiro. Ser “menino de verdade”, conhecendo e construindo a ciência da natureza, o real.

O ‘novo instrumento’ gera novas perspectivas e cura a mente humana. A busca do novo, do real conhecimento. Incessante. Inovação!

O Advento da Ciência Moderna

Em meio à efervescência cultural de ideias da sua época, Francis Bacon desponta como o "fundador da ciência moderna". Seu apogeu se dá com a obra "Novum Organum", sobre a qual aqui discorremos. Nela, nos é apresentada uma ciência voltada para o desenvolvimento gradativo do saber, tendo em vista as inovações, que surgem a partir da combinação de diversos conhecimentos. Em confronto com o chamado "cultivo das ciências", típico da filosofia tradicional, o autor assume a defesa da "descoberta científica". Se aquela constituía-se por tagarelices especulativas que se perdiam no vácuo, não raro resultando em não mais do que dúvidas disfarçadas de conclusões, essa interpreta a natureza de forma lúcida. Lucidez. Essa é a característica da ciência proposta pelo barão de Verulam. Tal qualidade radica na experimentação. Essa deve ser utilizada para desvendar a natureza. Mas não só isso. Para que as descobertas possam ser entendidas como verdadeiras, é necessária a supressão da tendência fantasiosa do pensamento humano, pois essa é a causa da corrupção na busca de razões quando se quer comprovar algo. Essas não devem ser produzidas, mas descobertas através da experimentação. As luzes da ciência acendem-se quando esgotadas as chamas da fantasia. Cumpre notar que os chamados ídolos tem papel categórico na formação das fantasias, pois que são paradigmas gerados pela formação. Assim, influenciam os pensamentos. Conclui-se que uma das chaves para aplicar-se a ciência de Bacon é desenvolver uma auto-consciência muitíssimo aguçada, pois é necessário desenvolver uma capacidade imparcial de pensar acerca dos próprios pensamentos. Enfim, nessa linha, a mente humana parece ter de se tornar algo como uma lupa, através da qual se enxerga verdades que antes eram omissas e, até por isso, poderiam ter sido tidas como inverdades.

Homem, Ser ingênuo


Fazer uma crítica à filosofia tradicional grega é um ato surpreendente, já que ela tem um enorme status intelectual ao seu entorno, mas é exatamente isso o que Francis Bacon fez a quase quatro séculos em sua obra Novum Organum (Novo Instrumento). Esse filósofo inglês da Idade Moderna afirma que aquela filosofia não serve ao bem-estar social do homem, não sendo, portanto, uma forma verdadeira de ciência, mas um mero conhecimento contemplativo.


Há inúmeras outras proposições e críticas feitas por Bacon nessa sua obra que nos ajuda a entender o curso filosófico ao longo da história ocidental, mais precisamente entre os pensadores antigos e modernos. Como por exemplo, a necessidade de se impor limites ao labor da mente (que é ela se guiar por si mesma), uma vez que, segundo o autor, existem dois métodos para a ciência: o já citado Cultivo das Ciências (antecipação/ contemplação da mente), usado pelos gregos e pelo senso comum; e a Descoberta Científica (interpretação da natureza), que é exaustivamente defendida e usada por Bacon e se opõe àquele labor.


Esse segundo método da ciência tem como fonte a idéia de que o homem é facilmente influenciável e, consequentemente, é enganado por meios internos e externos. Isso está sintetizado na notável proposição dos Ídolos, que são justamente aquelas falsas percepções humanas do mundo. Segundo Bacon, somente a experiência e a experimentação possibilitam ao homem descobrir a verdade por trás de sua vida e, assim, de seu universo.


A contradição entre o limitar e o expandir o conhecimento humano

Crítico convicto de filosofias como a Escolástica e a aristotélica, por não apresentarem resultados úteis e práticos ao ser humano e seu desenvolvimento, Francis Bacon elabora sua obra "Novum Organum" e propõe por meio dela a reforma do conhecimento, com o propósito de servir o homem e dar a ele o poder sobre a natureza. Para ele o sentido da ciência é promover o bem estar, o que a filosofia tradicional não conseguiu fazer.

