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domingo, 8 de setembro de 2013

Perspectiva Weberiana na compreensão dos fenômenos sociais

Weber desenvolve sua obra no contexto em que a sociologia tendia a se tornar sinônimo de marxismo, uma ciência nomológica, a qual busca apenas o domínio do mundo. Na tentativa de evitar tal fato, Weber define a Sociologia como uma ciência da realidade empírica, a qual visa à interpretação e à crítica do mundo. Assim sendo, para que se aproxime ao máximo da realidade, o filósofo estabelece que a função essencial desta seja compreender a ação social dos indivíduos, o sentido e os valores que a movem. Por ação social, Weber entendia uma conduta dotada de sentido voltada para a ação com outras pessoas.
Dentro desse contexto, o intelectual critica a ideia determinista da Ciência, alegando que jamais pode ser tarefa da Ciência empírica proporcionar normas e ideais obrigatórios, dos quais se possa derivar “receitas” para a prática. Além disso, Weber repreende o materialismo histórico, visto que essa concepção ao invés de investigar e compreender a realidade histórica tal como é, fornece apenas um denominador comum de sua explicação causal. É mister que a Ciência carregue consigo um conteúdo crítico e não se apegue a juízos de valor e ideologias.
 Diante dessa problemática,  Weber criou a expressão 'tipo ideal', uma ferramenta de análise metodológica correspondente a algo que pode ser um objeto e que, dessa forma, atua como guia para os fenômenos que ocorrem na realidade. Segundo o intelectual, a verdade científica advém da comparação entre o ‘tipo ideal’ e os fatos.

A atualidade dos conceitos weberianos é incontestável, sobretudo no que diz respeito à necessidade de neutralidade na pesquisa social empírica. Para ele, era muito importante separar o conhecimento empírico daquele que exprime juízo de valor a fim de que ocorra uma compreensão racional da realidade. Hoje, é fundamental que haja essa neutralidade nas pesquisas das diversas áreas do conhecimento.  Outro conceito criado pelo intelectual e que traz reflexos hodiernos é o de que para toda ação existe uma explicação intencional. Isto posto, para compreendermos melhor o outro e, consequentemente, aquilo que está a nossa volta, é importante pensarmos no que o moveu o outro a praticar determinado ato, nos colocarmos no lugar dele.

Marina Cavalli - Direito diurno

Ao individual, não ao geral

A compreensão sociológica de Max Webber, de fundamental importância em todos os campos de estudo humanidade, está focado no indivíduo em si, pois este é o autor responsável pela ação social. Mesmo na compreensão de entes coletivos, Webber afirma que o foco deve ser mantido no indivíduo. Desta forma, tratando-se de uma compreensão individualista, deve-se tomar relevante os valores de cada pessoa, baseado em sua convivência.
Webber não aceita a generalização, pois esta dificulta a compreensão real do fenômeno levando à criação de um “denominador comum”. Assim, o pensador se baseia nessa negação do geral, para realizar sua crítica à respeito do Materialismo histórico, dizendo tratar-se mais de uma “religião” do que propriamente científico. A ação social não pode ser considerada uma ciência, pois estas podem ser, depois de um período de experimentação e observação, organizadas em leis, porém, a ação social se vale de um caráter subjetivo e, não obstante, de uma forma tão individual que não se pode estabelecer um modelo de ação social de todo indivíduo ( generalização).
             Esse “desprezo” weberiano pela generalização, se for analisada de um ponto de vista atual, ou seja, do século XXI, deve-se relevar a sociedade preconceituosa em que vivemos, não se deve estabelecer conceitos gerais para todas as pessoas que fazem parte de um grupo. Devemos fugir dos estereótipos, não devemos aceitá-los. O ser humano não pode ser rotulado, a sua essência extremamente importante, o ser humano não deve ser desprezado, não para a coisificação!



Luis Eduardo Simplicio de Lima - Direito Noturno

Narrativa ideal de Weber

  João, carioca de 32 anos , segue a mesma rotina todos os dias .
  
  Desperta juntamente com o sol, toma banho, se troca e prepara seu próprio café da manhã. Cada novo dia é guiado por estes movimentos herdados de seu pai, Marcelo, com quem tinha uma forte relação.

  Desce as escadas do prédio onde reside e caminha pela praia até o horário do almoço, tal lazer é justificado por João como um ato de aproveitar o momento, de sentir prazer, mesmo que isto acabe liquidando horas de seu dia.

  Chegando perto do horário de almoço, ruma sua caminhada para o mercado de seu amigo onde compra diversos alimentos com o restante da herança que seu pai deixou, e os distribui para pessoas carentes do entorno. Para João a caridade é a maior virtude que há.

  Ao anoitecer, retorna para seu aposento onde estuda incessantemente variados assuntos, pois acredita que um dia estes o ajudarão na conquista de um bom emprego, afinal a herança de seu pai não demorará a acabar e com ela sua rotina.

  Na presente narrativa, é possível observar os quatro tipos de ações propostas pelo alemão Max Weber. Ao seguir o exemplo de seu pai João segue uma tradição familiar, uma ação tradicional; ao aproveitar sua manhã ele acaba por realizar uma ação efetiva; ao praticar a caridade, prática uma ação racional com relação a um determinado valor; e ao estudar realiza uma ação racional com relação a um objetivo.


  Weber se utiliza desta tipificação ideal para fundamentar metodologicamente sua análise, já que na verdade há uma mistura destes quatro tipos no cotidiano da sociedade.

A compreensão sociológica e a interpretação da ação social de Max Weber

     Max Weber acredita que a sociologia deve ser estudada como uma ciência crítica do mundo, baseada na observação da realidade, diferentemente das ciências nomológicas, que prescrevem leis básicas para os fenômenos. Em sua sociologia compreensiva e livre de ideologias, Weber não busca a neutralidade mas sim procura compreender, de maneira profunda e sem acrescentar um juízo de valor, o sentido da ação social tendo como foco a ação dos indivíduos, a qual é determinada por um sentido,  movida por certos valores e não possui leis imutáveis que a regem.
     Segundo seus estudos, existem quatro tipos de ação social: ação racional com relação a um objeto, a um valor, ação emocional e ação tradicional. No primeiro caso a pessoa procura meios para atingir seu objetivo; no segundo ela aceitas os riscos da sua ação; no terceiro ela é estimulada pelas suas paixões; e no último ela é estimulada por seus hábitos e costumes.
     De acordo com o individualismo metodológico do sociólogo, diferentes indivíduos não agem de maneira igual, mas sim mobilizam valores. Ou seja, antes de realizar certa ação, o indivíduo pondera e escolhe entre os possíveis valores em questão e opta por aquele que julgar melhor de acordo com sua consciência, tendo assim, o juízo de valor como ponto de partida das ações.
     Para Weber, a metodologia deve ter caráter universal, o que significa que o conhecimento científico deve ser algo universalmente válido. Uma das ferramentas metodológicas utilizadas em sua análise é o "tipo ideal", que atua como forma de organização para o caos e complexidade do mundo real, por meio de sua comparação com os fatos, obtendo assim uma verdade científica.

Sociedade e indivíduo


 

Estranho notar como hábitos e ações baseadas simplesmente em interesses egoístas representam parte fundamental na constituição de algo tão coletivo e essencial como a sociedade na qual encontramo-nos inseridos.

