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sábado, 18 de abril de 2015

Racionais?

  A sociedade contemporânea se define como extremamente racional, embasando todo o seu conhecimento no uso da razão e da experiência, como o proposto por René Descartes em sua obra "O discurso do método". Porém, a afirmação de que os seres humanos hoje encontram-se em seu estado mais racional pode ser questionada se analisarmos criticamente as dinâmicas sociais. É possível observar que a maior parte da sociedade não busca refletir frequentemente sobre aspectos fundamentais de nossa existência, contentando-se em seguir qualquer ideologia proposta, atuando como massa de manobra para políticos, partidos, mídias e celebridades.
  Para Descartes, a razão era inata a todos os homens, no entanto, a dúvida era parte essencial da caminhada rumo ao conhecimento, porque ao questionar tudo que era considerado verdade absoluta, o homem buscaria o motivo de tais crenças, aprimorando, assim, sua sabedoria. Contudo, na cultura atual, onde a razão é cultuada e venerada, a dúvida se tornou um princípio elitizado, sendo vista pela maior parte da população como algo que só cabe aos grandes intelectuais e pensadores. A camisa do senso comum é vestida pelas pessoas sem o menor questionamento, por ser mais fácil utilizá-la que procurar um embasamento para criar as próprias opiniões, reflexões, ideologias e conhecimentos, é mais fácil trilhar o caminho já desbravado que se embrenhar por trilhas desconhecidas.
  Desse modo, é paradoxal ver como a sociedade afirma ser racional, mas despreza os métodos sugeridos por um dos expoentes do racionalismo. Caracterizando, assim, a hipocrisia na qual todos os sistemas são embasados, mostrando que a razão só é considerada boa se leva ao conhecimento as pessoas favoráveis às instituições, mídias e governos, enquanto os opositores, reais ou potenciais, devem ser mantidos na ignorância. Ou seja, cabe que sejamos uma comunidade apenas parcialmente racional. 

Giovana Galvão Boesso
1º ano- Direito diurno
Introdução à Sociologia, aula 2.

Manipulação Midiática

    A imprensa é um importante mecanismo de comunicação, contudo, nota-se uma crescente propagação da manipulação daqueles que só têm por base a opinião alheia. Esses equívocos seriam minimizados caso a população fizesse uso dos métodos cartesianos desenvolvidos por René Descartes, conforme difundido no "Discurso do Método".
    Um exemplo bastante relevante e emblemático foi o caso da Escola "Base", instituição de ensino infantil, que foi vítima de uma mídia sensacionalista e de uma investigação despreparada que atribuiu culpa a um crime não cometido. O caso ocorreu em 1994, seis pessoas foram acusadas de pedofilia, dentre elas estavam os pais de um aluno, os motoristas da van escolar e os donos do colégio. Mais tarde, depois de uma averiguação minuciosa foi constatada a falsidade das acusações, mas já era tarde, a mídia já havia feito a sepultura da idoneidade daquelas pessoas e do local de ensino, o qual veio a falência.
    Apesar desse caso e de inúmeros outros, mais recentes, capazes de provar que somente a mídia sensacionalista e irresponsável não é o instrumento mais adequado para a formação de opinião, a população ainda se baseia de forma ardilosa nesses veículos.
    Essa forma de pensar das pessoas, bem como a forma de agir da mídia, baseiam-se no senso comum, sendo contrárias ao método cartesiano. Esse método prega o conhecimento em quatro enfoques, sendo eles: o do questionamento, ou seja, a não aceitação de algo como verdade absoluta; o da repartição das dificuldades com o intuito de melhor solucioná-las; o da investigação mais simples para a mais complexa, e por fim, enumerações completas com o propósito de verificar que nada foi omitido.
    Dessa forma, seguindo esses preceitos estabelecidos por Descartes, haveria menos julgamentos infundados, diminuindo a perversidade midiática que fere de modo indiscutível a vida de inocentes.

Ariane do Nascimento Sousa
1° ano Direito Noturno
Introdução à Sociologia- Aula 2.

