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domingo, 5 de maio de 2019

A cultura e a anomia social


A explosão tecnológica no século XX proporcionou muitos benefícios em relação a diminuição do tempo de comunicação e de viagens, da divulgação de informações a todo momento, e em especial, a possibilidade do contato entre as múltiplas culturas mundiais. Essa última probabilidade oportuniza uma influência entre elas, e pode até fazer com que uma adquira costumes e valores de outra antes não pertencentes ao seu processo histórico de construção. Assim, muitos povos passaram a perder uma identidade cultural que os representavam como pertencentes a uma cultura especializada, e por isso, o efeito da anomia social se faz presente.
A anomia social foi um conceito desenvolvido pelo sociólogo Émile Durkheim. Ela afirmava que quando havia a ausência de alguma norma que determinava o comportamento geral das pessoas dentro de um grupo, existia um sentimento de não pertencimento a uma certa coletividade de pessoas e ao ambiente vivido. Dessa forma, pode-se perceber que o atual momento da relação entre os seres humanos, baseados em tecnologias, demonstra como a falta de uma utilização positiva dessa conexão entre culturas provoca o afastamento das pessoas por causa de uma ausência de identidade. Somado a isso, existe a ausência de uma linha contínua de relação, fazendo com que cada indivíduo comece a adquirir para si valores que o fizesse criar uma identificação, resultando em uma perda do conjunto, e no aumento do sentimento da individualidade.
Além disso, quando uma sociedade passa a ser fraca no momento em que não tem uma coesão, baseado no que o autor explica sobre o significado de sociedade mecânica e orgânica, a primeira (consciência coletiva bem consolidada através de crenças semelhantes) pode passar a ser apenas uma organização orgânica (quando há uma fraca união social e um está conectado ao outro por meio de afazeres diários, como um motorista de ônibus e os trabalhadores que precisam desse meio de transporte para se locomoverem até o trabalho). Portanto, desde o momento em que os avanços tecnológicos permitiram uma melhor interação entre as pessoas, compreende-se que muitas culturas perderam os próprios princípios básicos, por meio do fenômeno da anomia social. Junto disso, houve uma individualização cultural, pois cada pessoa agrega um valor que lhe convém, tornando-se muito diferente daquilo que um outro alguém acredita, e com isso, uma cultura, antes coletiva e compartilhada por todos, é desmanchada.


Sarah Fernandes de Castro - Direito/noturno

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