Talvez, tal estranhamento seja consequência do fato de observarmos a sociedade como uma realidade superior à vida de qualquer indivíduo escolhido aleatoriamente entre nós. Arriscando-me à propor uma proposição de caráter generalista, poderia afirmar que na maioria dos casos, analisamos nossa sociedade como algo abstrato e externo à nossa cotidiana existência.

Pois, concentrados apenas em nosso particular modo de observar e compreender nosso meio social, não nos apercebemos do fato de que somos parte de um todo constituído basicamente pelas conexões praticadas e estabelecidas entre nós. Sejam elas consequências de ações baseadas em costumes, convicções ou objetivos pessoais. Deste modo, tais ações são responsáveis pela manutenção de nossa sociedade, dentro da qual nos mantemos unidos de um modo abstratamente coeso.

Da peculiaridade da obra weberiana


Ler a obra de Weber é uma experiência de tamanho enriquecimento que que o primeiro ponto a chamar atenção é o conteúdo, mas sim a obra em si.

A obra de Weber se apresenta com um discurso aparentemente complexo, detalhado, denso, repleto de abstrações e teorias.  Quando na realidade, o conteúdo que está por versar é de essencialmente simples, prático, objetivo ( palavra que sendo usada para designar a obra de Weber parece até pleonasmo ).
Em contraposição, não lendo a obra de Weber diretamente, mas entrando em contato com suas ideias por meio de outrem, nota-se que seus conceitos elaborados costumeiramente se vestem de tamanha simplicidade que perdem a essência do conteúdo, distorcendo-o a ponto de desfigurar-se
das ideias reais.

Passado essa reflexão, nota-se que a obra lida de Weber perpassa por um grande tripé conceitual : a ideia de objetividade ( recusa da ciência social como ciência nomológica ); o conceito de tipo ideal; e a busca por entender as ações sociais dos indivíduos (incluindo aqui a ideia de imparcialidade científica ).

Como o objetivo do presente texto não é uma descrição do texto lido, mas uma reflexão a cerca do mesmo, não cabe conceituar cada ideia mencionada.. Mas sim dizer que, particularmente, fica notável  no excerto como Weber, fazendo por merecer toda sua admiração e respeito, desenvolve um sistema, um método científico de estudo demasiadamente próprio.

Suas ideias menos se assemelham do que se diferenciam das outras já vistas no curso. Sustentado pelo tripé supramencionado, Weber dá vida a uma visão sociológica que valoriza e objetiva compreender a ação social do indivíduo, especialmente pelos valores subjetivos que o levam a compreender o mundo e dar determinadas significâncias para os acontecimentos mundanos.

Lucas Carboni Palhares - Direito 1o ano diurno

Max Weber e a objetividade do conhecimento na ciência social e na ciência política

Max Weber em seu texto “A “objetividade ” do conhecimento na ciência social e na ciência política”  tinha como intuito analisar as orientações gerais do “Arquivo para Ciência Social e Política Social”, revista em que Weber ocupava um dos cargos da direção,  mas acabou trazendo questões fundamentais para a prática científica  .
A primeira distinção feita por Weber é a de juízo de valor e realidade empírica. Segundo ele é necessário afastar os juízos de valor da análise da vida social, a consciência valorativa não deve guiar a investigação científica, isso porque os juízos de valor são impressões da realidade (carregadas de opiniões baseadas em crenças, sentimentos, valores, etc.), não possuindo, portanto, validade objetiva, já que o saber científico objetivo busca ver a realidade como ela é.  Weber faz uma distinção clara entre juízos de fato e juízos de valor, entre aquilo que “é” e aquilo que “deveria ser”.
O segundo item importante para a compreensão da objetividade é a critica aos modelos de leis nas ciências sociais. Max Weber afirma a impossibilidade da busca da verdade científica pelas leis que explicam os objetos, isso porque o objeto das ciências sociais é histórico, mutável, dinâmico e imprevisível. O cientista social trabalha com padrões de probabilidades e não com leis, as leis são somente meios e não os fins da analise sociológica.
Segundo Weber sempre há elemento de parcialidade presente nas análises sociais, não há como exercer a prática cientifica livre de pressupostos, a resposta de Weber se fundamenta na construção do tipo ideal como recurso metodológico capaz de evitar o juízo de valor e os pressupostos na análise da vida sócio-econômica.
O tipo ideal é “uma construção intelectual destinada à medição e à caracterização sistemática das relações individuais, isto é, significativos pela sua especificidade”  (WEBER, 2001, p.144), o tipo ideal é um conceito racional construído através de idéias, com a finalidade de comparação com a realidade que, em sua essência, já difere em substância desta elaboração racional. Weber alerta que o tipo ideal nunca será igual à realidade, e ainda ressalta que esta noção de ideal é diferente de exemplar, do “dever ser”, pois não tem valor moral.
Weber conclui afirmando que “Chegamos ao final de nossa discussão, que teve como único propósito destacar a linha quase imperceptível que separa a ciência da crença, e pôr a descoberto o sentido do esforço do conhecimento sócioeconômico. A validade objetiva de todo saber empírico baseia-se única e exclusivamente na ordenação da realidade dada segundo categorias que são subjetivas, no sentido específico de representarem o pressuposto do nosso conhecimento e de associarem, ao pressuposto de que é valiosa, aquela verdade que só o conhecimento empírico nos pode proporcionar”(WEBER, 2001, p. 152).

 Leonor Pereira Rabelo- Direito Noturno



Ação Social para Max Weber

Max Weber, sociólogo alemão, tinha como objetivo compreender o sentido da ação social. Diferentemente da sociologia de Durkheim e de Marx que explicitavam que o importante em uma sociedade eram as manifestações coletivas, Weber procurou estudar as sociedades dando grande importância às condutas individuais, ou seja, procurando nos comportamentos individuais o ponto para se compreender as relações sociais.
 A sociologia como ciência da realidade (crítica do mundo) em distinção às ciências nomológicas (domínio do mundo) que se fundamentam pelo estudo das leis que regem os fenômenos. Para Weber a principal função da sociologia e da ciência é compreender o sentido da ação social, determinada por um sentido e movida por valores, podendo estes serem políticos, ideológicos, patrióticos, culturais, religiosos, entre outros e não precisam ter fundo econômico ou fundo de classe.
O indivíduo analisado por Weber é o foco final da análise e não o grupo ou a classe. O mais importante não é explicar o porquê aconteceu algo, ou seja, sua causa mas sim compreender o que levou o indivíduo, ou conjunto de indivíduos, a se comportar de determinado modo. Para a ação ser social ela necessita refletir de algum modo nos outros indivíduos, pois certos comportamentos individuais ocorrem devido a motivações sociais.
O sociólogo critica o materialismo histórico (marco teórico que visa explicar as mudanças e o desenvolvimento da história usando fatores práticos tecnológicos e o modo de produção) e seu dogmatismo. Quem se guia por uma dogma não é a ciência mas sim a religião.

A ação social sempre deve haver um sentido que a justifica. Em diferentes sociedades é possível analisar quatro tipos de ações sociais, são elas: ação tradicional, ação afetiva, ação racional orientada para valores, ação racional orientada para fins.


Emmanuelle Nasser Dias e Silva - 1º ano Direito Noturno.
 

Reencantamento do mundo?