Razão Científica x Razão Contemplativa

René Descartes, viveu na época em que ascendia uma nova classe social: a burguesia. Tal fato levou o autor em o Discurso do Método a estabelecer uma crítica aos antigos filósofos, os quais baseavam-se em um conhecimento meramente contemplativo, em uma razão contemplativa. Para Descartes, a vã contemplação do mundo não seria capaz de gerar empreendimentos úteis para burguesia em ascensão e, além disso, o conhecimento empírico fatalmente nos induziria ao erro, pois este cria pré-noções do mundo através de raciocínios superficiais. A razão, para o filósofo, deveria possuir um caráter transformador. E, em função disso, buscou elaborar um método para que se pudesse chegar a razão científica, a qual seria capaz de estabelecer um domínio sobre o conhecimento. 
Descartes, afirmou ser a razão algo inato aos homens, no entanto, apenas alguém com um conhecimento superior, um ser imutável e perfeito, seria capaz de colocá-la dentro de nós. Racionalizou, com isso, a figura de Deus. O que autor propôs, foi um método capaz de chegar a essa razão intrínseca a natureza humana. 
O método cartesiano tem como premissa a dúvida. " Eu duvido, eu penso, logo existo" , significa ser "o eu" o sujeito último do pensamento, ou seja, o fato de duvidar e pensar é suficiente para garantir a existência humana. Sua segunda parte prevê a divisão do pensamento, em quantas parte forem necessárias, a fim de que possamos conhecê-lo profundamente, no entanto, conduzindo-o a partir das ideias mais simples chegando, pouco a pouco, às mais complexas. E, por fim, efetuar revisões de todo o método a fim de nada ter omitido durante o processo. 
Para Descartes, a ciência moderna deveria duvidar de tudo sempre, não aceitando como verdade definitiva nada que fosse baseado no conhecimento empírico. Parar de duvidar e postular algo como verdade encerraria o ciclo de acumulação de conhecimento, levando os homens à inexistência. Ainda que seu método, após séculos, mantenha-se atual, hoje recebe uma conotação pejorativa, devido a exclusão das perspectivas emocionais, tendo como base apenas a exacerbada racionalização. O que, por muitas vezes, pode resultar em ideias imorais, sem preocupação com o ser humano em si. 

Thais Amaral 
1 ano direito diurno 
Introdução à sociologia - aula 2

Alcance da Razão

     Autor da célebre frase "penso, logo existo", Descartes valorizava a razão suplantada sobre o conhecimento adquirido pela magia, revelação divina ou paixão, por isso baseou seu método (modo como os homens passam a conceber o conhecimento) naquela. Por conseguinte, afirma que a razão é inata ao homem e é necessário o método adequado a fim de alcançá-la. Além de utilizar a dúvida como base para destruição de verdades equivocadas e construção de pensamentos válidos, como declarou "ao destruir todas as minhas opiniões que julgava mal alicerçadas, fazia diversas observações e adquiria muitas experiências, que me serviram mais tarde para estabelecer outras mais corretas."
     Deste modo, no progresso realizado na busca pelo conhecimento da verdade por meio da dúvida como método, Descartes estrutura que o conhecimento é pretexto para adquirir mais conhecimento para um avanço ainda mais profundo da razão. Como consequência, a dúvida torna-se base da razão, ou seja, o ato de duvidar traz ao homem conhecimento e este é necessário ao desenvolvimento da razão.
      Ademais, para Descartes, a racionalidade é a racionalidade com um fim, ou seja, deve haver um propósito na busca pelo conhecimento como o exposto na oposição entre as perspectivas sobre a razão para Descartes e para os antigos. Estes viam a razão como ato de resignação do mundo, enquanto o filósofo percebia a razão como transformadora, uma forma de dominar o mundo, isto é, vencer as forças da natureza para a melhor sobrevivência do ser humano.
     Em suma, o método de Descartes foi o traço marcante do advento da ciência moderna visto que quebrou com os paradigmas de que a verdade seria baseada em acontecimentos míticos e não, na razão. 


