Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 5 de maio de 2019


Émile Durkheim, apesar de reconhecer a Revolução Francesa, nada disse a respeito do conflito político e social entre homens e mulheres em sua época, questão que já era visível e fundamental para entendimento das lutas que nós mulheres enfrentávamos, e enfrentamos até hoje, na sociedade. É importante retomar e repensar constantemente como e por meio de quais aspectos as desigualdades se engendram nas relações sociais e, ideologicamente, dirigem-se a passar como se fossem naturais.
                Para o autor, ao contrário de Karl Marx que sustenta a tese de que a sociedade é conflito, a sociedade é solidariedade (disposição de cada um de negar a si em prol do coletivo). Além disso, a sociedade moderna é marcada pela criação de novas formas de interdependência cada vez mais complexas, como por exemplo, no caso de nós mulheres, o fato termos ingressado no mercado de trabalho exigiu novas formas jurídicas, como o divórcio. A sociedade vai criando novas funções aos órgãos para atender à essa complexidade.
                O fato social para Durkheim, diz respeito ao comportamento humano em sociedade, são dotados de exterioridade, generalidade e coercitividade, como é o caso do machismo. É importante frisar que estes são diferentes de manifestações individuais do ser humano, dizem sobre ações coletivas da sociedade. As sociedades engendram condutas sociais a todo tempo, que possuem funções sociais ligadas às necessidades de cada comunidade, por exemplo, a comunidade LGBT e o Movimento Feminista, ambos apresentam necessidades diferentes nessa luta por sobrevivência que geram formas de agir diferentes com funções diferentes.
                No caso da jovem brasileira Geisy Arruda, que foi hostilizada quando foi para a faculdade usando um vestido rosa curto e teve que sair escoltada da instituição, segundo uma perspectiva durkheimiana, a mesma ameaçou a harmonia social. Sendo que a jovem estava apenas exercendo o seu direito sobre o seu corpo, de se vestir da maneira como julgava melhor não apresentando risco nenhum à harmonia social. O acontecimento é reflexo de uma sociedade hetero, patriarcal e machista que impõem regras e padrões a serem seguidos por nós mulheres e por todos.

Camilla Garcia - Direito - 1ºano noturno 

Nenhum comentário:

Postar um comentário