O mundo pré-moderno, antes do surgimento do capitalismo ou mesmo das correntes filosóficas iluministas, estava mergulhado em um mar transbordando dogmas religiosos e tradições que determinavam as condutas da sociedade e dos indivíduos. Nesse sentido, representava um mundo encantado; um mundo encantado com os fenômenos naturais, um mundo encantado com as coincidências mais banais.

Contudo, com a revolução tecnológico-científica e com a propagação do capitalismo, esse mundo encantado passou a atribuir aos acontecimentos diários uma nova origem. A religiosidade deu lugar à racionalidade e ao conhecimento científico. O que antes era conferido à vontade divina passou a ter uma explicação racional. Os trovões e relâmpagos, por exemplo, deixaram de ser a manifestação da “ira de Deus” e deram lugar a um fenômeno natural. Assim, de acordo com Max Weber, consolidou-se o desencantamento do mundo.

Do mesmo modo que uma mágica que é revelada transforma-se em apenas um truque, um mundo sem suas crenças não tem sentido em si mesmo. Visto que o progresso irrefreável da ciência continua a explicar mesmo os fenômenos naturais até então inexplicáveis, a religião perde sua função de dar um sentido maior, seja ou mundo, seja à vida.

Seguindo tal raciocínio, seria necessário um “reencantamento” do mundo para curar o ceticismo exacerbado presente na sociedade contemporânea? 



Ana Clara Tristão - 1º ano Direito diurno

O individualismo moderno

Contemporâneo de uma época em que os valores do individualismo moderno começavam a se consolidar, Weber surge inovando com o individualismo metodológico. Dentro da sua ótica, o individuo tem a autonomia para escolher o que quer ser, porem as escolhas acabam sendo limitadas de acordo com o grau de conhecimento do individuo e pelas oportunidades oferecidas pela sociedade.
O individuo é forçado a fazer escolhas em todos os instantes da vida, o que resulta em um estado de constante possibilidade de mudança, em meio aos conflitos da vida social. Dessa forma, o sentido da vida, da história, acaba sendo delegado pelo próprio individuo, com os processos não tendo sentido neles mesmos, e sim os indivíduos dando sentido aos processos.
No campo da ação social, Weber enxerga a sociedade como sendo um conjunto de esferas autônomas que dão sentido às ações individuais, mas só o individuo é capaz de realizar ações sociais. A denominada ação social, é uma ação cujo sentido é orientado para o outro, sendo que um conjunto de ações não é necessariamente ação social, para que possa ser denominada dessa forma, é preciso que seja orientada para o outro, seja para o ‘bem’, seja para o ‘mal’ do outro, a ação social não implica em uma reciprocidade de sentidos, o outro pode até não saber da intenção do agente.
Dentro dos quatro tipos de ações sociais apresentadas por Weber, a ação social afetiva acaba implicando uma maior participação do agente, porem com respostas mais emocionais do que racionais. Já a ação racional é aquela construída a partir de uma racionalidade dos valores presentes na sociedade, assim requer uma ética da convicção, um senso de missão em que o individuo precisa cumprir em função dos valores que preza.
Ação racional com relação aos fins é aquela em as escolhas tomadas são diretamente influenciadas pelos fins a que se pretendem atingir e os meios disponíveis para isso, a pessoa acaba avaliando se a ação a ser realizada vale a pena, tendo em vista o rol de dificuldades que podem surgir, requer uma ética de responsabilidade por parte do individuo por seus atos. Por fim, a ação social tradicional é aquela que surge automaticamente, com o individuo realizando-a sem pensar.

                                                                                                                         Felipe A. Rotolo 
                                                                                                                         Direito Noturno

A falseabilidade dos determinismos de uma ciência refutável



A falseabilidade dos determinismos de uma ciência refutável

Max Weber, em sua obra intitulada A objetividade do conhecimento na ciência social e na ciência política, traz-nos uma cosmovisão de uma sociologia que abarca a interpretação da ação social.
Reduzindo-a, de certo modo, denotamos que essa interpretação se enseja no aspecto majoritariamente valorativo, ou seja, embasado em um juízo de valor proveniente de situações em que o ser social se encontra imerso para consigo tomar determinadas decisões. Contudo, cuida-se ressaltar que não são dogmatismo, tal como diz ser as teorias marxistas de redução à fatores econômicos, mas sim como tal pode-se criar em uma religião aspectos de uma ética imutável e incondicionalmente seguida.
Logo, as ações humanas são pautadas por juízos feitos pelo ser, de tal forma que, compete a ciência somente a análise das condições que influíram no domínio da iniciativa do fato, entretanto, não lhe cabe impor normas ou leis que necessariamente implicam em tal condição.
Até porque, partindo da concepção da falseabilidade da ciência, de Karl Popper, é impossível à ciência definir dogmas ou leis históricas, já que lhe é fato que são somente teorias e, enquanto não são refutadas ou abarcadas por teorias mais amplas são validas, contudo, basta-lhes uma única contradição em sua realização empírica para derrubá-la.
Faz-se mister que, embora ajuizado a ação humana, Weber generaliza-a em 4 fatores, que são fundamentais para formulação da ação. São aspectos, de fato, certos para configurarem uma análise longe do determinismo, mas por seu lado, se embasados em teorias da psicologia e behaviorismo, podemos assinalar que, embora haja certos fatos concernentes às atitudes, alguns, que se analisarmos pela ótica popperiana, não podemos chamar de ciências, pois não são refutáveis, já que sempre apresentam uma válvula de escape, mas que, até certo ponto, são de eminente grandeza para configurar um “determinismo”, tal como o é fatos psicológicos abrangidos pelo meio em que se situa, embora haja deveras exceções, não podemos nos abster de coloca-los como de determinantes até certo ponto, como retratam obras existencialistas, tal como a de Dostoievski
    Devido ao caráter incerto das ciências humanas, Max Weber acreditava que não era coerente emitir juízos de valor com relação às medidas do Estado através de valores econômicos, ou seja, discordava do chamado determinismo econômico. Defendia, ao contrário, a ideia de que a análise sociológica deveria servir não para induzir ou coagir o indivíduo a agir de determinada maneira, mas para fornecer-lhe condições de pensar seu meio social criticamente e, assim, decidir de maneira autônoma e racional.

     O que vemos hoje em dia, no entanto, não é muito próximo da ideia apresentada por este famoso sociólogo. Hodiernamente, tem-se a ideia de que, para apresentar caráter científico, as ciências devem apresentar ideias e soluções precisas, que possam responder com clareza às questões complexas do convívio humano. Em decorrência disto é possível observar em diversos campos da sociedade, como através da mídia por exemplo, a recorrência constante à taxações e estereótipos sob a prerrogativa de análise social, quando a ideia defendida por Max Weber era justamente o oposto.

     Sendo assim, conclui-se que, não obstante as análises já realizadas, ainda há muito o que se estudar e discutir sobre estes conceitos sociológicos apresentados no século XX. Na tentativa desequilibrada de racionalizar a realidade, permanecemos muitas vezes presos à tipificação das coisas, quando, na visão de Weber, a Sociologia também tem em suas entranhas a medida do incerto.