Acredita que apenas o uso da razão não é suficiente para se fazer ciência, afirmando que devemos parar de fazer conjecturas racionais, para assim gerar novas perspectivas. Para o autor é necessário domar a nossa mente pela experimentação, disciplinando as nossas ideias, evitando que nos levem a valores equivocados, que tornam falsas as nossas conclusões. De acordo com ele, a própria natureza imprime o conhecimento. Porém, essa sua visão acaba por limitar o ser humano, que impedido de pensar e se expressar sem obedecer aos métodos, em meu ver, não permitem o adquirir de um senso crítico e desse modo, expandir o próprio conhecimento.

Bacon critica os métodos vigentes, propondo outros (pela experimentação e observação), e expõe através das falsas noções (ídolos) o que considera ser a causa dos erros cometidos pela ciência. No entanto, o que o autor chama de ídolos, podem ser considerados em uma visão crítica, instrumentos de ajuda para se chegar aos fundamentos da verdade, como, por exemplo, o que considera ser o ídolo da caverna, que é a influência das leituras, educação.

Os ídolos e a alienação social

Em o "Novum Organum" Francis Bacon explica seu método de se fazer ciência,o qual consiste em aplicar a certeza a todo o instante,rejeitando as construções que a mente faz por ela mesma,que quase sempre são influenciadas pelos nossos sentidos,também duvidosos.

Este método,exatamente por isso,denomina-se "cura da mente" pois seu pois seu mecanismo é a regulação da mente através da experiência.As chamadas "antecipações da mente" são as formadoras do "senso comum" sendo por isso nocivas à prática da ciência em sua forma pura.
É interessante notar que Bacon aponta quatro tipos de "ídolos" que seriam as percepções falsas que temos do mundo: Ídolos da tribo(vinculados às distorções da mente humana),Ídolos da Caverna(vinculados à formação do indivíduo,sua leituras e educação),Ídolos do Foro(vinculados à influência das associações do indivíduo) e Ídolos do Teatro(que dizem respeito às superstições,astrologia e magia).

Esses ídolos correspondem, perfeitamente, aos fatores que causam alienação social na nossa sociedade contemporânea, mostrando que sua obra ainda pode ser considerada atual ,nesse sentido de identificar vários tipos de uma mesma alienação,hoje causada pelos programas de televisão,novelas ou vícios da nossa mente que nos impedem de enxergar as coisas tais como elas seriam.

Experimentar é preciso


Bacon entra em cena, discordando com o modo de pensar grego, no âmbito em que é considerado por ele que a filosofia dos mesmos não gera, apenas discute, sem o efeito de criar ou aliviar a condição humana, assumindo a função de mero exercício da mente. Para não apenas criticar e com a intenção de fazer uma renovação no método de ciência da época, Bacon busca em sua obra, "Novum Organum" , demonstrar que a experimentação é a melhor maneira de se regular a mente quando de trata da busca por novos conhecimentos, procurando a inovação sem limites para dar ao homem o poder sobre a natureza.
Aplicando as idéias propostas por Bacon, durante o decorrer da história diversos dos inventores buscaram aplicar o uso intenso de experiências, num método de tentativas e erros para chegar a descobertas de indiscutível importância para a vida do homem, seu bem estar e seu domínio sobre a natureza, podemos destacar o exemplo de Thomas Edson, criador da lâmpada elétrica que afirma : "Nunca fiz nada dar certo por acidente; nem nenhuma das minhas invenções surgiu por acidente; elas vieram do meu trabalho." e " Talento é 1% inspiração e 99% transpiração."
Porém devemos nos manter atentos para criar uma linha de segurança para que se possa aplicar os métodos propostos por Bacon, com o intuito de inovar, mas sempre levando em conta que existe uma ética a ser pensada quando se envolve nos experimentos realizados formas de vida quaisquer que sejam, de humanos à animais e também o uso de tais invenções, buscando aliar os direitos de todos com a necessidade de não se desistir da busca por uma melhor condição humana.

