Desponta-se a sociedade do ressentimento, em que a espada alia-se ao peito e o cérebro ao enfrentamento. Durkheim, no nascer da sociologia, já advertiu sobre o problema de uma sociedade complexa, em que as relações pessoais tornam-se tão aliadas às públicas que a justiça se torna familiar e o Direito cruzadista. Não há grupos sociais, nem tampouco partidos políticos, há famílias opostas e inimigos conhecidos. No apogeu de uma ciência plena, o espírito de encalço da idade média volta ao ser humano.
Define-se por fato social um agente coercivo da sociedade, que não precisa ser diretamente um fato, mas pode ser um corpo ou um costume civil. O fato é poderoso e genérico, engrenado aos princípios torna-se o pilar de uma sociedade orgânica que dividiu tanto que acabou aproximando até chocar os seres; fomos divididos em nossos empregos, no estudo e na acomodação, mas os nervos sempre à pele quebraram as paredes sem qualquer educação.
Uma sociedade cruzadista define-se por um juízo de razão tão generalizado que até mesmo infantes nascem com o intuito de perseguir mouros e por fogo a sarracenos. A sociedade do ressentimento usa a lei como espada pois os livros estão fechados e como num enorme Coliseu os gritos dão vida às leis e agregam frases que jamais existiram.
Émile Durkheim, na pouca maturidade social que se possuía no século XIX, explodiria de orgulho e pezar ao notar que os fatos sociais dominaram o corpo civil. Mas algo em sua teoria jamais se cumpriria, pois o afastamento do cientista perante os objetos de pesquisa jamais poderia ser realizado mediante a imperatividade de um juízo emocional sobre toda matéria científica, bem como sobre toda jurisdição legal, na sociedade ressentida.
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