 Camila Migotto Dourado
  1º ano Direito diurno
 Introdução à Sociologia - Aula 2

Descartes e a racionalidade da dúvida

  Pertencente a uma época em que o ensino baseava-se na tradição, René Descartes buscou romper com o método utilizado a partir do questionamento e da desconfiança de todas as coisas: a dúvida. Assim, partia-se da racionalidade para conhecer mais sobre si e sobre a sociedade, para poder transformá-la e influenciá-la, mas também sendo diretamente influenciado por ela, por meio da burguesia e da religião.
  Com a obra “Discurso do Método”, Descartes expõe o caminho que utilizou para alcançar a razão, algo que almejava conforme crescia, pois encontrava-se repleto de indagações e imerso em sua própria ignorância, a qual o impedia de analisar o presente. Desse modo, o filósofo francês construiu sua metodologia científica cartesiana para obter a verdade de modo que passasse a questionar todos os preceitos.
  Utilizando-se da racionalidade como um instrumento essencial a seu método, Descartes propõe quatro máximas que fundamentam sua metodologia, sendo elas: a dúvida metódica, a partilha do conhecimento, a compreensão da parte mais simples até a mais complexa e a relação metódica entre essas partes. Todavia, para o filósofo e matemático seria preciso um fundamento último para impor a razão e esta seria, portanto, a existência de Deus. Sendo assim, como tudo provém dessa divindade perfeita, o pensamento já verifica a existência: “penso, logo existo”.
  Desse modo, René Descartes buscou ampliar seu conhecimento através da busca da verdade pautando-se na razão, esta que explicaria o mundo, utilizando sua obra para discorrer sobre sua experiência, podendo assim, sair da superficialidade do senso comum e aprofundar-se no conhecimento que seria decorrente, principalmente, da dúvida.


                                                       Lara Costa Andrade
                                                       1° ano de Direito Diurno
                                               Introdução à Sociologia- aula 2

Racionalização exacerbada

Historicamente, a relação entre o homem e a razão é tema frequente de discussões. É habitual relacionar os períodos em que a humanidade deixou de lado a racionalização do pensamento a períodos escuros e de trevas, em que o conhecimento verdadeiro foi sabotado e monopolizado. Da mesma forma, frequentemente associa-se o uso da razão aos períodos de progresso e desenvolvimento do mundo. O problema é que essa visão foi fortalecida ao longo do tempo, e atualmente observam-se muitas sociedades lutando freneticamente pela racionalização de todas as esferas do cotidiano. No entanto, questiona-se: seria esse, de fato, o melhor caminho a ser seguido pela humanidade?
            Em sua obra O Discurso do Método, René Descartes discorre sobre o uso da razão como forma de explicar o mundo, em um período em que grande parte do conhecimento se embasava em princípios filosóficos e abstratos. Sua intenção era a de indicar que as verdades e concepções obtidas através de quaisquer outros métodos, como a superstição ou a paixão, não seriam sólidas.
Porém, o que se nota no momento atual é que a ideia de racionalização da vida pode ter ido longe demais, atingindo domínios nos quais a passionalidade possui um papel decisivo e extremamente importante – a decisão de constituir uma família, por exemplo, que não muito tempo atrás dependia basicamente do desejo dos envolvidos em fazê-lo, hoje depende muito mais da análise de caracteres econômicos, políticos e sociais. Decisões racionalizadas como essa fazem parte de contextos passionais, e por isso não deveriam somente levar em consideração o pensamento, mas também o sentimento.
            Assim, é possível verificar a necessidade em desacelerar e abrandar a aplicação da razão como solução de todos os problemas – o mundo contemporâneo demanda não somente que o homem seja racional, mas também que saiba lidar com as adversidades de forma humana, de maneira a considerar a vida como muito mais do que um problema matemático a ser resolvido de forma lógica. Mais importante ainda que isso é saber valer-se de cada um dos comportamentos nos contextos mais adequados.
Heloísa Ferreira Cintrão

1º ano – Direito (Diurno)

O eco cartesiano no método dialético: Descartes e Hegel


“A faculdade de julgar bem e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente aquilo que se chama bom senso ou razão, é, naturalmente, igual em todos os homens” (Descartes)