A verdadeira ciência

No livro Novo Organum, Francis Bacon diz 'A verdadeira causa e raiz de todos os males que afetam as ciências é uma única: enquanto admiramos e exaltamos de modo falso os poderes da mente humana,não lhe buscamos auxílios adequados', ou seja, os homens por confiarem demasiadamente na razão, pensam que esta é suficiente para se alcançar a verdade, no entanto, a verdade deve ser buscada e estudada na natureza.
Quando deixamos a mente ser guiada por ela mesma, acabamos criando fantasias, e uma vez que consideramos uma fantasia como uma verdade, tentamos defendê-la a todo custo, fazendo com que essas afirmações erradas permaneçam invioladas.
Entretanto, buscar a verdade, para Bacon, não é o único objetivo. Além de buscar um conhecimento confiável, devemos achar um que alivie e melhore a condição humana, pois Francis achava que era hora de parar de fazer conjecturas intelectuais e agir (por isso ele afirmava que a filosofia tradicional não servia para o bem-estar do homem).


A Experimentação como o único caminho para a Verdade

Francis Bacon, em sua obra Novum Organum, estabeleceu as diretrizes que deveriam nortear a ciência desde então. Através da sua nova concepção de como fazer ciência foi possível o estabelecimento do atual método científico onde impera o uso da experimentação sobre o uso do silogismo aristotélico. Dessa forma o autor discorre sobre a finalidade da ciência, a superação da filosofia tradicional, a observação e experimentação como método científico e os empecilhos para o desenvolvimento do pensamento científico.

A finalidade da ciência seria, segundo Bacon, a melhoria da condição humana. Portanto a ciência deveria contribuir para a busca de uma melhor qualidade de vida e para a evolução do ser humano, assim não deveria se deter em temas subjetivos que não contribuam para a vida do Homem, como fez a filosofia grega, que tratava de temas abstratos que não geravam benefícios práticos para a sociedade e para os seus membros.

A filosofia tradicional, para o autor, jamais contribuiu para o bem-estar do ser humano e para a evolução do pensamento científico, uma vez que esta possui excesso de argumentação e divagação que nunca foram capaz de criar um só obra útil e benéfica para a vida do Homem. Bacon, portanto, propõe a superação do silogismo aristotélico, que se baseia na argumentação lógica, pelo método científico, que se baseia na observação e na experimentação.

Para Bacon a ciência deveria ter como premissa a observação e a experimentação, pois as fantasias, tão usuais na sua e na nossa época, não contribuem em nada para a evolução da ciência e nem para a descoberta científica. Além disso não se deve fazer ciência como um simples trabalho mental e sim utilizar dos métodos experimentais e empíricos por ele propostos. A dialética, por sua vez, também não contribui para a evolução da ciência, pois através dela a mente pensa e cria ideias livremente sem a utilização dos métodos científicos.

Os principais empecilhos para o desenvolvimento da ciência, segundo Bacon, são os "ídolos", que geram uma visão distorcida do mundo. Os "ídolos da tribo", são as distorções da realidade geradas pela mente humana, os "ídolos da caverna" decorrem do contato do homem com o mundo exterior como a educação e os costumes adquiridos, os "ídolos do foro" são decorrentes do mal emprego da linguagem dos homens na vida pública e os "ídolos do teatro" são associados as falsas ideias geradas por mitos, superstições e pela filosofia. Tais "ídolos" são até hoje obstáculos para o desenvolvimento científico, pois geram falsas crenças e mitos que corrompem e desvirtuam o pensamento científico.

