Um dos sociólogos e pensadores que mais contribuíram para a construção do conceito de religião no campo das ciências sociais foi, indubitavelmente, Émile Durkheim. Sua definição advém do princípio de que a religião é eminentemente uma construção social, reduzindo-se o fator religioso a um fato social. Nos detalhes de sua obra “As formas elementares da vida religiosa”, afirma que se a religião cria a essência da sociedade é porque a ideia da sociedade é a alma da religião. Não existe religião que não seja um fator social e reflita a convivência entre indivíduos em instituições denominadas “igreja”.
Durkheim separa seu estudo religioso em duas partes: o sagrado e o profano. O primeiro está relacionado ao extraordinário, já o segundo visa às relações mundanas. A parte central de sua ideia mostra que o sagrado está mais presente em nossa sociedade do que o profano, já que as crenças e rituais religiosos são feitos coletivamente. A sociologia francesa, principalmente pelo olhar de Émile Durkheim, modificou radicalmente o pensamento religioso do século XX. Entre as maiores modificações temos a oposição ao pensamento positivista dominante no final do século XIX e início do XX, já que colocou o metafísico e o fantástico como versões primitivas e arcaicas da sociedade, para posteriormente serem substituídos pelo método racional e científico.
Portanto, podemos dizer que o processo de laicização do Estado brasileiro veio acompanhado pela evolução das sociedades europeias e pela modernização das sociedades atuais, guiadas pelo pensamento durkheiminiano e pelo avanço da ciência. Com isso, chegamos em uma sociedade mais voltada ao pensamento racional e empírico, já estudadas anteriormente por filósofos iluministas , como Locke e Rousseau.
Gustavo Muglia – 1 Ano – Direito Noturno
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