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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Weber e a eleição brasileira


Um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação. A ação é um comportamento humano no qual os indivíduos se relacionam de maneira subjetiva e a ação social, característica por ser uma ação que possui um sentido visado é determinada pelo comportamento alheio. Weber divide os tipos de ação em quatro. A ação racional, que é uma ação concreta que tem um fim específico. A ação racional com relação a um valor é aquela definida pela crença consciente no valor – interpretável como ético, estético, religioso ou qualquer outra forma – absoluto de uma determinada conduta. A ação afetiva é aquela ditada pelo estado de consciência ou humor do sujeito, é definida por uma reação emocional do ator. E finalmente, a ação tradicional que é aquela ditada por hábitos, costumes e crenças, essa não pretende um fim, apenas age de acordo as tradições.
Para Weber qualquer homem que se arrisque na política quer poder, pois “o Estado pode existir somente sob condições de que os homens dominados se submetam a autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores”. Assim o político invariavelmente está em busca de poder, seja para fins ideais ou para gozar de prestígio.
Assim Weber questiona-se sobre a própria dominação, indagando os porquês da submissão e quais os fatores que levam a ela. Em resposta, aponta três razões que justificam a dominação, acompanhadas de três correspondentes fundamentos de legitimidade. Seguindo seu próprio método, para Weber as três formas legítimas de dominação são formas puras ou ideais, raramente encontradas nesse estado de pureza como é descrito pelo autor. A primeira é o domínio tradicional, que se fundamenta e se legitima no passado, pela tradição. A segunda forma é o domínio exercido pelo carisma e se fundamenta em dons pessoais e intransferíveis do chefe-político. A terceira é o domínio exercido pela legalidade, baseado em regras racionalmente criadas e se fundamenta na competência.
Desse modo as teorias propostas por Weber nos fazem questionar os objetivos dos homens políticos, principalmente dos chefes de Estado. Trazendo ao caso mais específico do Brasil, onde o atual presidente ascendeu a esse cargo pela dominação carismática, na qual criou um personagem com traços similares aos de muitos brasileiros tradicionais, que o elegeram mesmo sabendo de seu histórico medíocre como político.
Dessa forma podemos dizer que os votos dos cidadãos brasileiros foram guiados principalmente pela ação social afetiva, momento no qual a racionalidade foi deixada de lado e o carisma de uma figura que se mostrava como solução para um país em falência, por conta de discursos rasos com propostas imediatas e extremas, foi visto como a melhor opção.
Agora cabe a nós o questionamento de quais serão as consequências dessa “ação afetiva” que determinará o curso do país, como, por exemplo, qual ação social conduz o atual presidente, se é a racional com relação a fins, que tem como objetivo a melhoria do país para todos, ou se a finalidade do presidente vai contra condutas éticas, e o motivo para ter ascendido a chefe de Estado é para buscar melhorias para si mesmo.


Isabella Stevanato Frolini
Turma XXXVI - Direito noturno

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