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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O atraso que a intolerância revela

A passionalidade com que muitos ainda encaram algumas questões hoje em dia seria vista por Durkheim como atrasada, obsoleta, retrógada.

Para o autor, a pena tinha uma função semelhante à vingança contra algo que ofendesse a chamada consciência coletiva e quanto maior a ofensa, maior seria a pena.

Durkheim acreditava que a sociedade evoluiria e superaria esse tipo de pena passional, a caminho de uma racionalidade. O que aconteceu não foi bem o que esperava o sociólogo; Ainda hoje temos demonstrações de atrocidades como intolerâncias contra minorias movidas por crenças irracionais e por moralidades religiosas e conservadoras.

Teorias psicológicas afirmam que a origem do problema está no indivíduo, em sua falta de habilidade de lidar com o diferente e, principalmente, em lidar consigo mesmo e suas próprias convicções.

Há quem defenda que a liberdade de expressão é a mais importante das liberdades fundamentais e com base nesse argumento, tentam justificar atitudes discriminatórias e opressoras. Não só todas as garantias constitucionais ocupam o mesmo patamar, completando-se entre si sem relação de superioridade ou minoridade, como também de acordo com a nossa constituição, todos são iguais perante a lei. Quem acredita ter o direito de praticar qualquer ato discriminatório baseando-se na justificativa de que tem “liberdade de expressão” é no mínimo criminoso. Pessoas que se valem desse argumento, por vezes afirmam que o Estado não pode interferir em questões de foro íntimo, que Estados desse tipo são totalitários e impõem sua ideologia ao povo. O argumento é falho, pois eles não distinguem o que é foro íntimo e o que é público. Você é livre para ter as convicções que bem entender, entretanto expressá-las e praticá-las só é possível quando isso não afeta a sociedade ou qualquer outra pessoa, portanto, declarações e atitudes discriminatórias não são de foro pessoal, logo, passíveis de intervenção estatal.

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