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terça-feira, 29 de março de 2022

Racionalismo Predatório

   Sejamos  todos cartesianos, crentes de que uma verdade só pode ser constatada através de um método científico, para que todas as dúvidas existenciais sejam sanadas e que a relativização do mundo possa ser colocada  como algo superado. Acreditemos que  as relações interpessoais possam ser entendidas sem ambiguidade das partes, fazendo com que suas resoluções sejam cabíveis de serem únicas e conclusivas. Entendamos o mundo como uma máquina que obedece a racionalidade em todos seus vínculos e que não abre exceção para  sentimentos e sensações. Procuremos sempre o ganho e a maior produção de conhecimento útil, fazendo com que as peculiaridades de todos objetos de estudo sejam desvendadas pelo cientista, através do incansável consumo de matérias disponíveis em nosso planeta, sejamos capazes de construir as mais refinadas tecnologias e maior concentração de polos de desenvolvimento.

    Sejamos parados pelo meio ambiente. Sejamos miseráveis pela falta de bens disponíveis a nós. Sejamos, assim, extintos. A relativização daquilo não tangível será inconcebível e irreparável e  Francis Bacon já entendia a necessidade da procura do bem- estar do homem como ponto de partida para o conhecimento científico, entendendo que a predação entre os humanos e a criação de ídolos seriam apenas impasses para o conhecimento útil.  Sendo assim, tendo-se como exemplo o filme ´´O Ponto de Mutação´´, percebe-se durante a longa conversa entre os personagens  que René Descartes,  apesar de conseguir passar um método funcional de conhecimento, cria um modelo insustentável, que despreza os ideais que possibilitam a sociedade ser um meio funcional de desenvolvimento pessoal, fazendo com que seu pensamento seja fadado ao exagero de partes. Dessa forma, quando Francis Bacon discorre sobre ainda haver aquilo que deve ser descoberto, há a abertura de precedente para a preservação e o entendimento de que ainda podemos fazer mais, seja qualquer momento estivermos de desenvolvimento.
  Maria Julia Pascoal da Silva 
   Direito matutino- turma 39
 

A Revolução Racional

 Para Descartes, o conhecimento deveria ser baseado nas ideias inatas, ou seja, para o conhecimento ser dado como verdadeiro, este precisaria de ser sustentado por fontes racionais e não em fontes empíricas, baseadas na experiência e no conhecimento sensorial. Esta ideia revolucionou o mundo e o modificou de maneira irreversível, tanto para o lado bom quanto para o lado ruim. 
 Esta maneira de pensar foi contra tudo oque estava estabelecido naquela época, o pensamento escolástico, baseado fortemente nos filósofos gregos, sofreu um grande golpe, as criticas foram contundentes à falta de objetividade presente nessa vertente de pensamento onde, segundo Bacon, “Os gregos, com efeito, possuem o que é próprio das crianças: estão sempre prontos para tagarelar, mas são incapazes de gerar, pois, a sua sabedoria é farta em palavras, mas estéril de obras", com isso, notando esta necessidade de resultado físico e de produção, podemos observar como esse ideal filosófico foi um dos principais propulsores da sociedade capitalista.
  Entretanto, é notável que, este modo de pensar, fechou e abriu novas lacunas na sociedade, o racionalismo foi importante para fomentar a ciência e o pensamento crítico, incentivando a dúvida e a busca de uma verdade sem contradição, em critica a igreja da época e aos pensamentos baseados totalmente nos sentidos, contudo, essa racionalização torna-se muitas vezes infértil no âmbito criativo, tornando a ação do homem mecanizada, anulando um parte da alma humana, um filme que denota esta ideia é o célebre Equilibrium, este filme se passa em um universo distópico onde, após uma guerra mundial, o mundo é controlado por um regime autoritário que impõe que a população tome uma droga chamada Prozium que adormece as emoções, criando assim um sociedade supostamente ''perfeita'', o protagonista, em um espasmo de sanidade e não racionalidade, para de tomar o remédio e reencontra-se com a sua humanidade, pouco a pouco ele começa a notar os pequenos detalhes da vida, passando por um processo iniciático, do qual lembra o memorável diálogo de matrix, onde Neo pergunta à Morpheu " Por que meus olhos doem?" e é respondido por: " porque você nunca os usou antes". 
 Por fim, é necessário notar como o racionalismo foi importante para a modificação da sociedade, fazendo um contraponto contra os ideais dogmáticos, tornando, assim, a sociedade mais aberta ao diálogo e a crítica, porém, em consonância, esta filosofia, muitas vezes, anula a alma do homem, o tornando um ser mecanizado, parafraseando Ricardo Reis, um dos principais heterônimos de Fernando pessoa: "Deixemos, Lídia, a ciência que não põe