Libertação da sociologia

Em um momento histórico no qual sociologia tendia a se tornar um sinônimo de marxismo, Weber pauta seus estudos na busca de uma maneira de evitar que tal ciência viesse a se tornar a representação de uma ideologia.
O sociólogo alemão apresenta uma defesa de que a sociologia seria uma ciência da realidade, estudando conhecimentos de forma empírica, ao contrário das ciências nomológicas, cujo propósito era prescrever leis que regeriam os fenômenos, tais como as ciências naturais e exatas. Com isso, apresenta uma crítica ao marxismo, visto que nele a sociologia, prescrevendo um “dever ser” à sociedade, contrariava seu princípio, que seria o de submeter-se às variações da realidade.
Weber analisa a perspectiva de lidar com a realidade empírica, analisando as ações sociais a medida em que ocorrem, sem elaborar teorias ou leis fixas. Ele introduz na sociologia uma perspectiva inédita de interpretação da ação social dos indivíduos sem uma estrutura fixa.
Tal sociologia weberiana seria denominada compreensiva, pois seu fim seria compreender a realidade e não prescrever medidas ou ideias a serem adotadas. Considerando o sociólogo que todas as ações sociais são movidas por valores, observa que o cientista social pode adotar métodos cujo fim seria reduzir a subjetividade de seu objeto de estudo, porém nunca prescrever algo, visto que assim seu estudo estaria sofrendo uma contaminação valorativa. Contudo, a perspectiva que adota Weber não é exatamente a de neutralidade, mas sim de rigorosidade na ciência, de forma que esta informe a ação política.
Observa Werber que as ações sociais tem por característica serem inesperadas, podendo ser mobilizadas por valores que possivelmente ficariam guardados durante toda a vida do indivíduo, devendo elas portanto serem analisadas de maneira individual, buscando-se sempre ir além de hipóteses iniciais. Ressalta ainda o sociólogo que tais ações podem se modificar de acordo com o ambiente na qual se encontram.
O sociólogo estuda ainda a questão da ética protestante dentro do sistema capitalista, na qual a busca pela riqueza encontra um fundamento ético dentro de tal âmbito religioso, visto que esta, embora seja uma ação social movida por uma ideologia, pode ter ainda um aspecto racional, pois visa um objetivo. Apresenta também uma crítica ao determinismo e ao materialismo, visto que para ele, ao contrário de em tais correntes,  a não prescrição de lei deve ser o foco da sociologia, de forma a tornar mais fácil a compreensão de uma ação no contexto universal.
Um determinado fato, para ele, teria várias causas, e com a presença de leis sociais, as demais causas acabariam sendo rebaixadas. Porém um “tipo ideal” poderia vir a ser utilizado de modo a auxiliar a compreensão da complexidade da realidade, sendo um recurso metodológico proposto para fugir de uma perspectiva única.

Concluindo, para Weber o essencial é que na sociologia nunca se proponha uma lei fixa, evitando-se que as variações provocadas por fatores culturais, políticos, históricos e até mesmo econômicos venham a ser desconsiderados no estudo de ações sociais, o que prejudicaria a compreensão universal destes, causando um certo regresso nos estudos sociológicos. 

Mayara P. Michéias -  1º ano Direito Diurno Unesp

A análise sociológica weberiana

Após a análise dos postulados de Max Weber consegue-se afirmar que este pregava a necessidade de distinção entre as ciências humanas, consideradas ciências da realidade, das faladas ciências nomológicas, que seriam aquelas pautadas pelo estudo das leis que regem o mundo fenomênico.

Entendia Weber que a função essencial da sociologia estaria em compreender o sentido da ação social e, para isso, levar em conta que, mesmo na análise de entes coletivos, seria impossível retirar o foco da ação dos indivíduos.

Pelo desenrolar de seu pensamento, o intelectual alemão entende que o materialismo histórico, devido ao seu exacerbado dogmatismo, comete o descarte de outros fatores – além do econômico – que poderiam motivar a ação social e, portanto, faz-se falho devendo ser deixado de lado.

Por acreditar que as ciências humanas não poderiam pautar-se no mesmo cerne das nomológicas, Max Weber entendia que a verdade científica não estava em uma sistematização que buscasse explicar os objetos, pois tais leis constituíam apenas o primeiro passo de um processo analítico que englobava desde análises de conexões anteriores até o traçar de possibilidades futuras. Dizia o jurista e economista alemão que as leis pecam pela sua generalidade, pela intensidade de sua abstração, responsável por prejudicar o entendimento da realidade.

Encaminhando-se para o fim, convém explicitar que o pensamento analisado conclui que o tipo ideal investigativo estaria na obtenção de um ou mais pontos distintos de análise não almejando uma busca deôntica, mas algo objetivamente possível.


Com isso, entendia que a verdade científica poderia ser encontrada pela comparação entre os fatos e o suposto tipo ideal supramencionado.

Lucas Oliveira Faria - Direito Noturno

Max Weber e a função essencial sociológica

      A compreensão sociológica de Max Weber, considerada essencial no estudo dos mais diversos aspectos da vida humana, desde a ciência até a política (consideradas vocações distintas pelo autor), tem como ponto mais relevante o fato de que se deve levar em conta, mesmo quando se analisa entes coletivos, como o Estado, o indivíduo como foco de análise, sendo esse que vai demarcar certo momento histórico de forma contundente.

      Além disso, embora o indivíduo deva manter-se afastado de suas próprias emoções e costumes em suas análises científicas, Weber acredita que é um tanto quanto involuntário ao sujeito que isso ocorra. Visto isso, a ação social pode ser tanto movida por esses valores afetivos, culturais, religiosos, entre outros, como por engendramentos econômicos e de classe, variando de pessoa para pessoa.

       Outro ponto importante na análise weberiana é a crítica que o autor faz ao materialismo histórico, ao afirmar que o “denominador comum” apresentado seria algo mais “religioso” do que científico, ocorrendo uma incompatibilidade da busca da verdade científica com o sistema de leis que explicam os objetos.
        
       Por fim, Weber acredita que essas leis são apenas o primeiro passo na análise dos objetos, sendo sucedidas pela análise das combinações de fatores, depois as conexões anteriores do objeto e, finalmente, o foco no indivíduo.

Rodrigo Nadais Jurela - Direito Noturno

Juízos de valor, ciência empírica e verdade objetiva

Weber, em sua obra, rejeita a ideia de que a ciência empírica é capaz de firmar normas e ideais obrigatórios, que possam ser aplicados em formas para a prática. Ou seja, os Juízos de valor não devem ser retirados das análises científicas, devido ao fato de que são originários da subjetividade do pesquisador. Assim, põe-se em questão a proposta crítica científica e o significado dos ideais e Juízos de valor. Para ele, nas ações humanas existem os “fins” e os “meios”, desta forma, é necessário pensar se os meios científicos usados atingirão a finalidade. Então, um dos principais pontos consiste em ponderar acerca do objetivo durante o trajeto, além de comprovar e constatar as consequências dos meio utilizados, pois não cabe mais à ciência o papel de ponderar os recursos a serem aplicados.
Para o sociólogo, uma ciência empírica não pode ensinar o que se deve fazer, ocorrendo um problema entre as ideias pessoais e a argumentação científica, visto que os elementos mais íntimos da personalidade humana são percebidos pelo indivíduo como objetivamente válidos. Ele também afirma ser contra ciências que buscam determinar um denominador comum, prático para os problemas na forma de ideias universalmente válidas.
Ao tratar das revistas de ciências sociais, defende que as que se dizem puramente científicas devem buscar a verdade, de modo que se reconheça a validade de certo ordenamento conceitual da realidade empírica. Daí a necessidade dos autores e leitores terem conhecimento dos métodos utilizados para obter a realidade.
Outro ponto importante de Weber gira em torno das ciências sociais e a verdade objetiva buscada por elas, sendo esta condicionada pela direção do interesse de conhecimento do indivíduo definindo-se conforme o significado cultural atribuído ao evento.

