Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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domingo, 19 de agosto de 2012
Não se adapte, se puder
Foi Deus que quis
Uma religião que envolve a predestinação e a riqueza como sinais de uma boa resposta de Deus ao trabalho empenhado em vida, concilia os valores capitalistas de uma forma tênue. Os resultados dos esforços pessoais são colhidos aqui mesmo. Se há lucros, é por que se está seguindo o caminho certo. Se não os há é por que alguma razão há para não os merecer.
Outro ponto interessante é a valorização do trabalho e depreciação do ócio. Antes, o ócio era considerado necessário para a dedicação a atividades intelectuais, artísticas e políticas. Contrariando esse pensamento, o protestantismo afirma que o trabalho é a fonte da virtude. Deixar de trabalhar é o mesmo que desviar de um fim bom. Dessa forma, fica plausível manter funcionários com jornadas de trabalho intermináveis e salários curtos e é aceitável continuar trabalhando nessas condições acreditando que sua vida simplesmente foi planejada para ser dessa forma.
Sendo assim, a busca por um alívio da consciência dos burgueses encontrou esteio no protestantismo que, ao mesmo tempo, serviu de consolo para os operários. E é muito fácil lidar com a conformidade dos submissos, principalmente quando há razões com princípios divinos que permitem e suportam sua alienação. Só restava torcer pra nascer predestinado na próxima vez.
A ética da pobreza e desigualdade
O curta possui certo caráter documental e humanista, características que podem ser percebidas pelas primeiras frases da obra “Este não é um filme de ficção, existe um lugar chamado Ilha das Flores. Deus não existe”, demostrando a postura histórica e realista do problema, não dando espaço para superstições. O link da obra completa, que possui aproximadamente 10 minutos de duração, segue abaixo.
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Ligitimação e adaptação capitalista
A doutrina religiosa que ultrapassou o campo religioso
Capitalismo justificado pela fé
Bom burguês, bom malandro
Weber, Capitalismo e Protestantismo.
Sono tranquilo
Ao refletir sobre esses pensamentos de Weber, é possível identificar na sociedade moderna certas características que dão sustentação às suas suas ideias. Cada vez mais o ser humano usa da razão, e somente dela, para explicar tudo ao seu redor. Isso nos tornou pessoas demasiadamente céticas e mais distantes umas das outras. Não esperávamos, porém, que esse ceticismo ao invés de facilitar, tornaria nossa vida mais difícil, pelo simples fato de que deixamos de acreditar. Deixamos de acreditar nas pessoas, nos sonhos, na fé. Talvez devêssemos rever essa transformação que o mundo moderno causou (e ainda causa) no nosso modo de ver a vida.
Maria Cláudia Cardin - 1° ano Direito Diurno
A racionalização capitalista
Religião e Racionalidade
As religiões oriundas da Reforma Protestante valorizavam muito o trabalho como forma de salvar a alma, o ócio era visto como um vício e era condenado pelos religiosos, defendendo, portanto ações sociais a fim de reduzir ou acabar com o desemprego.
O calvinismo tinha como uma de suas principais idéias a predestinação; alguns homens nasciam predestinados ao trabalho e consequentemente ao lucro, que era visto com "bons olhos" já que era resultado do trabalho, que afinal, era uma virtude da humanidade. Entretanto, outros homens eram predestinados ao ócio, eram então, condenados a miséria, tudo estava escrito já.
Dessa valorização do trabalho e do lucro fottalecem-se as sociedades capitalistas, isso pois burgueses adotam essas idéias religiosas já que o cristianismo condenavam a acumulação de capital. Sendo assim, essa ética religiosa se espalha pelo mundo, principalmente Estados Unidos e Inglaterra, fazendo com que esses países se tornassem potências econômicas.
Essa ética religiosa foi a maneira encontrada para estimular condutas humanas, tanto no aspecto religioso como na vida material, é a "racionalização da religiosidade" , pois é por meio do protestantismo que as condutas das pessoas são moldadas, ressaltando a valorização do trabalho como forma de salvar a alma e o lucro apenas como consequência de um trabalho aceito por Deus.
