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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A ruína que aconteceu e não nos demos conta.

Ruína - ru·í·na 
(latim ruina-aequedaruínadesastredestruição)

  1. Ato ou efeito de ruir.
  2. Resto de edifício desmoronado.
  3. Dissipação.
  4. Perdadestruição.
Tendo como base tal definição da palavra ruína, analisamos o processo proposto por Marx como motor da vida em sociedade: o materialismo dialético; sob égides as quais indicam a presença de um gérmen de destruição contido em cada sistema ou organização implantado.
Considerando tal gérmen de contradição como responsável pela dissipação do sistema anteriormente implantado, questionamo-nos: frente às inúmeras contradições do Capitalismo, qual o alicerce garante sua não-ruína? Ou então, outros podem argumentar a inexistência de contradições no dito sistema, provada por sua permanência ao longo dos séculos. Afinal, Marx escreve entre ventos do século XIX, não?
Contudo, pensemos. 
A fortaleza de tal sistema não se enquadra na ignorância da fraqueza humana?
Marcantilização atroz, fetichismo da mercadoria, redução de seres humanos pensantes (?) a meras ferramentas de uma grande máquina que come homens e excreta mercadorias her-me-ti-ca-men-te lacradas.
Os sujeitos do mundo, os ditos transformadores da natureza, aqueles que dominaram a pedra lascada, polida, os metais, o próprio fogo e a fúria natural.
Ali.
Reféns de algo abstrato criado por eles mesmos.
Tolhidos pelas grades invisíveis de algo difícil até de se definir.
Com sua dignidade dissipada em meio a linha de produção.
Presos pelo SISTEMA que eles mesmos criaram.
Talvez as contradições do Capitalismo não sejam sua própria ruína, mas a ruína de seus elementos.
Elementos. Homens. Ferramentas. Anônimos. É o que somos.



Rúbia Bragança Pimenta Arouca
1º ano Direito diurno
O comunismo e o capitalismo, que são basicamente estilos de vida e de pensamento econômico que performam um conflito desde a Guerra Fria, esta situação conflituosa apesar de ter gerado e sido embasamento para diversas mortes e atrocidades também foi vantajosa no que tange à conquistas no âmbito socio econômico, levando em conta que ambos os modelos economicos foram responsáveis por avanços no modo de pensar, e isto variou nos diversos países. 
Este conflito de pensamentos foi responsável por avanços incríveis para sua época em diversos campos, além da econômia. Podem ser mencionados os avanços em exército e armamentos, as tecnologias de comunicação, e automação em geral, foi possível para a humanidade pensar além do mundo em que vivia e conhecer o espaço devido a corrida espacial, ínumeros avanços nas ciencias médicas se devem a este periodo, é responsável também pelo Welfare State na Europa, o Estado de Bem Estar Social, onde encontram-se os maiores IDH's como resultado da maximização da produção em riquezas e preocupação social. 
Nota-se também a diferença no rumo dos avanços intelectuais nos países capitalistas, nestes nota-se a valorização dos bens e constante busca por maximizar os lucros, é certo portanto que os avanços científicos também estão neste sentido, por isso é gerado muito capital de acumulo, tanto material quanto intelectual. Já nos países comunista, estes se mostram mais avançados no que tange à divisão igualitária das riquezas mesmo que estas sejam mais raras.Em outras palavras, o capitalismo cria as riquezas, o comunismo é capaz de dividí-las, esta contraposição de pensamentos foi motor de avanços científicos, avanços no âmbito jurídico visando aquisições sociais,
           Em vista de concluir, é fácil de se perceber, porém dificultuoso de aplicar que a junção das melhores ideias de cada plano economico de maneira não conflitante seria extremamente benéfico para a sociedade, no sentido de que a aquisição de riquezas seria fomentada ao passo que também seria possível haver divisão destas para os que mais necessitam, sempre mantendo em vista o crescimento científico nas áreas de humanas e exatas, sob os dois pontos de vista para que pudessem surgir as resoluções mais inteligentes para os problemas sociais enfrentados em muitas regiões do mundo atual.