Portanto, Francis Bacon, deixa como importante legado para a ciência, através da sua obra Novum Organum, a fundação para a construção do saber científico, com o uso da experimentação e da recusa das falsas ideias que, por vezes, nos afastam da razão e da verdade. Assim devemos nos guiar pelos seus ensinamentos e cooperar para o avanço da ciência e, portanto, do bem-estar do Homem, através da aplicação do seu método, que tem como base a rigorosa observação e experimentação.

Natureza: templo sagrado da ciência.


Em crítica à filosofia escolástica, considerada estéril, Francis Bacon cria seu método empirista, o “Novo Organum”, que lida com a ciência que emana da natureza e tem como objetivo domina-la alcançando o imperium hominis (império do homem). Para Bacon, a ciência deve prover uma satisfação e o bem estar comum para os indivíduos de forma a não se fincar em teorias divinas ou mascaradas. E, ainda, a teoria baconiana procura abrir os olhos dos homem para que se desfaçam de seus “ídolos” que, para ele, são sofismas que dissimulam e preconceituam os fenômenos naturais e sociais.
A experimentação deve curar as fantasias da mente, ou seja, neutralizar o idealismo e criar uma dinâmica de renovação permanente que admita a constante evolução de saberes como a medicina, a física, a matemática, a geografia e muitas outras. É preciso cultivar a natureza pra que frutifique em ciência.

Ciência: abstração e utilidade

Francis Bacon preocupa-se em não confundir a ciência com a fantasia, para tanto sugere um reforço nas reflexões para que não se misturem a verdade e a imaginação. Para realização da ciência, sob sua concepção, são necessárias realizações de experimentos que demonstrem continuadamente a verdade. Aspecto de grande valor na ciência atual, pois é notável a quantidade de informações especulativas que pretendem representar um cientificismo a fim de obterem credibilidade.

Em Novum Organum é proposto um novo método para a ciência denominado a “cura da mente”. Este consiste em habituar a mente à experimentação, isto é, programar nosso intelecto a agir de acordo com os mecanismos da experiência. Esta “cura” representa uma tentativa da mente provar para si própria que suas concepções têm coerência, ou seja, um mecanismo que tende a desmentir alguns devaneios que não possam passar por experimentos, e então se desvia da verdade científica.

A utilidade da ciência é característica marcante do autor, uma vez que valoriza a aplicação de determinado experimento para uma mudança positiva da condição humana. Desta forma, contraria a filosofia grega que se preocupa com a sabedoria apenas no âmbito das palavras, ou seja, abstração da mente sem fins práticos. Analisando a atual realidade, a busca pelo prazer do saber na Grécia e a utilidade prática das ideias de Bacon são complementares para a ciência da maneira como se conhece hoje.

Um caminho sem rumo algum

"Uma cura da mente regulada por mecanismos". Seria esse o início de toda a estrutura social atual?
Bacon propõe esse pensamento, criticando e desprezando a filosofia grega, sem notar que ela serviu de base para a estrutura político-econômica-social que vivemos. Indago: o que seriam os filósofos (philos: amigo, sophia: saber) se não fosse correto ou produtivo pensar sem trilhos, sem dar limites à expansão de tudo o que se vem à mente?
É um equívoco tentar esquematizar e regulamentar tudo, pois, assim, se faz um homem limitado, incapaz, exato e previsível. É triste saber que esse pensamento se faz presente até então, já que, fazendo-se uma análise da população e dos seus meios, é notável que isso é visto na metodologia escolar e trabalhista, por exemplo. Um aluno é praticamente obrigado a aprender, se é que assim pode ser chamado, matérias e agregar conhecimentos que parecem irrelevantes, e serão, no seu futuro.
O pensamento deve, sim, ser deixado a solta, para que se crie um homem coerente, coeso e errante. E, se caso quiser guiá-lo, que seja de forma natural e auxiliar, como é feito nas grandes Academias, as Universidades.

Bacon: a natureza como fonte inesgotável de aprendizado.

