A obra em questão mostra-se um divisor de águas entre o modo de pensamento coberto pelo véu religioso, e a luz que representa o uso da razão. Na época em que Descartes nasceu, o conhecimento oficial era derivado da religião, e aplicado á ciências que agora consideramos com alternativas, tais como astrologia, alquimia e mágica. Com isso, vivera em um mundo onde a sabedoria era absorvida de uma fonte que não o homem, e que, por consequência atribuía os fenômenos á configuração metafísica.
A partir de então, o autor utiliza-se do conceito Cogito ergo sum como princípio elementar para construir uma linha de raciocínio na qual em suas palavras, ele “era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de lugar algum, nem depende de qualquer coisa material”.
Com isso, Descartes defende que o modo de conhecimento depende apenas da razão, e, portanto, do homem. Busca uma interpretação de justiça do homem pelo próprio homem, a partir de uma preconização de uma racionalidade que passa a ser a base de todas as ciências, mas o autor considera que o desenvolvimento desse novo método de conhecimento é cumprir o desígnio divino de dominar - assim como o Criador – todas as coisas, á medida em que mostra Deus como um arquiteto maior e o homem, por ser dotado da razão, o único capaz de desvendar o mundo.
Portanto, embora a obra toda represente um novo curso para as ciências humanas, ao mostrar-se conservadora nos princípios religiosos, não caracteriza-se emtodo uma divisão dos padrões sociais, e sim em uma adição á sociedade conservadora da época.