  Descartes afirmava que, para conhecer a verdade, é necessário que coloquemos todos os nossos conhecimentos, até aqueles que consideramos mais incontestáveis, em dúvida. Para tanto, o mesmo elaborou um método calcado na razão, elemento marcante da filosofia desenvolvida durante o século XVII.
  A partir desse método cartesiano (adjetivo que deriva de Cartesius, forma latina do nome Descartes), calcado em princípios matemáticos e sintetizado na obra “O Discurso do método”, é depreendido que o conhecimento na verdade é algo que não resulta de simples percepções sensoriais e sim de uma análise lógica e pré-estabelecida, a fim de que se comprove a veracidade do mesmo.
  Hegel, filósofo da contemporaneidade (segunda metade do século XIX até a primeira metade do século XX), por sua vez, ao estabelecer que as idéias são mutáveis e evoluem com a sociedade, ou seja, têm por fundamento um tempo histórico como determinante de sua racionalidade, reforça o modelo racional das mesmas, pois a dúvida continuaria sendo uma constante do conhecimento apreendido. Por meio somente da contestação, da dúvida, seria possível a evolução das ideias.
 Assim, pode-se observar na teoria de Descartes, um embrião do que seria a dialética de Hegel, pois o estabelecimento da “dúvida” no conhecimento como necessidade para o estabelecimento de verdades remete ao processo dialético, formado pela contraposição de duas idéias, tese + antítese, que daria origem à uma síntese, uma nova ideia.
  Ambos pensadores são adeptos ao pensamento racional e crítico, estabelecendo que apenas a contestação e a constante mudança das ideias são a premissa para o estabelecimento do conhecimento. Descartes ao apresentar a possibilidade de unificar uma forma de se buscar conhecimento permitiu que, séculos depois, Hegel pudesse tentar estabelecer premissas para fundamentar um processo eterno de criação do mesmo.
Conhecimento é pretexto para mais conhecimento, para um avanço ainda mais profundo da razão”.

Mariana Ferreira Figueiredo
1º ano de Direito (Diurno) 
Introdução à Sociologia - Aula 02

Sobre Descartes e o Hedonismo no século XXI

Na contemporaneidade, assumir-se “Cartesiano’ revela uma perspectiva pejorativa de extrema realidade, caracterizando o homem moderno como ávido e calculista. Isso é explicado devido às interpretações do mundo construídas por René Descartes baseadas na razão, no conhecimento não valorativo, liberto de sentimentos e pré-noções, contrariando a filosofia antiga estéril que se baseava em revelações, magias ou paixões. 
Dessa forma, conforme discutido pelo filósofo Jürgen Habermas, em suas obras, devido a utilização da Ciência para chegar à verdade, e não mais do conhecimento filosófico, religioso, ou mágico do universo, o homem contemporâneo sente a falta de um discurso norteador da humanidade, uma vez que, a finalidade de uma crença religiosa, por exemplo, é conduzir o homem a um estado de consciência ou paraíso, enquanto a ciência e a razão desconhecem seus destinos. 
Isso acontece pois, para Descartes, a compreensão sistemática das coisas é infinita, visto que, sempre se pode duvidar do mundo, fragmentá-lo, melhor conhece-lo e alcançar a razão última. Por conseguinte, a ciência fica cada vez mais abstrata e o homem contemporâneo depara-se com um grande vazio interno e o preenche com os pretextos capitalistas do consumo, da aparência, e da busca incansável pela acumulação de riquezas.


Heloísa Leonel Silva
1º ano- Direito Diurno
Aula 02

Descartes: a revolução do método científico e a nova face pragmática da razão


Ao longo do século XVII ascendia a classe social que, para Marx, foi revolucionária em seu caráter de aspirações civilizatórias globais: a burguesia. Não mais apenas empenhando-se na compra e venda comerciais, a burguesia passa a empreender e estender fronteiras na sua busca pelo lucro e acumulação de capitais, erguendo consigo o primeiro sistema econômico de face mundial, o capitalismo. Era preciso, para tanto, que não houvesse limitações geográficas ou biológicas para a extensão dessa civilização global, ou seja, era preciso submeter a natureza aos homens por meio do conhecimento científico, para que estes a dominassem e manipulassem a seu favor.

É neste contexto de racionalidade burguesa que se insere René Descartes, filósofo e matemático francês que propôs-se a analisar e discutir o novo papel da filosofia e da razão na sociedade moderna, compilando em sua obra Discurso do Método as etapas de organização do pensamento científico que lhe permitiram ser conhecido como o pai da filosofia moderna por toda a posteridade. 