Arma em defesa da ética
Dominamos e fomos dominados
A BRASILIDADE, SUA MALANDRAGEM E SEU CAPITALISMO
As bases do capitalismo
Mediante uma filosofia econômica complexa e ideologias que passaram a serem difundidas após o feudalismo, Max Weber passa a analisar suas origens e a tentar entender os fundamentos que serviram de base para os preceitos econômicos de sua época e da época atual. Tendo chegado dessa forma na raiz do capitalismo, e as diretrizes que deram origem a essa forma econômica.
Weber passa a compreender então princípios do protestantismo que deram origem a relações econômicas que passaram a ficar intrínsecas nas gerações futuras, transcendendo ate mesmo os níveis culturais e sendo muitas vezes utilizado, ainda que sem intenção por outras culturas.
Tendo por base o racionalismo a ética protestante exigia que seus fiéis cultuassem ações comedidas e pensadas, valorizando o trabalho, e a organização. Dessa forma as doutrinas religiosas promoveram um crescimento econômico forte, já que forçou seus fiéis a assumirem uma postura mais dedicada e consequentemente mais produtiva. Sendo assim o homem passa a ser guiado pela sua crença a assumir uma postura racionalista, de analisar as situações e pensar no que seria viável ou não, excluindo dessa forma decisões que comprometessem o seu trabalho, ou melhor dizendo, que comprometessem seus objetivos.
A analise protestante era simples visava ações baseadas na analise previa, ou seja, não se compra um bem sem antes juntar dinheiro, sem antes economizar. Eram conceitos simples, mas que levavam a uma vida regrada e em uma busca cada vez maior de capital. Tais conceitos foram aderidos ao longo da historia, por mais que a cultura seja diferente, a religião seja diferente, a lógica passou a ser a mesma, e em busca de um objetivo, passou-se a utilizar os métodos racionais do protestantismo, e isso culminou na disseminação do capitalismo ao longo dos séculos.
Capitalismo, o clássico vilão.
Gerações de pastores
A racionalização do ser humano não ocorreu meramente pelo acaso ou como um evento cronológico, o que se deve considerar é que em cada período da história existiram pastores culturais, religiões e crenças conduzindo as classes sociais, principalmente a oprimida, para manter o sistema em ordem.
Na Antiguidade, o modo de viver e pensar eram singulares, assim como na Idade Média o catolicismo era robusto. Entretanto, com o declínio do feudalismo e o desenvolvimento do comércio, um novo modo de pensar e conduzir a humanidade surgiu, o qual está presente até os dias atuais.
Diferentemente de Marx, Webber dita que o fator cultural gera o econômico, sendo um pilar fundamental para o desenvolvimento financeiro. As expressões como "sou trabalhador" ou "Deus ajuda a quem cedo madruga" revelam que estas duas áreas do pensamento estão totalmente ligadas, tanto para formar uma mentalidade ou para conduzir um alienado.
A razão neste atual dogma é como a estrutura óssea de um corpo, fornece o alicerce e os movimentos, ajudando tanto na auto preservação como para sua expansão. Assuntos jurídicos, científicos, contábeis e até o homem foram racionalizados, os tentáculos do sistema vigente atingiram todos os setores.
Este dogma é o protestantismo, o qual prega padrões de conduta alinhados ao capitalismo, os princípios das pessoas ligadas ao modo de trabalho, um indivíduo é considerado "honesto" se obedece a todas as regras do sistema e trabalha 8 horas por dia sem nenhum questionamento, cabe decidir se a palavra adequada seria "honesto" ou ALIENADO.
O fato a ser observado é que sempre existirão pastores para conduzirem a humanidade, ao mesmo tempo em que um morre, outro surge para comandar, ou melhor, dominar. Se o meio cultural é o princípio de tudo, por que não temos um pastor que pregue a igualdade? Nada melhor que fazer esta pergunta para Hobbes...
