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domingo, 4 de julho de 2021

 Uma modernidade um tanto velha

   Anteriormente meros instrumentos da passividade, os seres humanos estavam designados para papéis relativamente sem importância quando o tema era "conhecimento". Perguntas? Respostas? Por que isso é assim? Porque sim ué! Foi apenas no início da Era Moderna, sob uma vanguarda filosófica liderada por René Descartes e Francis Bacon, que a sociedade começou a dar os seus primeiros passos rumo à iluminação científica, mas no momento, tratavam-se ainda de meras bases epistemológicas.

   Descartes e Bacon foram os primeiros, em pleno séc.XVII, a proporem uma nova e fresca maneira de refletir e construir um conhecimento firme e sólido. Embora possuíssem abordagens relativamente diferentes, os dois estudiosos convergiam que o conhecimento raso contribuíam para a formação e resistência do senso comum, o qual não aceitava questionamentos ou estudos mais aprofundados, pois as coisas eram de tal forma pela sua própria natureza misteriosa e perfeita.

   Prontamente disposto a questionar a forma que, na época, era a construtora de questionamento e conhecimento, Bacon não se reprimia ao criticar abertamente grandes nomes da Antiguidade Grega, como Aristóteles e Sócrates. Em sua tese, os gregos em grande parte eram meros preguiçosos mimados que questionavam-se não por avidez ao conhecimento, mas por mero tédio e letargia ao real conhecimento: muita dialética, pouco conteúdo.

    Embora comprovadamente moderno, Descartes possuía fortes raízes religiosas, e até mesmo metafísicas para atingir seus objetivos filosóficos. Na obra "DISCURSO DO MÉTODO", Descartes propõe o papel da crítica e do questionamento como principais fontes para a criação do verdadeiro conhecimento. Entretanto, o mesmo filósofo que crítica o senso comum, se utiliza em sua própria obra métodos questionáveis com a ciência, como um transe metafísico um tanto suspeito. Além disso, quando questionado sobre fatos maiores que si mesmo, Descartes prontamente utiliza o papel de Deus para responder suas perguntas: Deus é a face da perfeição, e algo perfeito como o conhecimento científico, só poderia vir de algo perfeito como Deus. Apesar do discurso relativamente afetado por questões religiosas, é totalmente compreensível, visto a influência da Igreja no séc.XVII.

    Em suma, René Descartes e Francis Bancon foram os primeiros a propor uma maneira diferente de se atingir o verdadeiro conhecimento, uma maneira científica. Embora algumas de suas obras sejam afetadas pelo discurso religioso, esses grandes filósofos foram a verdadeira base para a construção da ciência contemporânea, e hoje, merecidamente possuem seus lugares reservados na história.

 

Matheus de Souza Lusko

Primeiro Período Direito - Matutino

Turma XXXVIII

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