A respeito das ciências da realidade devem-se distinguir duas orientações: a histórica e a da ciência social, sendo estas complementares. Assim sendo, a ciência define-se como um esforço para compreender elucidar os valores aos quais os indivíduos aderiram. A ciência que o sociólogo busca é a da realidade, para entender o que está ao redor do homem e o mundo em que ele está situado.

Valores

    Weber trata as ciências humanas como uma ciência empírica que está a disposição para ser usada como algo que pode auxiliar no modo como deve ser feito. Considerando assim, a sociologia como uma ciência empírica por lidar com os fenômenos: estudo das ações sociais dos indivíduos e compreender a ação social dos indivíduos, levando em consideração os valores, que são baseados na vivência das pessoas.
     A sociologia comprrensiva procura compreender a situação e não prescrever atos a serem seguidos, tal método procura afastar-se das ideologias, sem neutralidade, procurando ter uma compreensão refina sobre o assunto. Separando a ciência e política para que a ciência analise de forma rigorosa informando melhor a política.
    Ao contrário de Marx, que acredita que o materialismo é o ponto que culminou o seu pensamento, para Weber, o materialismo histórico é o ponto de partida das análises, mas não o fim, tentar compreender os valores que tais indivíduos valorizam.
    Para Weber, a ação social pode ser classificada como: ação racional com relação a um objeto, ação racional com relação a um valor, ação afetiva e ação tradicional.
    Portanto, para Weber, a ferramenta metodológica para a análise abarca o objetivamente possível, atuando como forma de organizar o caos e a complexidade do real.

            Dalisa Aniceto - Direito Diurno

Queda do subjetivismo sociológico

No início do século XX, a ciência social - devido a forte influência do marxismo - se encaminhou para o rumo das ciências nomológicas, o que para Max Weber era extremamente prejudicial à legitimação dessa ciência. A partir do momento em que se estabelecia um pré-conceito sobre as ações sociais, em vão faz-se a análise dos fenômenos, pois seu resultado já estaria originalmente corrompido pelo conceito estabelecido.
Segundo Weber, a ciência social deveria ser baseada na compreensão, restringindo sua atuação à análise de cada ação social como fenômeno relevante e digno de interpretação. Ele rejeita as generalizações, as quais seriam onerosas à compreensão real do fenômeno, além de levaram a criação de um “denominador comum”, conceito repudiado pelo intelectual.
Tal prática de generalização é comum nas já mencionadas ciências nomológicas, sendo tal justificada pelo objeto de estudo dessas. Os fenômenos estudados por ciências como biologia e física podem ser, após período de observação e experimentação, organizados em leis ou em sistemas. Entretanto, diferente da trajetória de um lançamento ou do percurso realizado pelo sangue após ser bombardeado pelo coração, a ação social é inesperada e subjetiva, sendo impossível mesmo após longo período de estudo, determinar pontualmente as atitudes de um indivíduo.
A atuação de Max Weber foi fundamental na manutenção da ciência social em sua forma "pura" e crítica, afastando os fantasmas ideológicos fortemente presentes no século XX. Graças a ele, foi possível uma maior legitimação da sociologia como ciência efetiva, com método e rigorosidade científica, refutando-se a ideia de um ciência subjetivista, onde predominava-se mais o pesquisador do que sua própria pesquisa.

Suzana Satomi Shimada - 1º ano, diurno.



A cultura e a economia no presente aspecto racional

Ao começar a ler a análise do texto de Max Weber, deparei-me com uma reflexão curiosa, de cunho pessimista, que até então eu nunca havia tido. Particularmente, o avanço da racionalização, o Século das Luzes, o Renascimento, tudo era tido com muito afeto por mim, uma vez que a racionalidade nos permite muitas descobertas, isentas quando subordinados à ideologia cristã. Porém, uma vez que se nota que esse avanço da racionalidade foi um trunfo usado por empresários para o avanço do capitalismo e da mecanização da economia, esse novo "pensar" não me parece tão racional assim.
                Mesmo diante desse aspecto racional da sociedade, Weber procura explicar como o desenvolvimento econômico acontece de formas diferentes no mundo ocidental e oriental influenciado por aspectos "místicos". Nessa perspectiva, é possível observar que o papel da religião continuou presente na sociedade mesmo após o auge do desenvolvimento científico. Nas sociedades ocidentais, por exemplo, desenvolveu-se de forma heterogênea dependendo da organização espiritual de cada uma. A economia da Inglaterra pode desenvolver-se mais rapidamente com a unificação Rei - Igreja. Já em Portugal, a economia estagnou-se, mantendo-se agrária sob a influência Católica.
                Essa análise serve para refutar e adaptar os pensamentos de Marx, que procurou analisar todo o processo produtivo através de um único olhar, sem perceber as especificidades de cada civilização.

                No aspecto social, Weber propõe uma diferente forma de estudo da sociedade, através da comparação futura. Nesse método, seria analisada a forma que a sociedade avalia o próprio presente, com a constatação futura do que ela realmente é. Nessa linha de pensamento, torna-se possível perceber o quanto a inserção de um indivíduo na sociedade interfere na sua forma de pensar e de agir, como um aspecto cultural. Assim, somente com o distanciamento da sua realidade, um intervalo de tempo poderá ser analisado com racionalidade.

Yasmim Silva Fortes - 1º ano - Noturno
          
Estandardizar ou singularizar?

          O homem, analogamente aos animais, possui seus impulsos instintivos. A distinção entre ambos dá-se no quesito racionalidade. As ações animalescas embasam-se em sensações, apetites e instintos naturais e inexiste uma preocupação com as variantes consequências do ato. O ser humano contrapõe-se a essa realidade, uma vez que suas ações são guiadas – de forma consciente ou inconsciente- por uma rede complexa, na qual incluem-se afeições, tradições, valores...
          Devido a essa complexidade humana, Max Weber procura desvencilhar a Sociologia de conceitos uníssonos. Essa ciência deve objetivar apenas retratar a realidade, ocasionando o aumento da criticidade do ser que a utiliza. Afinal, é essa pluralidade das ciências sociais que permitem um acúmulo de conhecimento preponderante se comparado à ciências nomológicas, presas aos grilhões das leis, regras fixas. Destarte, o conceito sociológico de Weber confronta-se com o materialismo dialético, porquanto credita a importância nas conexões de sentido que cada indivíduo dá a ação social, e não a classe.
         Empenhar-se em estudos históricos por vezes acarretam em interpretar o homem como mero sujeito de uma dinâmica histórica, com leis imutáveis. Todavia, Weber considera essa ideia enfadonha, pois assemelha o homem a um mero objeto de dogmas. E noções dogmáticas devem nortear religiões, e não a ciência humana. Weber vê o homem como um ator histórico, cujas ações divergem de padronizações. Estabelecer um “dever ser” das ações acaba por gerar um aprisionamento da consciência real e única de cada homem.

