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domingo, 5 de maio de 2019


TERRORISMO IDEOLÓGICO
Vive-se tempos no Brasil em que a educação é tratada como gasto, gasto pífio, desnecessário, descartável, pesado, renunciável, sem sentido, e que deve ser reduzido a qualquer custo. Na passagem do mês de abril para maio, o país presenciou uma das maiores tragédias de sua história, em que jamais imaginou-se que seria possível um ataque terrorista num país tão pacifista como o Brasil: o orçamento destinado às instituições federais de ensino fora trucidado.
   Durkheim guiou seu pensamento sociológico a partir do fato social, que por sua vez apresenta três características: exterioridade, generalidade e coercitividade. Neste caso, o fato social a ser analisado está relacionado à reestruturação do conhecimento que passou a ser voltado para o lucro, o conhecimento metafísico deixou de ser necessário por ser incompatível com o sistema capitalista, este pensamento passou a ser adotado pelo governo vigente, que alega esterilidade das ciências sociais como razão para o corte do orçamento de diversas universidades, que por acaso, não coadunam com o viés ideológico do governo.
   Tal cenário demonstra com clareza a repressão aos pilares democráticos de pluralidade política e liberdade de expressão. Será preciso realizar declarações de amor ao governo para receber o que é de direito da população, em especial os estudantes? Profissionais da educação alertam que com os cortes dos orçamentos, diversas unidades não poderão manter suas atividades por muito tempo.
   A consciência coletiva determinou que as ciências humanas são estéreis, o que configura sua transformação em fato social, haja vista que retrata um pensamento dominante e repressivo àqueles que não dividem as mesmas opiniões.
   A alegação infundada aos cortes de verba retratam de forma precisa a forma como o direito tornou-se algo tecnicista, e passou a negligenciar os direitos fundamentais da população, uma vez que agora é utilizado para legitimar a própria supressão de direitos e é incapaz de consolidar-se na consciência coletiva, por apresentar-se como algo distante e inacessível à população que encontra-se imobilizada.

Jonathan Toshio Maciel da Silva - 1° ano (Noturno)


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