Gianlucca Contiero - Diurno

A perpetuação capitalista no diário

Marx afirma que é impossível desvencilhar o material para formar teorias e pensamentos. E de fato, o é. Quando analisamos o presente, é ilógico e incoerente partir de pressupostos puramente abstratos. O materialismo de Marx desprende as utopias e o irreal para se fixar em algo que pode e deve acontecer.  
Enquanto Hegel analisava o direito como forma de expressão da sociedade e como algo máximo, Marx o via como forma de dominação, de supressão das particularidades. E por que um é abstrato e o outro material?
Marx é material pela análise histórica que ele faz. A partir de sua teoria das lutas de classes, ele analisa que o direito é um reflexo da sociedade, portanto, um reflexo dessa luta e da dominação constante da classe menor (em termos de quantidade de pessoas) sobre a maioria. Assim, é possível prever que sua base não é no racional ou no que, abstratamente, é o melhor para a realidade, muito menos coloca o direito como algo sagrado e universal. Para ele, essa visão é puramente ilusória e especulativa.
Hegel vê o direito, principalmente, como uma liberdade. É a liberdade da vontade que forma o direito, que faz o direito ser espontâneo e condizente com a realidade. Porém, pela crítica de Marx que pode ser estendida até os dias atuais, a “liberdade” em si, é ilusória.
O capitalismo alcançou proporções ainda maiores do que na época de Marx. Se ele já falava sobre esse sistema como global, hoje, é indescritível sua atual abrangência. Ele se sustenta na capacidade e na necessidade de abranger o máximo de locais possíveis, de povos, de países, e quanto maior se estender, mais intenso ele se torna. Porém, são inquestionáveis suas falhas. Suas bases constituem sua própria destruição. E não só pela criação do proletariado que irá destruí-lo, mas a própria desigualdade que gera, ciclicamente, crises de superprodução. Essas são tão incoerentes do ponto de vista humano, já que, sobram produtos no mercado enquanto faltam para população, mas, completamente lógicos dentro da maquinaria exploradora do sistema capitalista.
Assim, é errado afirmar tanto anteriormente quanto agora, a existência de uma liberdade. A vontade da população, em grande parte, não é motivada pelos seus ímpetos ou pelos seus desejos internos, e sim pela necessidade de sobrevivência nesse sistema predador, em que cada pensamento precisa ser uma forma de se manter dentro de suas engrenagens, dentro de suas veias.

E isso não se abrange só ao direito. É errôneo pensar que qualquer decisão (nos assuntos que cabem a parte econômica) é tomada ou deixa de ser sem a influência do capitalismo. Até a escolha da profissão segue a disponibilidade de mercado e a maior probabilidade de renda, ao invés de seguir as aptidões e os gostos. A vida humana é moldada por esse sistema.

A destruição




Resultado de imagem para destruição do capitalismo

Civilização global,
De onde vem?
Em defesa de quem?
Quem é esse tal de Capital?


Deixa sem casa
e com sede sem igual,
hoje já são 2 bilhões.
Milhões que vivem na miséria
para que você encha a barriga
Senhora Civilização global.


Já dizia Moraes:
“ De fato como podia
Um operário em construção
Compreender porque um tijolo
Valia mais do que um pão?”


Talvez ele entendesse
por sua força ser mercadoria,
explorada a mais-valia
E o que lhe resta?


Esse trabalhador sabe:
Pensar
Reconhecer
Unificar
Agir
E quem sabe até te destruir
Senhora Civilização global
Amiga do Capital.



Raphaela C. S. Maringoli - 1º Direito ( NOTURNO)