          Nessa diapasão, as reflexões de Weber acerca da padronização do ser humano são cabíveis a uma gama de momentos históricos, principalmente nos tempos atuais. O fenômeno da globalização, ao tornar os habitantes do planeta mais próximos entre si acabou por influenciar na massificação de pensamentos, de ações. A indústria cultural pode ser apontada como a principal força motriz para tal. Existe uma convivência diária com uma ditadura do “tipo ideal”, pois a cobrança de encaixe nos padrões considerados convenientes é constante. Mas a sociedade compõe-se de múltiplas particularidades, estandardizá-las é ignorar a unicidade e o poder de cada ser. “Poder é toda chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra a relutância dos outros.” (WEBER, Maximilian Karl Emil).

Daniele Zilioti de Sousa - Direito Noturno
Teoremas de Max Weber

 As ciências humanas sempre sofreram com uma parcela de preconceito, já que muitas vezes lidam com a subjetividade das emoções humanas e métodos de pesquisa não tão concretos quanto os teoremas matemáticos. Max Weber lida justamente com a possibilidade de haver objetividade nas ciências humanas, estudando os fatos da vida social e lidando estritamente com o científico, como deixa claro em sua descrição dos objetivos do Arquivo. Uma de suas ideias centrais é sobre o uso do juízo de valor na sociologia, para Weber o cientista jamais deve extrair juízos de valor de análises científicas, mas a compreensão das ações dos indivíduos passa pela compreensão dos valores dos indivíduos, tendo em vista que o ser humano é movido por valores. Max Weber também discorre sobre a “verdade científica”, que vem da comparação entre fatos e tipo ideal, sendo o tal “tipo ideal” uma ferramenta de análise, porém ideal não é igual a utópico, ideal aqui é o possível. Weber é complexo em sua sociologia científica e concreta, porém consegue criar formas de análise que permitem ter a sociologia como uma verdadeira ciência da realidade.

Samantha Sayuri de Souza Yabiku - 1º ano Direito noturno

Weber e a ação social


Na concepção de Weber, a sociologia deve compreender o que são “ações sociais” e que fatos culminam nessas ações, pois sendo a sociologia uma ciência que estuda a realidade, é necessário que se construa tipos que orientem tal análise.

Em contraposição a Durkheim, Weber não trata os fatos sociais como coisas, vistos isoladamente, sem o abandono do juízo de valores, usando da neutralidade. Isto porque ao escolher analisar um fato, já há uma carga de parcialidade na própria escolha, não sendo, portanto, possível a separação entre o sujeito e o objeto estudado que Durkheim previa. Enquanto a concepção weberiana opta pelo estudo da ação social, que é dividida em tipologias (com relação a valores, a fins, ação social afetiva e ação social tradicional), a durkheimiana estuda os fatos sociais, que devem ser exteriores, coercitivos, objetivos e gerais.

Weber não constrói métodos de análises gerais, nem tenta descobrir regras universais para os fenômenos sociais. Ele busca leis casuais, que variam de acordo com o entendimento provindo da racionalidade científica.


Steffani de Souza (1º ano - Direito noturno)
 
 
 
 

Juízo de Valor: uma armadilha

     Max Weber é um dos mais considerados pensadores quando se trata da compreensão da sociologia. Pensador por excelência apresenta uma visão acerca da relação do juízo de valor com a realização da ação que ajuda a compreender posturas inesperadas na sociedade dos anos 2000, dita moderna e liberal.

         Weber nos esclarece que o juízo de valor é o ponto de partida da ação. E esse é o ponto crucial das complicações que as ações, até mesmo as mais racionais, podem gerar no meio. Afinal, os valores são absorvidos de forma quase involuntária pelos indivíduos e depois de aspirados são muito difíceis de serem mudados. Dessa forma, valores preconceituosos, racistas e excludentes, quando absorvidos são expressos em ações de forma quase imperceptível, produzindo ações que geram desconforto social.

         Some-se a isso a dificuldade natural do homem de reconhecer que os seus valores individuais não convém para o convívio social. O homem, enquanto ser social, deve procurar prezar pelo convívio harmônico, contudo, mesmo sendo racional, muitas vezes é levado pelas suas paixões e crenças sem perceber, agindo de forma a complicar a convivência.

         Conclui-se, portanto, que o convívio social perfeito dependeria da reinvenção individual de cada homem. Porem, a perfeição social não seria benéfica, pois não há motivos para refletir uma sociedade perfeita. O juízo de valores e os outros “defeitos” do homem são armadilhas que impulsionam o desenvolvimento da humanidade. A reflexão provocada pelo conflito é saudável, à medida que permite um entendimento cada vez mais amplo das dinâmicas sociais. Como diria Clarice Lispector: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”.


Paulo H. R. Oliveira – Direito Diurno

Coisas frágeis

A. era rico. Sempre foi. Amava o dinheiro acima da própria vida e faria de tudo para consegui-lo, até matar. Apenas mais um egoísta ambicioso no mundo.
Hoje tem uma vida pacata e um trabalho honesto. Mora em uma casa simples de dois cômodos com sua amada esposa e filho. É feliz.

E. era um revolucionário. Possuía uma família estável, dona de um pequeno mercado. Criticava veementemente tudo no mundo seguindo uma única linha de pensamento e desejava mudar o mundo.
Hoje toca tranquilamente os negócios da família.

B. era meiga e delicada. Sonhava com um grande amor. Sempre adorou flores. Tratava todo ser vivo com respeito e carinho.
Está presa após descobrirem 15 corpos enterrados em seu jardim.

R. Amava música, mas nunca teve talento. Nem capacidade pra aprender algo. Desejava o sucesso.
Atualmente, é baixista em uma banda famosa, aclamada pelos fãs. Não, ele ainda não sabe tocar.

M. era supersticiosa. Acreditava cegamente em simpatias. Nunca passou debaixo de uma escada.
Possui três gatos pretos e nenhum trevo de quatro folhas.

Sabe, humanos são coisas frágeis. Apenas seres em uma eterna dança com seus próprios valores. Podem trocar de par em certas ocasiões, mas jamais parar de dançar, por mais que alguns possuam a ilusão de que podem.

Sim, coisas frágeis. E não há motivo para buscar leis sólidas para coisas frágeis. 

Ação social movida pela axiologia

Max Weber afirma ser a sociologia uma ciência da realidade, a qual é responsável pela crítica de todos os aspectos da vida social e se contrapõe à ideia de que existem regras fixas que regem os fenômenos. Assim, fica claro que a intenção do autor é compreender o sentido de cada ação social, que sempre é determinada por um sentido e movida por valores – vale ressaltar, porém, que mesmo que se analisem entes coletivos, deve estar em foco a ação de indivíduos, já que uma ação social é engendrada por valores emocionais, tradicionais, econômicos, religiosos, ou quaisquer que sejam, dependendo do contexto.
Nota-se também, que segundo Weber, é impossível a homogeneização dos valores, e a ação social é uma incógnita para o sociólogo; ou seja, tanto uma corporação militar quanto uma família “são representações de algo que em parte existe e em parte pretende vigência, que se encontram na mente das pessoas reais [...] e pelas quais se orientam em suas ações.”.
O pensamento de Weber também é caracterizado pela crítica ao materialismo histórico, o qual dogmatiza as relações entre as formas de produção e de trabalho e outras manifestações culturais da sociedade. Logo, o cientista social deve estar apto para reconhecer a influencia que as formas culturais (por exemplo, a religião) podem ter sobre a própria estrutura econômica.