Francis Bacon é considerado um dos fundadores do método indutivo de investigação científica, utilizado ainda hoje. Seu objetivo ao concluir sua obra "Novum Organum" foi fazer dos conhecimentos científicos um instrumento de controle da realidade pois afirmava que a lógica em uso era inútil para o avanço da ciência.Segundo ele a ciência deveria valorizar a pesquisa experimental, ou seja, chegar ao conhecimento determinando o alcance exato dos sentidos e rejeitando o "labor da mente".Assim, a mente não deveria ser entregue a si mesma pois ao ascender aos princípios mais gerais ela se detem e desdenha a experiência.Do mesmo modo não se deveria confiar cegamente nos sentidos, a verdadeira interpretação da natureza deve ser feita por experimentos e os sentidos servem apenas para julgar o experimento, no caso é função do experimento julgar a natureza.
Para o filósofo os responsáveis pelo insucesso da ciência seriam os "ídolos", que seriam os preconceitos da mente humana. Bacon divide os ídolos em : ídolos da tribo, ídolos da caverna,ídolos do foro e ídolos do teatro.
Ainda hoje percebe-se a influência dessas ideias pré-concebidas na interpretação humana de mundo. Os ídolos da caverna ,por exemplo, tem origem na educação,no hábito e na constituição da alma de cada um. Como ilustração pode se citar o âmbito jurídico, vê-se em jurisprudências como juízes tomam decisões diferentes a cerca de um mesmo tipo de caso, certamente influenciados por concepções adquiridas durante sua formação, ou seja, os ídolos da caverna.
Entre toda a complexidade de suas ideias percebe-se também importantes deduções que podem ser facilmente aplicadas na atualidade, principalmente com relação à grandeza da natureza. A citação "Pois a natureza não se vence,se não quando se lhe obedece." traz uma grande lição à atual postura humana, afinal percebe-se após as degradações ao meio feitas pelo homem manifestações naturais impossíveis de serem controladas. Desse modo, a grandiosidade do intelecto humano se vê impotente diante do poder da mãe natureza e sujeito às suas leis.
Através de sua obra e da de Descartes vê-se a dúvida evidente sobre os alicerces que sustentam o conhecimento humano, pode se abstrair de tais textos a importância do senso crítico e da postura curiosa diante das verdades do mundo.Abstrai-se também das ideias dos autores como a mente humana pode ser limitada e como é necessário a sede pelo conhecimento para que esses limites possam ser superados e a verdade realmente alcançada.

Danielle Tavares - (1º noturno)

Ciência e aplicabilidade

Francis Bacon, considerado o fundador da ciência moderna, inova ao criticar a ciência como mero exercício da mente e assim, propõe que a ciência tenha fins úteis para o homem. A partir de sua Instauratio magna (Grande Restauração), Bacon faz suas críticas à tradicional ciência baseada no método indutivo aristotélico, além de lançar as bases lógicas da ciência por ele proposta, que deveria dar ao homem o domínio da realidade. Ele afirma que os estudos e a sabedioria não podiam ser um fim por si sós, ou seja, o conhecimento não aplicado em ação nao passa de uma vaidade acadêmica. Bacon classifica a ciência em três grupos: 1) História civil e natural ou ciência da memória; 2) A poesia ou ciência da imaginação; 3) Filosofia ou ciência da razão, isto é, conhecimento racional de Deus, do homem e da natureza. Mas é a ciência da natureza que mais interessa a Bacon. O autor preocupa-se com os erros comuns que obstruem o acesso ao conhecimento verdadeiro. Ele chama esses erros de ídolos e os classifica em quatro gêneros: 1) os ídolos da raça (a deficiência do próprio espírito humano); 2) os ídolos da caverna (determinado pelas disposições subjetivas de cada um, e pelos costumes); 3) os ídolos do foro (referente ao mau uso da linguagem) 4) ídolos do teatro (são os erros provenientes das escolas filosóficas, que substituem o mundo real por um mundo fantástico). Trantando agora da interpretação da natureza, ele diz que deve haver equilíbrio entre o trabalho mecânico e o labor da mente, uma vez que ambos trabalhando em conjunto produzem muito mais. Para ele saber é poder, visto que ele propõe a ciência como forma de dominar a natureza em favor do homem. Partindo do princípio da experiência como fonte de todo conhecimento, Bacon preconiza seu Novo Método para a investigação científica. Este método baseia-se em três passos: 1) Observação dos fatos; 2) Colocação de hipóteses por indução; 3) Verificação experimental das hipóteses com maior número possível de experiências. Sendo assim, Bacon, o fundador da ciência moderna, notável político, inaugura a metodologia científica da ciência moderna, em vigor até os dias atuais.

