Weber desenvolve sua obra
no contexto em que a sociologia tendia a se tornar sinônimo de marxismo, uma ciência
nomológica, a qual busca apenas o domínio do mundo. Na tentativa de evitar tal fato, Weber define a Sociologia
como uma ciência da realidade empírica, a qual visa à interpretação e à crítica
do mundo. Assim sendo, para que se aproxime ao máximo da realidade, o filósofo
estabelece que a função essencial desta seja compreender a ação social dos indivíduos,
o sentido e os valores que a movem. Por ação social, Weber entendia uma conduta
dotada de sentido voltada para a ação com outras pessoas.
Dentro desse contexto, o
intelectual critica a ideia determinista da Ciência, alegando que jamais pode
ser tarefa da Ciência empírica proporcionar normas e ideais obrigatórios, dos
quais se possa derivar “receitas” para a prática. Além disso, Weber repreende o
materialismo histórico, visto que essa concepção ao invés de investigar e
compreender a realidade histórica tal como é, fornece apenas um denominador
comum de sua explicação causal. É mister que a Ciência carregue consigo um
conteúdo crítico e não se apegue a juízos de valor e ideologias.
Diante dessa problemática, Weber criou a
expressão 'tipo ideal', uma ferramenta de análise metodológica correspondente a
algo que pode ser um objeto e que, dessa forma, atua como guia para os fenômenos
que ocorrem na realidade. Segundo o intelectual, a verdade científica advém da
comparação entre o ‘tipo ideal’ e os fatos.
A atualidade dos
conceitos weberianos é incontestável, sobretudo no que diz respeito à
necessidade de neutralidade na pesquisa social empírica. Para ele, era muito
importante separar o conhecimento empírico daquele que exprime juízo de valor a
fim de que ocorra uma compreensão racional da realidade. Hoje, é
fundamental que haja essa neutralidade nas pesquisas das diversas áreas do
conhecimento. Outro conceito criado pelo
intelectual e que traz reflexos hodiernos é o de que para toda ação existe uma
explicação intencional. Isto posto, para compreendermos melhor o outro e,
consequentemente, aquilo que está a nossa volta, é importante pensarmos no que
o moveu o outro a praticar determinado ato, nos colocarmos no lugar dele.
Marina Cavalli - Direito diurno
Marina Cavalli - Direito diurno