Émile Durkheim, apesar de reconhecer
a Revolução Francesa, nada disse a respeito do conflito político e social entre
homens e mulheres em sua época, questão que já era visível e fundamental para
entendimento das lutas que nós mulheres enfrentávamos, e enfrentamos até hoje,
na sociedade. É importante retomar e repensar constantemente como e por meio de
quais aspectos as desigualdades se engendram nas relações sociais e,
ideologicamente, dirigem-se a passar como se fossem naturais.
Para
o autor, ao contrário de Karl Marx que sustenta a tese de que a sociedade é
conflito, a sociedade é solidariedade (disposição de cada um de negar a si em prol
do coletivo). Além disso, a sociedade moderna é marcada pela criação de novas formas
de interdependência cada vez mais complexas, como por exemplo, no caso de nós
mulheres, o fato termos ingressado no mercado de trabalho exigiu novas formas
jurídicas, como o divórcio. A sociedade vai criando novas funções aos órgãos
para atender à essa complexidade.
O
fato social para Durkheim, diz respeito ao comportamento humano em sociedade,
são dotados de exterioridade, generalidade e coercitividade, como é o caso do
machismo. É importante frisar que estes são diferentes de manifestações
individuais do ser humano, dizem sobre ações coletivas da sociedade. As sociedades
engendram condutas sociais a todo tempo, que possuem funções sociais ligadas às
necessidades de cada comunidade, por exemplo, a comunidade LGBT e o Movimento
Feminista, ambos apresentam necessidades diferentes nessa luta por sobrevivência
que geram formas de agir diferentes com funções diferentes.
No
caso da jovem brasileira Geisy Arruda, que foi hostilizada quando foi para a
faculdade usando um vestido rosa curto e teve que sair escoltada da instituição,
segundo uma perspectiva durkheimiana, a mesma ameaçou a harmonia social. Sendo
que a jovem estava apenas exercendo o seu direito sobre o seu corpo, de se vestir
da maneira como julgava melhor não apresentando risco nenhum à harmonia social.
O acontecimento é reflexo de uma sociedade hetero, patriarcal e machista que
impõem regras e padrões a serem seguidos por nós mulheres e por todos.
Camilla Garcia - Direito - 1ºano noturno
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