Para Descartes, as novas necessidades humanas implicam o abandono do conhecimento meramente contemplativo e reflexivo para a adoção de um metódo científico que permita o emprego da razão prática, que exerça uma função ao homem ou produza algo; conceito também trabalhado por Max Horkheimer, séculos depois, e denominado razão instrumental. Não mais apenas conhecer o mundo, o novo papel a ser desempenhado pela ciência era o de transformá-lo com bases em conhecimentos factuais  e comprovados, daí a rejeição cartesiana a quaisquer ciências sobrenaturais (tais como a alquimia e a astrologia), adornos meramente transcendentais e à própria filosofia clássica que, em suas palavras, “um homem de letras forma em seu gabinete a respeito de especulações”. 

Fazer ciência era, para o filosófo, acima de tudo aproximar-se de Deus, uma vez que conhecer o mundo seria desvendar Sua obra, e, portanto, tal ciência e suas descobertas deveriam ser exatas. Descartes, então, elabora um método científico capaz de concretizar o desígnio divino aos homens e buscar a Verdade; o qual compreende como pilares a Dúvida Hiperbólica - duvidar sistematicamente de tudo e jamais aceitar como verdadeiro algo que não claramente o fosse; a compartimentação dos saberes para uma melhor análise aprofundada de cada parte de um objeto estudado em questão; o procedimento de condução de pensamentos do micro para o macro, em ordem de complexidade; e, por fim, o estabelecimento de relações e revisões metódicas entre os conhecimentos para a constante atualização e aprimoração destes.

É possível afirmar, por fim, que Descartes revoluciona o método científico até então aplicado ao tornar pragmático o emprego da razão, possibilitando à humanidade alcançar maiores avanços e superar mais limites - fossem eles naturais ou sociais - do que haviam feito seus antepassados durante milênios. 

Gabriella Di Piero
1º ano de Direito - Diurno
Introdução à Sociologia, Aula 2


A atualidade de Descartes

Descartes foi o filósofo que,no século XVII,concebeu o homem e seu pensamento como a única e exclusiva forma capaz de operar o conhecimento.Desse modo,o método cartesiano tornou-se um marco,pois colocou o ser dotado de razão em uma posição central.No entanto,apesar de se ter passado vários séculos desde Descartes até os dias atuais,sua obra continua extremamente atual

O contexto histórico, no qual o estudioso viveu e pelo qual foi intensamente influenciado,é marcado pelo início da ascensão  burguesa,quando essa classe social emergente utiliza a razão para impor seu modo de vida ao mundo.Isso resulta do fato de Descartes conceber a razão como um instrumento transformador da realidade;o que é nítido nos dias atuais:vive-se,hoje,na consolidada sociedade capitalista,na qual a razão é agora um meio de manter a hegemonia da cultura burguesa


A sociedade atual está inserida no mundo  globalizado,onde o meio técnico-científico-informacional se consolidou e a indústria cultural impõe os valores capitalistas.Nesse ínterim, mais uma vez,a obra de Descartes é relembrada:a vida humana no século XXI é extremamente racionalizada,não há espaço para os sentimentos e para a imaginação,as relações sociais são vazias e solúveis.Será que não é justamente o fato de os homens de hoje serem tão “cartesianos”,ou seja,guiados principalmente pela razão a causa do mundo estar perdendo sua delicadeza,sua beleza,sua subjetividade?