João Pedro Leite - 1 ano Direito Noturno
Racionalização do mundo
Weber retrata em sua obra que a reforma protestante trouxe consigo um padrão de comportamento, uma ética que é encorporada como a ética da vida, que ultrapassa o âmbito religioso e dissemina-se universalmente, sendo tão forte a sua presença e esses preceitos são cobrados continuamente. Esse padrão de conduta é baseado em uma disciplina em prol da racionalização, de um equilíbrio, podemos notar que no final do século XIX EUA e Inglaterra eram potências mundiais, e tinham como religião predominante o protestantismo.
O capitalismo muda as relações em todos os sentidos, e por mais que o homem tenha resistido em uma sociedade pré-capitalista, há até a racionalização do "eu", surge a pessoa jurídica, um ente racional; com a racionalização contábil o homem separa a economia doméstica da empresa; há a racionalização científica, no sentido de empreender com a ciência, sendo esse o impulso da economia e que não teria êxito sem a racionalização jurídica, que baseia-se em um determinado sistema legal que faz o negócio perdurar, já que as chances de alguém empreender, inovar sem ter uma garantia jurídica são ínfimas.
Weber acredita que o capitalismo é mais forte do que um embate de classes, é um embate cultural, que foi criado a partir do modo de vida de um grupo de pessoas, a ética do trabalho é a ética do burguês. Diferente dos católicos que enxergam como o que é do mundo é degenerado, o protestantismo quer abraçar o mundo, quer a sua racionalização, a sua dominação, para o acúmulo de riqueza, o qual é um sinal de predestinação, não é mesquinhez, nem avareza, é virtude, trazendo também a ideia de que o homem trabalhador é sinônimo de um homem honesto, quem não se adapta a essa maneira de vida, mesmo não sendo da religião protestante, ou não ascende ou viverá à margem.
O valor maior?
"Pai Nosso" do Protestante
Capital nosso que estais no banco
Otimizado seja o vosso juros
Venha a nós o vosso lucro
Seja feita a vossa vontade
Dentro da empresa e do cartel
A mais valia nossa de cada dia nos dai hoje
Alienai os nossos operários
Assim como nós nos alienamos com o crédito que nos tem prometido
E não nos deixeis sem meios de produção
Mas livrai-nos da pobreza
Amém
A Ética do Trabalho
De Diógenes a Benjamin Franklin
A racionalização do homem
Muito se questiona a eficácia dessa tese. Será que se o Brasil tivesse sido colonizado por protestantes, nós teríamos condições melhores? Talvez sim, mas não acredito nesse tipo de questão colocada dessa forma. São vários fatores que determinam o espirito de uma sociedade, não apenas a religião. Até acredito que a religião católica traga atrasos no sentido econômico, por se preocupar mais com o metafisico do que com as questões materiais. Inclusive vale citar o exemplo maior: Jesus Cristo, que passa a imagem do homem sofredor, pobre, que não explora o próximo; assim como a maioria dos santos.
Acredito que as preocupações de cada uma dessas religiões diferem muito no sentido de expor comportamentos diferentes nos fieis. Cada um traz consigo os preceitos religiosos para todos os campos de sua vida, seja ela politica, econômica, sexual, pessoal e etc. E isso acaba refletido como um todo pela sociedade, dependendo do número de pessoas adeptas. No entanto, como dito anteriormente, não é só isso que determina os rumos desse grupo. Um católico hoje em dia usa preservativos e não nega, assim como continua afirmando ser católico.
O fator torna-se menos seguro de avaliação por permitir um certo afrouxamento. Aqui no Brasil, religião não é uma pauta radicalizadora e geradora de guerras. Nós brasileiros dificilmente lidamos de forma mais dura, atualmente, com a religião de cada um. É uma sociedade aberta, seja isso para o bem ou para o mal.
Weber vai além.
