Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 4 de julho de 2021

A epistemologia diante da pandemia

Diversas vezes me pego pensando em como o pensamento consegue influenciar nas relações do ser humano com o mundo, penso em como a evolução da metodologia científica ajuda positivamente conforme o afastamento de crenças populares ou religiosa, a exemplo disso tem-se a atual situação pandêmica que o Brasil está vivendo, onde uns acreditam em correntes de fake news difundidas pelas redes sociais, e aqueles que, em contraste, buscam se informar sempre se as notícias publicadas nessas redes são verídicas ou falsas. Essa situação leva-me direto à forma de entendimento do mundo compreendida pelos filósofos Francis Bacon e René Descartes, dois tipos de avaliações que valem ser debatidas, são elas: o empirismo e o racionalismo.

Para a situação daqueles que acreditam em correntes de fake news eu uso Bacon, o filosofo diz que é mais fácil a mente aceitar essas teorias devido aos eventos familiares, ou seja, o senso comum não investiga, apenas aceita uma verdade pela sua facilidade em entendê-la e descarta aquelas baseadas em inúmeras pesquisas cientificas. Se Bacon estivesse presente no século atual ficaria decepcionado com tamanho retrocesso, visto que, para ele, precisamos além de observar ter a experiência, pois a sensibilidade pode nos enganar. As fake news podem ser associadas aos ídolos do teatro, explicadas pelo autor como representações teatralizadas e impregnadas de equívocos e superstição.  

Já para aqueles que duvidam e sempre buscam saber se tal fato é realmente verídico, Descartes ficaria orgulhoso, pois segundo o mesmo devemos ter a dúvida com princípio do método da pesquisa científica, usando a racionalidade para entender determinada situação. Para ele, “penso, logo existo”, ou seja, aqueles que não buscarem se aprofundar do assunto se assemelham a objetos, seres imperfeitos provindos do perfeito. O filósofo não diz para rompermos com as crenças, mas que para chegarmos verdade científica devemos vencer as nossas próprias convicções, para demonstrar tal pensamento uso a situação de determinada pessoa que está prestes a morrer mas há uma possibilidade de viver, se seguíssemos a crença religiosa deveríamos deixar a pessoa morrer pois é a vontade divina, mas como somos seres humanos racionais, devemos tentar ajudar essa pessoa até não haver mais recursos.

Se não fosse verdade seria cômico, mas o pensamento supersticioso está muito presente na sociedade atual, nesse período pandêmico que mais precisamos utilizar os métodos científicos propostos pelos filósofos, parece-me que o negacionismo é mais exaltado, por exemplo, há quem acredite que a vacina contra a Covid-19 é na verdade um chip, ou que iremos virar jacarés, frase dita pelo atual Presidente da República. Portanto devemos seguir a ideia dos autores de que a ciência é voltada para o bem do homem, e não para tentar enganá-los.


Julia Piva, direito noturno- 1° semestre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário