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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Racionalidade sucumbida às paixões


A sociedade em que vivemos muitas vezes comete exageros relacionados à intolerância a certos grupos sociais. Não é difícil encontrar exemplos quando se liga a televisão e depara-se com afirmações grotescas como proferidas pelo badalado showman José Luis Datena que define os ateus como “caras maus que não respeitam limites” e que, dessa forma, somente aqueles que não crêem em Deus são instrumentos de barbáries contra a humanidade.
Esse tipo de concepção, apesar de absurda, é ouvida. E muito. A audiência do apresentador em questão gira em torno de sete pontos no IBOPE, ocupando, muitas vezes, a vice-liderança do ranking de audiência. Essas informações penetram na mente daquele indivíduo cansado após chegar do trabalho e que assiste ao show do mundo cão como distração.
O resultado disso tudo é uma sociedade cada vez mais intolerante e preconceituosa. Dessa forma, situamos o que Durkheim disserta presente em nossa contemporaneidade. As paixões humanas superam a racionalidade e a intolerância resulta em medidas punitivas para atos que não necessariamente deveriam exprimir crimes.
A voz da multidão, ainda que muitas vezes sem razão nenhuma, sobrepõe à lógica. A condenação do casal Nardoni, por exemplo, entra no hall de sentença tida sob influência do apelo popular, já que não haviam provas suficientes para julgá-los culpados.
Assim sendo, esse ganho de força da massa intolerante contrapõe-se a uma tolerância preconceituosa de grupos minoritários, caracterizando uma sociedade com fortes traços de anomia, pois essa perde todos os parâmetros de igualdade quando configurada aos divergentes interesses de ambos os grupos.
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Tema: Tolerância x Intolerância – E a perspectiva da anomia.

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