Não mais basta caracterizar o sistema capitalista, para que possamos realmente conhecê-lo é preciso penetrar suas entranhas e seus sustentáculos, desde a fundação ideológica até os processos legalista que mantêm seu império soberano. Weber o fez.
Mergulhamos, ao degustar Die Protestantische Ethik Und Der Geits des. Kapitalismus, em um digressivo jogo de argumentos enxutos e claros que objetivam compreender a singularidade do ocidente, na qual o autor não só acredita, como sustenta que a origem do capitalismo advém de uma vertente religiosa/doutrinária chamada protestantismo.
Estamos diante das entranhas, o que era, em principio, uma ética religiosa se desprende do sagrado, recebemos mundanamente e a cultivamos destilando vagarosamente nossa própria reestruturação racional, modificamos nossa consciência com as premissas da virtude do trabalho e da acumulação monetária engendrada pela ideia calvinista da predestinação. As estruturas mentais do capitalismo travam grandiosas batalhas e vencem a guerra.
Depois de sucintamente percorrermos as entranhas, alcançamos os sustentáculos, logo notamos sua jurídica solidez, rebocada pelo concreto dos artífices do direito privado. O bedel da área em que estamos intitula-se pessoa jurídica e nos remete, de maneira verosimilhante, a exemplificação dessa consolidação artificial de pessoa na “common law ianque“ :
Capitalismo protestante
(A)Ocidentalmente tentaculados
"Poço sem fundo"
Ele também afirma que a racionalização de tudo é o que promove esse capitalismo ocidental que conhecemos hoje, e que a gestão do espírito capitalista é não consumir, mas sim acumular e reinvestir para que se tenha cada vez mais.
Percebemos claramente e corretamente essas afirmações de Weber no nosso dia-a-dia. Realmente esse "espírito capitalista" ultrapassou os limites do sistema capitalista, ele se expandiu e tornou-se geral. Temos contato direto com essa ideologia de acumular, acumular e acumular cada vez mais.
As pessoas têm um objetivo tão fixo que ganhar de dinheiro e e ter cada vez mais dinheiro, que se esquecem que ele serve como moeda de troca para algo que lhes dê prazer, bem-estar. Deixam de "aproveitar a vida", de desfrutar do que gostam para acumular algo que, por si só, não tem valor algum, afinal o dinheiro nada vale se não for usado. Essa lógica acaba sendo um tanto quanto ilógica.
Os valores da sociedade mudaram, e o trabalho, o acumulo de capital significam virtude. O homem atual trabalha para ter cada vez mais, já o homem antigo trabalhava para suprir suas necessidades e só.
Portanto, vemos atualmente muito do que Weber expôs em sua obra. Esse espírito capitalista não é exclusivo do sistema capitalista, e nem surgiu com ele.
Novos Direitos de Propriedade
Esse é o caso do Banco de Cordão Umbilical Brasil, ou BCU Brasil. A franquia, que tem raízes no México, aportou no Brasil em 2009 e já conta com 50 unidades em praticamente todos os estados do País. Seu trabalho consiste em coletar o sangue do cordão umbilical de recém-nascidos e preservá-lo para uso médico das células-tronco no decorrer da vida desses indivíduos
Segundo a responsável administrativa e de operações do BCU, a cirurgiã vascular Adriana Homem, a franquia partiu de cinco procedimentos mensais no início de 2011 para 250 atualmente - e espera chegar a 350 até o fim 2012.
A prática é alvo de polêmica. Tanto a Sociedade Brasileira de Hematologia quanto a Comunidade Europeia de Hematologia desaconselham o procedimento. "Há alguns casos, raros, em que pode haver tal necessidade, mas isso não justifica pagar pela preservação das células-tronco de cordão umbilical", afirma Patrícia Pranke, chefe do Laboratório de Hematologia e Células-Tronco da Faculdade de Farmácia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e fundadora do Instituto de Pesquisa com Células-Tronco de Porto Alegre. Ela explica que o uso de células-tronco provenientes de cordão umbilical é recomendado principalmente para doenças genéticas e leucemia. Nesses casos, o comitê de ética europeu desaconselha o uso das células do próprio paciente e recomenda o uso das de terceiros - o que não é coberto pelos bancos privados, mas sim pelos públicos.