Cultivo das Ciências X Descoberta Científica

O livro de Bacon de nome "Novo Organum" destaca dois métodos de se "fazer ciência ", ou seja,de se manisfestar o intelecto,o conhecimento.O primeiro diz respeito ao cultivo das ciências ou antecipação da mente o qual Bacon considera de pouca contribuição para a ciência de fato, porque se vale da dialética e dos intelectos nativos da mente.Tendo em vista esse não uso dos sentidos e da experimentação Bacon considera que a dialética serve mais para confirmar erros do que descobrir a verdade,já que ela não se vale da investigação, da interpretação e considera que desse modo,pequeno foi o avanço do desenvolvimento científico.
O segundo método é o da interpretação da natureza, que diz respeito às descobertas científicas,esse método é considerado por Bacon como o melhor qualificado no sentido de se obter um maior avanço do desenvolvimento da ciência porque utiliza ferramentas que o outro método anteriormente citado não usa como a experimentação,a exploração e a interpretação natural por meio dos sentidos.Para Bacon não é interessante buscar o conhecimento usando de bons argumentos ou opiniões elegantes,mas sim conquistar esse conhecimento desvendando a natureza e conhecendo a verdade claramente.
Posso afirmar que condordo com Bacon no sentido de que o melhor método para buscar a verdade seja o método da interpretação da natureza porque a ciência precisa de intrumentos para o seu desenvolvimento,necessita de exploração do mundo externo e dos sentidos com os quais o percebemos.Visto que baseado no segundo método a ciência se desenvolveu muito mais e teve uma contribuição muito maior para as descobertas cientícas do mundo, enquanto que o primeiro pouco ajudou a melhorar a condição dos homens, mesmo tendo durado um longo período.
Bacon me mostra que não basta exercitar apenas nossa mente usando da filosofia ou dialética para alcaçarmos a verdade, e sim que ela só é inteiramente obtida quando usamos do empirismo e das interpretações que a natureza nos oferece.

Bacon e o método experimental

Foi graças ao trabalho de Francis Bacon que o empirismo, que defende a experiência como principal (ou única) criadora de ideias, começou a se delinear da maneira como conhecemos hoje. Para ele, era necessário, entretanto, sistematizar e corrigir o método utilizado pelos empiristas anteriores, determinando o alcance exato dos sentidos e rejeitando, na maioria das vezes, o trabalho da mente. Era preciso também, antes de tudo, realizar uma cura da mente, sendo esta regulada por instrumentos e recursos auxiliares, tornando o trabalho intelectual melhor e mais correto.

Outro ponto interessante é que Bacon critica certos tipos de ciências, argumentando que tudo o que possuímos de científico nada mais são que combinações de descobertas anteriores, não constituindo nada de novo em sua essência, o que pode ser uma afirmação controversa se analisada nos dias de hoje, pois certamente desde a sua época o mundo foi inundado por teorias e descobertas inovadoras que causaram impacto no modo de vida das pessoas. Ele propõe então dois caminhos: um destinado ao cultivo das ciências e outro destinado à descoberta científica. O primeiro corresponde à "Antecipação da Mente", a base para o senso comum, acatado pela maioria dos homens, que considera como verdade o que prefere e atenta apenas aos acontecimentos positivos, além de rapidamente conduzir à fantasia. O outro corresponde à "Interpretação da Natureza", para aqueles que desejam ir além do que já existe e que se traduz na inovação e na experimentação sem limites.

