O grande Sociólogo, e considerado por muitos um dos três fundadores da sociologia, Émile Durkheim, considera como fato social toda maneira de agir, pensar e sentir que exercem determinada força sobre os indivíduos, obrigando-os a se adaptarem às regras da sociedade onde vivem. Um bom exemplo de fato social, citado por Durkheim, foi de uma sociedade que, coersitivamente, não permitia alimentação dum tipo de carne específica, e para o sociólogo, a superação desse dogma aparentemente simples e sem sentido, resultaria na quebra social daquela sociedade.
Essa mesma lógica pode ser aplicada na Unesp Franca. Onde existe um fato social, o uso de cigarros tradicionais ou eletrônicos por parte do corpo docente e discente, em toda extensão do campus. Uma ato normalizado dentro da universidade que não é reprimido, muito pelo contrário, sendo ele um fato social, atua como impositivo dentro do convívio social, não podendo escapar dos meios e lugares.
É possível ver esse fenômeno na fila do restaurante universitário, onde é obrigatório que os graduandos estejam para saciar suas necessidades básicas de alimentação. E nesse ambiente indivíduos fumam, impondo aos outros que façam parte, ou sejam vítimas de suas ações, aparentemente individuais, mas para eles fazem parte da estrutura social e costumeira da Unesp. Sistema não somente de coerção, mas de sanção, podendo ser excluído de grupos ou tachado de "anormal" por não compartilhar dos mesmo princípios sociais.
Não é novidade para as pessoas que fumar faz mal, mas caso haja alguma discordância. "A Organização Mundial da Saúde aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo".Dados tirados do site oficial do governo brasileiro, e só reafirmam que fumar é um ato de degradação corporal, e não somente isso, como é citado na pesquisa "1,2 milhões de mortes ao ano são resultados diretos, por parte de não fumantes na inalação dessas substâncias".
Mas para o fato social, pouco importa se o costume faz bem, se é científico ou não, não precisa haver coerência para que seja fundamentado, só precisa "fazer sentido" para os indivíduos e para as bolhas sociais que eles pertencem. Igual a sociedade que não come um tipo de carne específica, ou um grupo político que canta o hino nacional para um pneu, que também acha normal chamar através das luzes do celular uma intervenção extraterrestre. Similarmente, existem pessoas que mesmo sabendo que cigarro faz mal, fumam, porque para elas, e para o meio, "faz sentido" fumar.
---Vinicius de Olieveira David-Unesp Franca- Direito Matutino---