A coleta é realizada por enfermeiros contratados, aos quais o franqueador oferece treinamento. Depois de treinado, o franqueado é avaliado sobre o comportamento médico da empresa. "Fiscalizamos para evitar que alguém crie expectativas irreais para os pais", explica Adriana Homem.
O franqueador auxilia também no marketing, com treinamento de vendedores e o fornecimento de material gráfico e suporte operacional através de sites.
Para ela, o sistema de franquias melhora a gestão da empresa por manter uma administração descentralizada, realizada de perto por cada franqueado. “
Max Weber, ao analisar o fenômeno do capitalismo e sua repercussão na sociedade, nos mostra o fator principal da perpetuação de tal fenômeno como sistema econômico: o racionalismo. Mais do que simplesmente pregar o acúmulo e o consumo desenfreado, o capitalismo conseguiu atingir formas para a constante renovação e dinamização. É notável, entretanto, que tal característica, com o passar do tempo, não mais se limitou ao campo econômico e passou a ser adotada em diversas partes da vida humana.
Uma empresa, para atingir o máximo rendimento e consequentemente o lucro, precisa valer-se de uma estrutura deveras rígida, com horários bem definidos e invioláveis, eliminado, inclusive, quaisquer formas de obstrução ao seu funcionamento. A empresa, entretanto, por sua natureza artificial e por unicidade de objetivo, possui, de certa forma, uma justificativa, para essa postura; o problema ocorre quando esta postura é utilizada pelo homem em uma tentativa de racionalizar a própria vida.
Dessa forma, não são raros os casos em que, para atingir um "melhor desempenho", pessoas abram mão de quaisquer formas de lazer e relaxamento, como que se tais coisas fossem potencialmente obstrutivas ao estudo ou ao acúmulo de dinheiro, agem como se a vida fosse dividida em duas partes: na primeira somente se acumula e trabalha, e na segunda, devido ao esforço prévio, desfruta-se dos prazeres da vida. Acontece que, a vida, imprevisível como é, nem sempre segue os rumos desejados por quem a vive, e, assim, corre-se o risco de se levar uma vida cuja "primeira parte" foi a única parte.
É evidente, portanto, que o ato da racionalização pode ser muito eficiente quando utilizado em determinadas situações da vida, sendo, inclusive, trunfo basilar do capitalismo. Nota-se, entretanto, que, quando utilizado na tentativa de regimento da vida, pode não só tornar enfadonha e sistemática a vida de quem o utiliza, mas também criar a ilusão de uma perspectiva que talvez nunca seja atingida.
A Ética Protestante como código de trabalho
Giovanna Cardassi
Um novo modo de vida
A modernização capitalista necessita da racionalização, e sem ela essa cultura seria impensável. Há de se ter, portanto elementos éticos e de conduta que possibilitem isso. Traz então a chamada ética protestante a ser uma ética universal, assim o que era a princípio uma ética religiosa, desprende-se dessa condição particular e, já hoje, é algo inerente à vivência de todos nós. Torna-se então comum à todos os homens e mulheres, o espírito racional do capitalismo.
Essa nova ética tem como novidade que os homens passam a fazer na vida cotidiana aquilo que faziam vislumbrando a vida espiritual, dessa forma trazem para o mundo terreno um determinado padrão de conduta que possibilitará não apenas o vislumbramento da vida após a morte como também a dominação do mundo físico. O que essa nova ética produz é uma perspectiva de eliminação do dualismo religioso, não existindo mais diferença entre o que é mundano e o que é espiritual, fazendo com que muito do que antes seria anti-ético se adaptasse muito bem à essa nova maneira de pensar.