Victória Pastori
Direito-Noturno- 1º ano. Aula 2

O cartesianismo em Piketty

     O filósofo francês René Descartes revolucionou o modo de se fazer ciência e produzir conhecimento, algo persistente nos dias atuais. Seu método consiste no puro racionalismo, em detrimento de elementos tais como os sentidos e o chamado senso comum - o qual não possui embasamento teórico. Em sua obra, "Discurso do Método", o autor prega a existência de uma "filosofia especulativa", a qual não gera informações úteis à vida, dizendo que é possível e preciso chegar a conhecimentos que visem ao "bem geral de todos os homens".
     Nesse contexto, surge Thomas Piketty, autor do bestseller "O Capital no Século XXI". O economista francês, em seu livro, denuncia as mazelas do capitalismo neoliberal utilizando-se de estudos específicos e dados concretos, abrindo mão do senso comum e, dessa forma, confirmando o método cartesiano.
     Ademais, ao contrário de Marx, Piketty apresenta soluções possíveis no terreno do próprio capitalismo, como aumento do imposto sobre altas rendas, maior transparência nas transações bancárias, fortalecimento de grandes instituições democráticas, entre outras. Como pregava Descartes, o cientista deve não apenas descrever informações obtidas por meio do estudo racional, mas também saber utilizá-las com a finalidade de colocá-las a serviço do homem buscando, assim, o bem comum e o domínio da natureza.
     Dessa forma, percebe-se a contemporaneidade do cartesianismo. Mais do que nunca, é preciso perceber também a importância desse método a fim do desenvolvimento técnico-científico, o qual vem beneficiando toda a humanidade. Enfim, os ensinamentos de Descartes devem ser apreendidos a fim de que a ciência atinja seus fins práticos e transformadores.


Renan Djanikian Cordeiro
1º ano do Direito Noturno

   

Poetizando Descartes

Ó humanidade, onde deixaste sua racionalidade?
Em Quéops, Colosso de Rodes ou zigurates?
Obras de contemplação, sem utilidade,
que não representam as verdadeiras artes?
Ó frágil pensamento
Corroído pelo tempo.
 
Na racionalidade arte encontrará
e o mundo mudará ao todo.
Portanto esqueça Pietà,
use um novo método.
Pense, duvide,
indague e critique.
 
Os sábios conscientes hão
de questionar todas suas certezas.
Não há verdade sem comprovação
não há método com incertezas.
Evidencie, use a análise,
faça uma síntese e enumere.
 
Solitário, longo e sem amor
esse caminho não leva ao adro.
Não temas! Um pintor
fez da vida um quadro.
Isso é para encorajar,
não para voltar a comtemplar.
 
Use sempre o pensamento,
.para isso será encarregado.
Espero que para a razão acrescento,
quando eu partir use meu legado
Na ciência invisto.
Penso, logo existo!
 
 
Alexandre Roberto do Nascimento Júnior
1º ano de Direito - Diurno
Introdução à Sociologia - Aula 02

O crescimento do ateísmo e a influência do racionalismo.

