Francis Bacon, em sua obra Novum Organum, estabeleceu as diretrizes que deveriam nortear a ciência desde então. Através da sua nova concepção de como fazer ciência foi possível o estabelecimento do atual método científico onde impera o uso da experimentação sobre o uso do silogismo aristotélico. Dessa forma o autor discorre sobre a finalidade da ciência, a superação da filosofia tradicional, a observação e experimentação como método científico e os empecilhos para o desenvolvimento do pensamento científico.
A finalidade da ciência seria, segundo Bacon, a melhoria da condição humana. Portanto a ciência deveria contribuir para a busca de uma melhor qualidade de vida e para a evolução do ser humano, assim não deveria se deter em temas subjetivos que não contribuam para a vida do Homem, como fez a filosofia grega, que tratava de temas abstratos que não geravam benefícios práticos para a sociedade e para os seus membros.
A filosofia tradicional, para o autor, jamais contribuiu para o bem-estar do ser humano e para a evolução do pensamento científico, uma vez que esta possui excesso de argumentação e divagação que nunca foram capaz de criar um só obra útil e benéfica para a vida do Homem. Bacon, portanto, propõe a superação do silogismo aristotélico, que se baseia na argumentação lógica, pelo método científico, que se baseia na observação e na experimentação.
Para Bacon a ciência deveria ter como premissa a observação e a experimentação, pois as fantasias, tão usuais na sua e na nossa época, não contribuem em nada para a evolução da ciência e nem para a descoberta científica. Além disso não se deve fazer ciência como um simples trabalho mental e sim utilizar dos métodos experimentais e empíricos por ele propostos. A dialética, por sua vez, também não contribui para a evolução da ciência, pois através dela a mente pensa e cria ideias livremente sem a utilização dos métodos científicos.
Os principais empecilhos para o desenvolvimento da ciência, segundo Bacon, são os "ídolos", que geram uma visão distorcida do mundo. Os "ídolos da tribo", são as distorções da realidade geradas pela mente humana, os "ídolos da caverna" decorrem do contato do homem com o mundo exterior como a educação e os costumes adquiridos, os "ídolos do foro" são decorrentes do mal emprego da linguagem dos homens na vida pública e os "ídolos do teatro" são associados as falsas ideias geradas por mitos, superstições e pela filosofia. Tais "ídolos" são até hoje obstáculos para o desenvolvimento científico, pois geram falsas crenças e mitos que corrompem e desvirtuam o pensamento científico.
Portanto, Francis Bacon, deixa como importante legado para a ciência, através da sua obra Novum Organum, a fundação para a construção do saber científico, com o uso da experimentação e da recusa das falsas ideias que, por vezes, nos afastam da razão e da verdade. Assim devemos nos guiar pelos seus ensinamentos e cooperar para o avanço da ciência e, portanto, do bem-estar do Homem, através da aplicação do seu método, que tem como base a rigorosa observação e experimentação.