Mais flores do que Flora pelos campos,

 Nem dá de Apolo ao carro

 Outro curso que Apolo.

Contemplação estéril e longínqua

Das coisas próximas, deixemos que ela

 Olhe até não ver nada

 Com seus cansados olhos."




NOME: Kaike de Sousa da Silva

TURMA: Direito Noturno - Primeiro Ano  

Século do extremismo político: o esquecimento das ideias de Bacon e Descartes

 

Século do extremismo político: o abandono das idéias de Bacon e Descartes 

TEMA: O extremismo político como fruto do esquecimento dos ensinamentos de Descartes e Bacon

Durante o século XXI, observou-se um aumento nas manifestações de cunho político tanto em ambientes virtuais como nas ruas, sendo essas manifestações divididas em dois grupos: um deles de carácter emancipatório e o outro de carácter opressivo. Entretanto, venho por meio desta análise dar ênfase apenas no extremismo presente nestas manifestações e a explicação para este fenômeno social através das teorias da construção do conhecimento científico apresentado por Francis Bacon e René Descartes.

O extremismo político presente em manifestações sociais e o indivíduo inserido nesse contexto possuem como característica marcante de seu perfil a convicção de que o conhecimento político, econômico e social obtido pelo grupo ou pelo indivíduo se define como a verdade absoluta, automaticamente o impedindo de receber críticas e posicionamentos opostos ao o que se encontra em discussão. Outro ponto referente ao perfil destes indivíduos e deste tipo de comportamento, se resume a sustentação das ideologias em questão em ídolos políticos de maneira quase religiosa, geralmente possuindo alguma influência de fato da religião na maneira como os preceitos ideológicos daquele grupo são escolhidos e na maneira como aquele ídolo político é visto pelo grupo ou indivíduo. 

 Em uma primeira análise, a partir da ótica de Descartes, destaco como o esquecimento ou a opção por ignorar o conceito de que o questionamento constante daquilo que consideramos verdade é um passo importante na busca pelo conhecimento verdadeiro, é a principal engrenagem na máquina do funcionamento do extremismo. Considerando também a intensa presença das sensações, característica humana considerada por Descartes como agente responsável pelo desvio do caminho do conhecimento verdadeiro e que deve ser abandonada pelo ser humano no processo de busca da verdade, no processo de obtenção do conhecimento quando se é permitido o lado não racional do ser humano e a falta de clareza interferirem nas decisões racionais.

Agora, a partir da ótica de Bacon, é de extrema importância salientar como a presença de ídolos nesse tipo de comportamento mostra a falta de clareza do grupo ou do indivíduo, pois, para Bacon, a presença de ídolos demonstra uma distorção da realidade por parte de seus seguidores, tendo a interferência das paixões e dos sentimentos como a responsável por essa distorção. Para Bacon, os sentidos não possuem competência para nos ajudar a distinguir o falso do real quando se trata da realidade, o que pode interferir na experiência empírica da formação do conhecimento.

 Nome: Pedro Henrique Cleis de Oliveira

Turma: Direito Matutino - 1° Ano 

           

 

 

Qual a melhor escolha: Bacon ou Descartes?