Dessa forma, o protestantismo, através de uma nova interpretação do trabalho, tornou-se compatível com o desenvolvimento, o qual é condicionado, dentre outros aspectos, por elementos religiosos. Portanto, segundo Weber, a época Moderna surgiu graças a uma nova mediação e uma nova determinação do trabalho, na qual os fatores imprescindíveis da atividade econômica são os fatores morais. Lembrando que sua principal crítica ao dogmatismo foi em relação à chamada “concepção materialista da história”, a qual é preciso repelir “com maior ênfase, enquanto ‘concepção de mundo’, ou quando encarada como denominador comum da explicação da sociedade”.

Carolinne Leme de Castilho - Direito Noturno

Aplicação da Metodologia Científica Social

        Na concepção de Weber, toda ação social é movida por valores e determinada por um sentido. No entanto, por mais que possam haver previsões a seu respeito, sua natureza é inesperada - porque cada indivíduo tem um de seus juízos de valor em cada situação, o que pode ocorrer de maneira indeterminada anteriormente. Essa premissa é parte da essência do individualismo metodológico weberiano.
        Com isso percebe-se a defesa de Weber de que não cabe as ciências sociais a ambição de ser um espelho das ciências da natureza na sua exatidão e no seu dogmatismo - pois não se pode construir "receitas", com coerência de fato, derivadas da ciência empírica para a realidade social. Neste ponto, Weber baseia uma de suas críticas ao método marxista do materialismo histórico, enquanto este é "encarado como denominador comum da explicação causal da realidade histórica" (WEBER, M. "A 'Objetividade' do Conhecimento na Ciência Social e na Ciência Política" p.121).
        Tem-se, então, que o juízo de valor é ponto inicial na ação social. Tendo isso em vista, a missão primordial das ciências humanas - mais especificamente, da Sociologia - é informar a prática política através de uma explicação científica do curso efetivo da ação social de acordo com sua conexão de sentido, e com a maior objetividade possível.
         Seguindo esse raciocínio da utilidade das ciências sociais na prática política - setores que, no entanto, não devem se confundir - a teoria weberiana aceita a existência de "leis" ou preceitos na metodologia científica social, porém, apenas com o caráter de meio para a compreensão dos objetos, e não de fim. Assim, o sociólogo denomina "tipo ideal" a ferramenta metodológica utilizada para afunilar as perspectivas a fim de possibilitar uma análise de toda a complexidade da realidade. Ferramental a qual não apenas existe para deixar de existir, como é uma correspondência a algo que é objetivamente possível, e não que "deve ser".

Laís M. Ribeiro - Diurno

“O Conhecimento é uma conquista que nunca chega ao fim”
WEBER, Max

Max Weber foi de grande notoriedade na sociologia moderna por dar novas perspectivas a tal ciência acumulando à bagagem de estudiosos com diferentes teorias a serem assimiladas. Com isso, estruturou seu pensamento de forma a se contrapor a Karl Marx na maneira como via o avanço do capitalismo na sociedade ocidental.

Enquanto Marx se apoiava na teoria de luta de classes, exploração do homem pelo homem, visão de tão somente lucro do burguês, Weber tentou explicar a nova ordem econômica crescente analisando as ações sociais advindas do juízo de valor do próprio indivíduo ator. Tendo como ações básicas a racional visando um objetivo, a racional relacionada a um valor, a afetiva e a tradicional (de costumes) tentou compreender o homem e suas ações em seu momento e espaço.

Esse caráter universal, de entender cada grupo com suas especificidades deu crédito a seu modo de ver a ciência da sociologia de forma a criticar e questionar alguns de seus antepassados. “Enquanto o homem não perde sua capacidade de criar, a ciência e o conhecimento nunca chegam ao fim.”
Essa capacidade criativa do homem foi também analisada de outra forma por Weber, através  do modo de expressão de uma cultura a partir de sua produção musical. Weber via na música uma maneira criativa e racional de explorar as paixões, crenças e valores humanos. Esse trabalho foi desenvolvido no livro Os Fundamentos Racionais e Sociológicos da Música -Max Weber.



Joingle Raphaela do Carmo Viotto- Direito Diurno

Regras da Sociologia


Max Weber tinha como intuito primordial estabelecer um novo cenário e uma metodologia própria para a Sociologia, sobretudo, por estar vivenciando uma época em que o Marxismo se tornava sinônimo desta ciência e traçava os novos mecanismos de estudos das ações sociais.

Desse modo, Weber delimita a Sociologia como uma ciência empírica por estar em contato direto com a realidade, uma ciência de crítica ao mundo. De uma maneira absolutamente diferente das ciências nomológicas – física, química, matemática- as ciências sociais não são dotadas de leis fixas e imutáveis que podem ser aplicadas a qualquer fato cotidiano. Contudo, isso não significa que a Sociologia não possua uma metodologia e uma intenção de compreender as ações sociais.

“Compreensão” essa é a chave mestra para a Sociologia weberiana.  É preciso, portanto, que haja uma necessidade de se compreender as ações sociais, pois elas são inesperadas, são resultados de valores, de princípios e de distintas culturas que o indivíduo carrega consigo em toda sua existência.  Assim, toda ação terá um sentido, e é função da Sociologia buscar entendê-los e detectar quais são os valores que mobilizaram o indivíduo a praticar determinada ação.

Com isso, pode-se apreender que uma ciência empírica como a Sociologia não trabalhará com normas, ideias fixas e obrigatórias. Mas com uma metodologia universal, capaz de compreender qualquer ação social. E o método para realizar esta função denomina-se “tipo ideal”, um meio para analisar determinada ação tendo como referência algo objetivamente possível de se observar na realidade empírica, o que é mais provável de ser.

De maneira análoga à concepção de Weber, também é possível pensar sobre o Direito. A ciência jurídica, assim como a Sociologia, está em contato constante com a realidade social. Por outro lado, diferente da Sociologia, ela possui como sustentáculo um conjunto de normas, regras, princípios e prescrições que almejam manter a ordem nos convívios sociais e solucionar as discordâncias que possivelmente aparecem nas relações humanas.

Contudo, mesmo com uma imensidão de regras e um ordenamento jurídico extensivo como o do Brasil, nem todos os casos da realidade são capazes de serem solucionados por meio da Legislação. As peculiaridades e a constelação de diferentes culturas, modos de vida e valorações individuais caracterizam as ações sociais de uma maneira múltipla e dinâmica, sem um aspecto uno e exato de padronização.

Assim, não existe, por mais que tanto se almeje, uma fórmula padrão de resolver quaisquer casos nas ciências jurídicas. Todavia, isso não significa que o juiz não é capaz de, ao menos, responder efetivamente às problemáticas apresentadas pelas lacunas da lei. Ele possui total capacidade para recorrer a fatos já ocorridos que possuem peripécias semelhantes a sua atual dificuldade para solucionar determinado caso. È a famosa analogia, um recurso, que assim como o “tipo ideal” de Weber, tem por finalidade observar situações parecidas e elaborar a resposta mais plausível de ser esperada.
Juliana Galina Soares - 1º ano Direito diurno.