Um Conto sobre o Fetichismo da Mercadoria

Adriano buscou Elise às 9h do sábado. Estavam felizes por que iriam escolher os tipos de doce que seriam servidos no dia de seu casamento. A cerimonialista os acompanharia, já que a escolha dos doces determinaria a elegância da festa, ou não, e eles não deveriam deixar passar tal oportunidade de tornar sua festa de casamento algo inesquecível para todos. Chegaram à cozinha industrial do buffet que escolheram e foram recebidos pela proprietária do mesmo, com muita simpatia. E lá vieram os doces! Elise e Adriano ficaram encantados... coloridos, com confeitos diferentes, de diversos formatos e tamanhos. E começaram a provar. A proprietária do buffet e a cerimonialista indicaram que eles deveriam escolher sabores alternados, azedos, doces e neutros, pois isso não saturaria o paladar dos convidados. O casal de noivos se espantou com a enorme variedade de sabores. Ambos haviam crescido comendo brigadeiro e beijinho caseiros, feitos por eles mesmos na cozinha de casa, ou por seus familiares. No máximo, comprados na padaria da esquina. Mas ali no buffet, resolveram seguir as dicas das experientes profissionais, pois depois de tantas provas, não tinham qualquer certeza. E se escolhessem errado? O que diriam os convidados? Ficariam ofendidos por esse descuido? Esse doce era elegante? E aquele era azedo o suficiente? E a textura? E as cores? Depois de definirem cinco tipos diferentes, foi necessário aguardar os cálculos de quantidade feitos pela simpática banqueteira. Afinal, se fossem em quantidade inadequada, eles poriam tudo a perder. Ao terminarem, se deram conta de que já eram 12h. Haviam passado toda a manhã de sábado no buffet! Mas tinham feito planos de caminhar na praça, dar banho em seu cachorro e passar na casa de amigos para conversar um pouco. Tudo fora tão detalhista e difícil, que o tempo voara! Elise comentou com Adriano que ela estava muito satisfeita com a escolha, mas que tinha a impressão de que esquecera algo. Adriano espantou-se. E disse que tinha a mesma percepção, mas não conseguia discernir o que podia estar errado. Afinal, a cerimonialista e a proprietária do buffet haviam sido excelentes. Talvez fosse o longo tempo passado longe da manhã de sol. Nada mais. Ou talvez o valor elevado dos doces, que havia surpreendido o casal. Somente em doces, eles já estavam ultrapassando o orçamento previsto. E ainda faltavam tantas coisas! Ambos percorreram o caminho de volta para a casa, calados. Ao chegarem, almoçaram e foram, ambos ao mesmo tempo, preparar um delicioso brigadeiro de colher, que comeram com grande prazer, e que diluiu um pouco a estranha sensação daquela manhã...

Realidade enevoada.


Em meu sonho, as operárias nunca paravam porque sempre trabalhavam. Não podiam conversar ou divertir suas colegas pois a produtividade dependia da impessoalidade e sincronia dos membros daquela colmeia.

Preste atenção agora, pois eu vi um mundo distante no qual as abelhas desenvolveram capacidade racional, muito embora isto não tenha garantido o fim da selvageria e crueldade nas relações sociais. Ao perceberem-se racionais, o exercício desta habilidade levou ao que ficou conhecido como “apicentrismo”, uma forma de pensar que tinha como foco a própria abelha, de maneira a contrapor, portanto, o culto exagerado à Rainha e seus zangões, ambos sustentados pelo trabalho alheio. O sistema de castas foi, enfim, abolido. Contudo, aquelas que outrora lideraram a revolução foram as mesmas que apontaram ser necessário dividir a produção dentro da colmeia em fábricas, e estas em setores. Assim, todas elas trabalharam na construção de quatro fábricas: Própolis, Cera, Geleia Real e Mel. Foi quando quatro abelhas idealizadoras do projeto, embora não tivessem construído sozinhas, reivindicaram cada qual uma fábrica como sua por “direito”.

Curioso notar que, apesar de terem abolido os altos impostos antes cobrados pela Rainha, as condições das operárias continuavam difíceis, não podiam simplesmente usufruir o que produziam, alguém as convenceu que sem um elevado esforço perpétuo não há recompensa e que importante era realizar comércio com outras colmeias do mundo. Esse modo de vida era justificado por fraseologias constantes, mas um grupo que se denominou “comunista” optou por entender a realidade a partir do concreto e da experiência histórica, superando a simples explicação racional. E essa foi a conclusão que ressoou pelos setores da colmeia:

“ Operárias! Porque vendem seu trabalho aos meios de produção? O que produzem é apenas cansaço e uma quase escravidão! Todas vocês devem se unir, só assim a luta de classes pode se extinguir. Para aquelas que lá estão no andar de cima, não é interessante olhar pra trás e vislumbrar nossa classe oprimida. Se a propriedade privada é a base da desigualdade, como poderíamos, todas, ter prosperidade?! Dominação e exploração não é liberdade, nem se resolverá a diferença com falsa caridade. Atenção! O Mel, hoje, tem caráter de classe. Amanhã, será propriedade comum! Saibam que nosso partido cuida de ‘despertar’ nas operárias ‘uma consciência clara e nítida do violento antagonismo que existe’ em nossa colmeia. Proclamamos abertamente que nossos ‘objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente’, pois uma interpretação científica da sociedade demonstra que urge transformá-la. Operárias de todas as colmeias, uni-vos! ”

Acordei e não pude ver a revolução das operárias. Porém, foi possível deduzir uma esperança: superar a especulação e fazer do Direito um instrumento de transformação.


Diogenes Spineli Soares Filho, 1º Ano, Direito Noturno.