O PRODUTO DO CONHECIMENTO CHEGA A TODOS?
Nas
teorias de Descartes e Bacon a busca pelo conhecimento deve ser feita em prol
da evolução da sociedade em geral, sendo uma maneira de expandir a percepção da
realidade. Dessa forma, relacionando com a atualidade percebemos que na pratica
nem sempre esse conhecimento e seus produtos chegam a todos, devido a uma
sociedade bastante individual e desigual. Portanto, esse texto tem por
finalidade relacionar as ideias de ambos filósofos com o momento contemporâneo
bastante desigual, também dando ênfase no filme ponto de mutação, que mostra
essas percepções e a famosa visão sistêmica sobre a sociedade.
Primordialmente, a
relação entre o método proposto por Descartes, que visa a razão como forma de
construção do conhecimento, nos traz a questão de até que ponto utilizar de
recursos naturais de forma exorbitante é admissível atualmente? Sem mencionar o
fato de que o produto dessa extração chega a uma pequena parte da população,
contribuindo para a segregação. De forma síncrona, o conhecimento cientifico
defendido por Descartes, deve ser usado na atualidade para buscar meios que
contribuam para uma evolução que utilize recursos naturais de modo moderado e
também recursos alternativos, a fim de não prejudicar gerações presentes e futuras.
Ao
analisar a percepção empirista proposta por Bacon, podemos fazer uma analogia entre
o grande número de pessoas que acreditam na meritocracia com a ideia das falsas
idolatrias, nas quais o indivíduo relaciona os fatos com apenas suas
experiências individuais. Nessa situação, um país tão desigual como o Brasil,
no qual relatos diários de preconceito e até mesmo os dados mostram a
desigualdade entre negros e brancos, esse discurso não pode ser aplicado de
maneira alguma, pois não considera a dificuldade que pessoas negras e pobres
tem de ascender socialmente e economicamente. Com isso, podemos comprovar a
crítica de que a percepção sensível pode muitas vezes nos enganar, criando uma
noção muito fragmentada da realidade.
Finalmente,
analisando o filme ponto de mutação percebemos, por meio do diálogo entre os
três personagens com visões bastante divergentes, como o mundo funciona de uma
maneira sistêmica. Maneira na qual as pessoas enxergam o mundo apenas de uma
forma para obter lucros próprios, esquecendo das perdas que ocorrem no outo
lado. Enfim, o filme busca orientar as pessoas a pensar sobre a relatividade
dos fatos mundiais, pois ao pensarmos apenas “no nosso quintal”, as coisas tendem
a ser mais simples, mas ao pensarmos no todo é que as partes mecânicas do mundo
devem atuar em harmonia, a fim de que o equilíbrio seja cíclico, orgânico e não
chegue a um ponto em que não haverá mais volta, o chamado “ponto de mutação”.
Em suma, fica
evidente que o produto do conhecimento chega apenas para uma pequena parte da
sociedade contemporânea, fonte de tremendas desigualdades. Por isso, é
fundamental a mudança no pensamento das gerações presentes e futuras, reunindo
não apenas experiências individuais, mas também a de todo o conjunto da
sociedade, para que ocorra o rompimento dessa sociedade fragmentada e
sistêmica.
Guilherme Rufino Chaves / turma XXXVIII noturno
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