Na verdade, podemos facilmente constatar que os sentidos sozinhos e sem o auxílio de outro tipo de trabalho são enganadores e duvidosos, e Bacon, tendo consciência disso, defende a realização de experimentos adequados e sistemáticos. Generalidades poderiam ser determinadas somente quando os experimentos tivessem produzido dados suficientes e então se chegaria aos axiomas mais gerais de todos, através do raciocínio indutivo. É importante ressaltar, por fim, que Bacon deu sua maior contribuição para o avanço do conhecimento na obra "Novum Organum", através do método experimental e da criação de um novo naturalismo.

Bacon e a experimentação

Para Francis Bacon, a verdadeira ciência tem que ter aplicatibilidade, é o meio pelo qual entendemos melhor o mundo e as reais intenções divinas para o mesmo. Dessa forma, ele é contra a filosofia clássica, porque ela visa, apenas, o "cultivo das ideias" para alcançar um conhecimento contemplativo, sem melhorar a condição da vida humana. Em seu método, o "novum organum", Bacon defende a experimentação sem limites, baseada nos sentidos e na razão, para chegar a uma verdade que melhore a vida humana, contudo, é necessário "rejeitar, na maior parte dos casos, o labor da mente", assim, impedindo que a mesma atue sozinha e cometa enganos.

“Não se aprende bem a não ser pela experiência” (Bacon)... associada à razão

Ao analisarmos a obra “Novum Organum”, de Francis Bacon, percebemos o quanto a ciência é algo relevante para o autor em questão. Bacon, em sua obra, exalta o conhecimento científico como sendo algo benéfico ao homem e acredita que este conhecimento deve servir aos interesses do ser humano, fazendo com que as pessoas estabeleçam o imperium hominis (Império do Homem) sobre as coisas.

No entanto, o filósofo em questão não aceita “qualquer tipo” de ciência. Ele não confia, por exemplo, naquela que é unicamente calcada na racionalidade, baseada somente em nossa mente. Para ele, a “cabeça” do homem é repleta de fantasias e idolatrias que nos confundem e que nos levam a conclusões equivocadas. Assim, um conhecimento baseado unicamente na razão também acabaria por conter equívocos.

Por não concordar com esta forma de ciência é que Francis critica renomados pensadores, como Aristóteles, sugerindo a criação de um novo modelo de sabedoria que superasse o aristotélico e que fosse responsável por fazer uma “Grande Restauração” (Instauratio magna) no conhecimento. Esse novo modelo, que une a razão ao empirismo (às experimentações), foi “batizado” de ciência moderna e é, ainda hoje, uma das formas mais esclarecedoras de pesquisa.

Muitos podem pensar que, atualmente, as ideias “baconianas” só são aplicadas às Ciências da Natureza, o que seria um grande engano. O homem moderno utiliza a técnica de Francis inclusive nas Ciências Humanas. Um profissional de Direito pode comprovar isso com facilidade. A maior parte dos trabalhos jurídicos não conta somente com a racionalidade. Por exemplo, não dá para estudarmos completamente a aplicabilidade da pena de morte no Brasil apenas através da análise de leis, decretos e jurisprudências. Temos que “ir a campo”, colhendo dados, como os do gráfico abaixo, para conseguirmos tornar os nossos estudos mais plausíveis e aplicáveis. No caso citado,portanto,fazemos nossas pesquisas unindo a razão, dos textos escritos, às experimentações, presentes nas entrevistas com a população.

Você é a favor da pena de morte no Brasil?

Retirado de: http://www.edeus.org/edeus/respostas_jovens.htm

em 01/04/11, às 22h07min.

Diante do exposto, podemos entender a importância das ideias desse alquimista, que foi um marco entre a Idade Média e a Idade Moderna. Bacon, literalmente, “morreu experimentando”, mas foi recompensado: seu “novum organum”, seu “novo método”, ainda é a base da ciência atual.

Preenchendo a lacuna

A busca pelo conhecimento e o aprimoramento do trabalho científico visam, sem dúvida, ao benefício da espécie humana através da observação e compreensão do meio que nos cerca.Bacon discorre sobre dois métodos nos quais a ciência pode ser baseada : A antecipação da mente e a Interpretação da natureza.

Sua justificativa para a inadequação do primeiro método parece desconsiderar a efetividade do trabalho coletivo, aquele defendido por Descartes, baseado na continuação dos trabalhos alheios anteriores de modo a evitar perdas desnecessárias. Isso, é claro, imprescinde de adaptações à realidade e às condições vivenciadas em cada época do estudo a ser continuado, mas não invalida sua aplicação.

Já na proposição do segundo método, Bacon defende assiduamente a exploração e a experimentação ilimitada como forma de obter sucesso na busca pela verdade.Assim, evita-se o senso-comum, "os erros radicais perpetrados na mente" e permite-se a dissociação entre real e idealizado.Apesar do tempo que separa o escrito de nossa realidade, a aplicação da Interpretação da natureza pode, e ainda é, embora não exclusivamente, aplicada no estudo da ciência.
O autor ignora, contudo, a associação de seus dois métodos de forma complementar para o estudo científico que, como observada na atualidade, contribui mais efetivamente para o avanço do conhecimento do que quando empregado apenas este ou aquele métodos.

Um grande entrave à imparcialidade da ciência previsto por Bacon são os Ídolos que, fixados ao intelecto humano, sejam naturais ou advindos do meio externo, dificultam o acesso à verdade.
O âmbito cultural e as relações interpessoais travadas por nossa espécie são grandes contribuintes para a má interpretação dos fatos e para a implementação de juízos de valor.

Isso evitado, se não saná-la, iríamos ao menos reduzir a lacuna entre idealização da mente humana e intenção divina.







O conhecimento em si mesmo é poder.

Bacon foi considerado por muitos o patrono intelectual da sociedade. Ele foi um dos primeiros a ver que o conhecimento científico poderia dar ao homem poder sobre a natureza, portanto, que o avanço da ciência poderia ser usado para promover o progresso e a prosperidade humanos. Mas achava que ninguém cuidara disso da maneira certa.

Bacon propôs um método poderoso e altamente disciplinado para a aquisição de um conhecimento sobre o mundo que possibilitasse a descoberta de leis naturais, num movimento do particular para o geral, conhecido como indução; feito isso, poderemos fazer prognósticos apurados.

Se, ao contrário, aplicássemos a lei nos casos particulares, nos moveremos do geral para o particular, num processo dedutivo. O método de Sherlock Holmes, aludido como dedução, em verdade é a indução.

Essa formulação do método científico teve uma grande influencia do século XVII ao XX. Várias gerações de cientistas e de filósofos foram guiadas por ela, avaliada como o caminho correto da diferenciação entre o conhecimento científico e outros tipos de conhecimento.

Bacon nos alerta contra as falsas noções que nos levam para longe do pensamento, o que ele chama de ídolos. Os “ídolos do teatro” são sistemas de filosofia que representam a realidade de maneira enganosa. Estão presentes nos dias de hoje naquilo que chamam de ideologia, que cria uma falsa consciência.

Bacon separou a ciência da metafísica, vendo que as explicações científicas eram fundamentalmente causais, não explicações em termos de suposições.

Suas afirmações do papel essencial da observação e do experimento para a aquisição de conhecimento confiável tiveram um importante valor, e sua insistência para que nunca nos esqueçamos do exemplo negativo, que nos guiará às conclusões certas.