            Rene Descartes, com o Discurso do Método, lança uma das maiores premissas da ciência moderna: o racionalismo. No contexto da revolução cientifica, momento no qual a ciência se separa da filosofia, o autor francês critica o modelo clássico e eclesiástico de uma ciência de caráter contemplativo, e propõe uma ciência com fins práticos, de caráter transformador, que se adeque a realidade do homem moderno.
            Outro ponto fundamental na obra de Descartes é a relação da razão com Deus. Para analisa – la, é importante deixar de lado a visão contemporânea que ciência e religião não podem concordar, tendo em mente que o autor era um homem do século XVII, num momento em que a influência da igreja era muito grande – mesmo com algumas mudanças no período Renascentista – e a não crença em Deus era algo inimaginável. No Discurso do Método, Descartes afirma com convicção a existência do criador, o que não é, de fato, paradoxal: o próprio autor justifica que somente um ser perfeito, de razão superior, seria capaz de propiciar a razão ao homem. Além disso, na Bília diz – se que Deus fez o mundo para domínio do homem (Gênesis 1:28), sendo a partir da ciência que ele compreende a obra divina e se aproxima de Deus. Dessa forma, Descartes atrela a própria verdade a Deus.
            A evolução do racionalismo, no entanto, fez com que as ideias de Descartes pudessem parecer contraditórias – apesar de não o serem. Isso porque foi a partir da razão que o homem desenvolveu, por exemplo, a teoria do Big Bang e a Teoria da Evolução, que Charles Darwin (1809 – 1882) publica em A Origem das Espécies, de 1859. Essas obras negam um dos dogmas da igreja católica, segundo o qual “Deus criou o mundo a partir do nada”, inaugurando uma linha em que a fé é vista como ausência de conhecimento científico. Essas teorias, além da física quântica (inaugurada por Max Planck no século XX, que é totalmente alheia a física clássica), levaram a humanidade a um racionalismo exacerbado, presente em correntes como a positivista (na qual Augusto Comte defende como estado positivo aquele que busca explicações científicas sobre todas as coisas, visando o conhecimento absoluto e liberto da metafísica) e a comunista (na qual Karl Marx defende abertamente um estado ateu, que leve o racionalismo as suas últimas consequências).
            O fato pode ser relacionado ao crescimento do ateísmo nas últimas décadas. No Brasil, em 1960, 93% da população era católica. Em 2010, o número caiu para apenas 60%. É claro que deve – se considerar também a mudança para outras religiões, mas é uma mudança expressiva: os ateus foram de 0,6% para 8% da população brasileira. Nos países mais ricos o crescimento é ainda maior: cerca de 75% da religião sueca é ateia, mesmo com o ensino básico de todas as religiões sendo obrigatório nas escolas. O Japão, que poderia ser classificado pela corrente de Augusto Comte como sociedade positiva, também tem mais da metade de sua população afirmando não se identificar com qualquer religião.
            Ultimamente, a igreja vem tentando a adequação a realidade contemporânea, tentando chamar atenção principalmente do público mais jovem (no qual mais cresce o ateísmo). Exemplo disso é a teoria do Design Inteligente, que reformula a teoria criacionista numa tentativa de modernização, mas ao mesmo tempo contestação da teoria evolucionista. Ela defende que o simples fato da vida existir tal qual ela é, em toda sua complexidade, não pode ser mero acaso. Podemos aproximar a teoria do Design Inteligente as ideias de Descartes, uma vez que ele visava provar pela ciência a existência de Deus.
            A análise de que os países mais desenvolvidos – portanto, aqueles com maiores avanços científicos – distanciam – se da religião é bastante empírica (apesar de existirem pesquisas que relacionem o QI dos indivíduos com sua fé). Descartes, ao defender o racionalismo, de certo não pretendia esse afastamento da religião. No entanto, há fundamento para acreditar que ele defenderia a tentativa de aproximação das religiões com a ciência, voltando a suas ideias de que a razão justifica a fé.


Heloisa Areias
1º ano de Direito - Diurno
Introdução a Sociologia - Aula 2 

A infraestrutura do conhecimento

                Em sua obra Discurso do método, René Descartes afirma que a construção do conhecimento deve ser feito através da razão, que é capaz de entender, transformar e dominar as forças da natureza em favor do homem. Apenas a contemplação e o bom senso não satisfaziam mais as necessidades do homem moderno. Mas quem poderia ter dado o dom da razão para os seres humanos?
            Segundo o filósofo, apenas um ser superior e perfeito seria apto de criar e colocar no homem a capacidade do conhecimento. E por acreditar que conhecimento é acumulativo, ou seja, uma ideia é capaz de servir de base para outras posteriores, a existência de Deus formaria alicerces muito mais fortes, que suportariam o peso de novos conhecimentos.
            Além disso, sendo a razão uma maneira de explicar o mundo, e o mundo tendo sido criado por Deus, o seu método tem como fim último aproximar-se cada vez mais Dele.

            E, por mais que atualmente a existência de Deus seja muitas vezes contestada, é preciso compreender que havia a necessidade de Descartes escorar-se em uma verdade considerada verdadeira e absoluta, para a partir desse principio único, conseguir desenvolver seu método científico. 