Homem, caleidoscópio

          
          "Um caleidoscópio é um aparelho óptico formado por um pequeno tubo de cartão ou de metal, com pequenos fragmentos de vidro colorido, que, através do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos inclinados, apresenta, a cada movimento, combinações variadas [...] de efeito visual".
           Da mais simples definição de caleidoscópio conseguimos, através de uma analogia, ver a tese weberiana sobre o homem.
          Weber não consegue definir o tipo ideal, indissolúvel, de homem. Na sua visão é impossível enxergar o ser humano sempre da mesma forma, este está sempre a mercê das mudanças ocorridas no mundo, ao longo dos anos, ao longo das classes. Diz-se assim de um caleidoscópio, que a cada movimento muda sua combinação, sua "visão interior". Pois bem, certamente para Weber o caleidoscópio chamado homem nunca está definido, rigidamente acertado. O homem da Inglaterra pré-industrial não tem o mesmo reflexo interno do homem dos tempos de indústria. 
          Da mesma forma, dois caleidoscópios, que passam pelo mesmo movimento, certamente não apresentarão o mesmo reflexo daquele movimento. Para Weber, as classes não são homogêneas, os valores também não. Cada homem apresentará um modo diferente de se impor perante a sua situação atual, mesmo que sua situação seja semelhante a de outro.
           É daí então que ele diz que o tipo ideal existe tão somente para deixar de existir. O homem, caleidoscópio, se altera a cada mínimo movimento, dificilmente volta a sua visão anterior. O ideal anterior, dificilmente será ideal depois.


O objetivo de Weber

Max Weber, grande intelectual, viveu na Alemanha do final do século XIX ao início do século XX e se tornou famoso por seu trabalho no direito, na economia e na sociologia. Em sua obra “A metodologia das ciências sociais” de 1904, ele expõe a sua posição na discussão sobre os métodos dessas ciências.
No capítulo “A ‘objetividade’ do conhecimento na ciência social e na ciência política” Weber defende que as ciências sociais são essencialmente diferentes das demais ciências e que para o estudo delas é necessário agir de forma diferente.
Weber apresenta a sociologia como uma ciência da realidade, sendo a função essencial dela a compreensão do sentido da ação social, que é determinada por um sentido e movida por valores. A ação social é classificada em quatro tipos possíveis: a ação social com relação a um objetivo; a ação tradicional.
E o objeto socioeconômico divide-se em três categorias: o especificamente econômico; o economicamente condicionado; e finalmente, o economicamente relevante.
Weber também faz uma crítica à ideia determinista de ciência e ao materialismo histórico, mais especificamente ao dogmatismo do materialismo histórico.
Para finalizar, Weber apresenta o “tipo ideal”, que é a ferramenta metodológica, o meio, para a análise. Nele parte-se de uma ideia geral, definindo-se características diversas que, depois, serão anuladas no decorrer do estudo. É importante ressaltar que ele corresponde ao objetivamente possível e não ao que “deve ser”. Através da comparação do tipo ideal com os fatos alcança-se a verdade cientifica, o objetivo de Weber.

Letícia Roberta Santos
Texto referente ao livro "Metodologia das ciências sociais”, mais especificamente ao capítulo “A ‘objetividade’ do conhecimento na ciência social e na ciência política”.

Individualismo Metodológico

Desde surgimento da filosofia, reflexões a respeito do indivíduo foram o centro da atenção dos filósofos. Estes questionavam aspectos diversos da vida humana, desde sua origem, até sua vida em sociedade. No campo da sociologia, Max Weber, considerado um de seus fundadores, direciona sua análise para a interpretação do homem enquanto ser sociável de forma a compreender o sentido da sua ação perante seus semelhantes. Para tanto, defende que a ciência deve priorizar a análise da realidade pura em face das ciências nomológicas, consideradas duvidosas e não suficientes por introduzir ideologias pré-estabelecidas considerando leis fixas que regem os fenômenos sociais.
Analisar a sociedade implica reconhecer as peculiaridades que são apresentadas, concernentes a cada contexto histórico em que estão inseridas. Mais que a influência política ou ideológica, o homem deve ser visto enquanto ser subjetivo, respeitando sua ponderação e escolha de valores que justifiquem sua ação social. Cabe, portanto, à consciência individual determinar sua visão de mundo, que somente terá plenitude quando ponderada com uma ciência da realidade.
Para tanto, Weber defende uma Sociologia Compreensiva, que não visa prescrever ações premeditadas, tampouco busca estabelecer uma neutralidade nas ações dos indivíduos. Pelo contrário, sua função é compreender a ação dos indivíduos, respeitando sua subjetividade sem deixar-se contaminar por ideologia alguma. Com tal perspectiva compreensiva, o autor introduz o “individualismo metodológico” como recurso de análise de valores compartilhados por diversos grupos sociais, que mobilizam seus valores conforme suas necessidades e vontades momentâneas. Dessa forma, conclui que a ação social é inesperada, dispondo-se sempre de uma escolha de valores ou de um objetivo a ser alcançado.

Compreender a ação humana envolve mais do que mera observação dos fatos. É necessário estabelecer uma interpretação uni-causal para evitar pré-julgamentos, sobretudo na contemporaneidade, cujos valores apresentam-se cada vez mais perdido em detrimento dos princípios materiais. 

Luisa Loures Teixeira
1º ano Direito Diurno

A generalização de valores

O indeterminismo histórico é o que diferencia Max Weber, pois para este sociólogo o homem não é fruto apenas do contexto histórico em que está inserido. O indivíduo possui suas peculiaridades e é responsável por suas ações que são capazes de caracterizar seu comportamento. Vale ressaltar que para este pensador, o indivíduo é o elemento que constrói a mudança social, por isso deve ser estudado, ao contrário do que pensavam Marx e Durkheim que focavam na estrutura social.
A ação social é o objeto de estudo da sociologia, para Max Weber, contudo tal estudo é uma incógnita para os pesquisadores, pois cada indivíduo pode dar um sentido para a sua ação social. Outro fator que pode complicar a análise da mesma é a parcialidade humana, pois é recorrente o julgamento de sentidos com juízos de valores pré-definidos. Este é um erro, pois é como limitar e definir um grupo ou classe de antemão, todavia Weber defende que não se deve pensar na ação social de uma coletividade e sim de um particular.
A generalização de valores é comum atualmente e é recorrente desde os primórdios da vida em sociedade. Criar estereótipos, como que todos os moradores de comunidades carentes são marginais, que mulheres que gostam de futebol são masculinizadas, que pessoas que seguem uma religião são influenciáveis e não possuem uma opinião própria e que homens não choram, por exemplo, beiram ao preconceito. Max Weber quis quebrar com esses pré-conceitos. Um trecho da música, A todas as comunidades do Engenho Novo, do O Rappa, retrata um pouco dessa realidade:
“Em todo lugar pela-saco tem
No Engenho não é diferente
Tem pela-saco também
Pra não parecer que é marra minha,
Meu irmão no Engenho tem gente fina
Gatinha e sangue bom
Todo mundo diz que o funqueiro
É um animal
Pela-saco falador tem tudo que
Tomar um pau
Quando chega a tarde a sensação
É o futebol
E a noite com a gatinha
Curtir um baile na moral”


Camila Gabriele Pereira de Faria
1º ano Noturno