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domingo, 5 de maio de 2019

O direito na consciência coletiva


Durkheim trata sobre o direito nas sociedades primitivas, que possuíam uma solidariedade mecânica, como algo que institui penas baseadas no sentimento coletivo, punindo o que faz mal a sociedade em uma tentativa de conserva-la. Na modernidade, que apresenta uma solidariedade orgânica, o direito assume um outro caráter sendo mais restaurativo, visando manter os limites entre as pessoas. Dessa forma o direito moderno visa a manutenção da harmonia social de todos os organismos que fazem parte da sociedade, encarando o crime como uma coisa inevitável presente nela.
Portanto, o direito assume um caminho diferente da consciência coletiva, passando a ser compreendido apenas por grupos restritos que se dedicam a seu estudo. Dessa especificidade do direito surgem questionamentos por parte dos outros membros da sociedade que não compreendem o significado por trás das penas atribuídas a diversos crimes. Isso leva a um fenômeno de descrença na própria estrutura judiciária, surgindo pessoas que defendem penas mais rigorosas, que, na visão de qualquer estudioso do direito, representam um retrocesso imenso.
Dessa maneira, instaura-se uma certa instabilidade social, que pode levar ao que o sociólogo chamou de anomia. Sem o consenso entre os homens a forma que o direito deve assumir e ser usado para alcançar a justiça, aumenta a descrença nas instituições, fazendo com que elas percam o respeito da sociedade. Nessa situação a sociedade desestrutura-se e as pessoas podem ser levadas a uma perda de significado em suas vidas, gerando nesses casos os suicídios anômicos.
 
Gustavo Dias Polini - Direito Noturno


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