A incessante busca pelo Pertencimento
O documentário “Paris is Burning” retrata a realidade de diversos indivíduos da comunidade LGBT nos anos 1980 e os desafios que enfrentavam ao buscar um senso de pertencimento em uma sociedade excludente. Atualmente, essa realidade pouco se difere, visto que diversos grupos marginalizados ou "outsiders" continuam a enfrentar desafios sociais para conquistarem sua aceitação. Isso ocorre por diversos motivos, sendo um dos principais o fato de que o pertencimento é uma necessidade humana fundamental.
A priori, todo indivíduo tende a se sentir desconfortável quando não pertence a um grupo. Isso porque, de acordo com Erik Erikson e sua teoria do desenvolvimento psicossocial, a busca por aceitação social começa na infância e influencia de maneira direta a construção da autoestima e da identidade. A integração em grupos sociais, portanto, é um fator determinante para o bem-estar psicológico dos indivíduos.
Além disso, como observado em “Paris is Burning”, a marginalização dos “outsiders”, com frequência, os leva a criar espaços alternativos nos quais expressar sua identidade e encontrar apoio mútuo. Foi nesse contexto que surgiu a cultura do “ballroom”, um movimento que oferecia não apenas um espaço de celebração, mas também uma rede de suporte para aqueles que eram rejeitados pela sociedade. Esse fenômeno reforça a ideia de que o pertencimento não é um mero desejo, mas uma necessidade essencial para a construção da identidade e do bem-estar humano.
Dessa maneira, a exclusão social desses grupos deixa em evidência o impacto que a falta do pertencimento gera nos indivíduos. Tanto antigamente quanto hoje, os marginalizados buscam meios de se inserir. Logo, para a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora, é necessário reconhecer e promover a importância da inclusão e acolhimento de todos em sociedade.