Tema 1:
Durkheim, em sua obra “Da divisão do trabalho social” explicita a força e a importância que a consciência coletiva (conjunto de crenças e de sentimentos comuns a todos os membros de um grupo) tem para manter as sociedades coesas e ordenadas, estabelecendo, seja pela moral, pelos costumes, pelas crenças religiosas, um conjunto normativo que impede que as sociedades encontrem-se num estado de anomia.
Essa consciência coletiva, segundo o sociólogo, não é intermitente e sim, perene, ligando o modo de pensar das gerações umas às outras ao longo de grandes intervalos de tempo. Tal consciência nem sempre é justa ou proporcional, observando que ainda hoje há repressão às uniões homoafetivas, mesmo que estas não causem impacto nenhum à estrutura político-econômica da sociedade.
Vale ressaltar também o papel da mídia na formação de opiniões e de consciência das massas, influenciando até mesmo o poder judiciário, que por conta de opinião pública (ignorante) muitas vezes condena pessoas sem todas as provas necessárias, contrariando princípios básicos do direito como: in dubio pro reu, como nos casos recentes do goleiro Bruno e dos Nardoni.
Durkheim também discorre sobre a desproporcionalidade das penas, defendendo a idéia de que muitas vezes o mal causado e, fortemente reprimido, não prejudica tanto a ordem da sociedade como um todo, tal como assassinatos; e alguns que realmente o fazem acabam resultando na impunidade, tal como as crises econômicas.
O sociólogo também ressalta a lentidão da evolução do direito, principalmente no âmbito penal, resultante de uma sociedade conservadora, que não deseja quebrar os paradigmas que a fazem se sentir protegida e confortável. Para a construção de uma sociedade mais justa para todos devemos nos perguntar: até quando o homem será influenciado tão cegamente por igreja e mídia? Será que um dia conseguiremos equiparar a consciência coletiva com a ideologia extremamente racional que vigora nos Estados Ocidentais?
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