Luiza Macedo Pedroso
1º ano de Direito diurno
Introdução à sociologia, aula 2

Descartes: tempo e espaço

  Descartes em sua obra “Discurso do Método’’propõe uma maneira inovadora para produzir conhecimento. No período em que vivera, os homens concebiam o entendimento do mundo primordialmente por meio dos sentidos e do hábito. Assim, o  uso da razão - inerente ao homem – ainda era um tabu. A filosofia analisava a realidade pela união do homem e do objeto que desejaria conhecer e compreender, noção semelhante à contemplação. Nesse sentido, Descartes propõe uma separação entre o indivíduo e o alvo do estudo; tal definição corresponde ao referido “método’’. A importância dessa diferente visão do autor estende-se até a atualidade, pois o homem valoriza a racionalidade e o cientificismo, em detrimento do sentimento, da constatação puramente empírica. 
  Assim, partindo de Descartes, e vendo seu reflexo em outro autores, podemos presenciar tal contemporaneidade, de forma acumulativa e cíclica. Acumulativa por sua durabilidade, visto a extensão de tempo já decorrido desde sua época e por sua aplicação na sociedade atual. Neste último caso, ao notarmos a intensa racionalização, a partir da valorização das especializações no âmbito profissional, por exemplo. Um autor que reafirma essa noção seria Weber:Neste caso, aos últimos homens desta fase da civilização pode-se aplicar esta frase: especialistas sem espírito, gozadores sem coração’’. Já no viés cíclico, a razão apresenta-se principalmente com o progresso científico, visto que, para seu desdobramento a busca por novos conhecimentos não pode estancar e deve ser renovar. Afinal, pela proposta de Descartes, a inesgotabilidade da capacidade de pensar e adquirir novos conhecimentos é um fato.
   Outro princípio “cartesiano’’ seria o do uso da razão como instrumento. Para ele, o pensamento racional deve ter um fim prático. Tal princípio, na modernidade, se reproduz  a medida em que as ciências exatas adquirem – no geral -  maior visibilidade social e mérito-  por uma perspectiva econômica e política-  enquanto, as ciências humanas ou relacionadas  a  arte têm importância reduzida. Um exemplo seria a distribuição de bolsas do programa “Ciência sem Fronteiras’’, as quais são destinadas apenas aos estudantes dos cursos na área das ciências exatas. Nesse caso a teoria de Descartes encontra luz em Nietzsche, por este afirmar a preferência do homem moderno por Apolo (razão) à Dionísio (sentimentos).
    Afinal, apesar da distância temporal da época de Descartes, este obteve espaço na sociedade desde que inseriu o método racional e técnico de ver o mundo. Tal método apresenta consequências até os dias atuais e tornou-se primordial na compreensão do homem em seu percurso.
                                                                                    

                                        Ana Flávia Toller - 1º ano direito diurno - Introdução à Sociologia, aula 2
                                                                                   





Resgate emocional

Se há algo custoso ao típico cidadão contemporâneo, esse algo é se convencer de que umas e outras durante o correr da vida prescindem de resoluções não simplesmente racionais, metódicas e descuidadosamente ponderadas. É certo também que tal dificuldade se dá, principalmente, pelo fato de que todos na sociedade foram nascidos, criados e ensinados sob enorme influência dessas concepçõezinhas que reduzem as experiências do viver a meros raciocínios simplistas. A utilização dessa conduta, porém, exige que o material expressivo-emocional que necessariamente compõe o ser humano (e com isso me refiro às lágrimas, risos, gritos, gemidos e afins) não seja estimulado e nem desenvolvido, relegando-o pois, a uma situação de atrofia e contenção. Não é preciso nenhum diploma de especialização em assuntos psíquicos para afirmar que talvez aí esteja o gérmen primordial que tanto frutifica os transtornos psicológicos tão comuns nos tempos contemporâneos. Como uma gangrena que se alastra pelos tecidos e danifica a integridade corporal, o trauma consequente da paralisação da atividade emocional passa a corromper a vitalidade plena da consciência do indivíduo e, desse modo, são disseminadas no meio social as ansiedades, depressões e demais angústias oriundas de repressões do fator emocional.
Entretanto, caro leitor, a humanidade não se intimida ante tal estímulo - tanto assim que a mais acessível solução para os já citados distúrbios vem da forma mais concisa, compacta e prática possível: em pílulas e comprimidos. Esse resultado, por sua vez, fora concebido através da brilhante lógica de que seria necessário racionalidade para curar a irracionalidade causada pelo excesso de racionalidade. Seguimos, dessa forma e com a benção de Descartes, obtendo nossa cura racionalizada nas drogarias mais próximas, enquanto a canção Emotional Rescue, do Rolling Stones, serve como um melancólico plano de fundo em nossas trajetórias.

André Rodrigues Pádua - 1° ano Direito diurno
Introdução à Sociologia, aula 2