É inegável que o desenvolvimento da ciência trouxe inúmeros avanços em qualidade e preservação da vida humana. Curamos doenças antes incuráveis, postergamos a expectativa de vida e conseguimos produzir alimentos para todos os 7 bilhões de habitantes. Por outro lado, apenas uma pequena parcela da população realmente consegue desfrutar dos benefícios que ela proporciona. O sistema capitalista, ao transformar tudo em mercadoria, acaba restringindo o acesso da população que não possui capital para usufruir de seus avanços. Outro ponto a ser levantado, é a função da ciência, pois ao mesmo tempo em que ela curou doenças como a hanseníase e tuberculose, ela também produziu a bomba atômica, responsável pela dizimação de inúmeras vidas humanas na segunda guerra mundial, fato que gera um poder de barganha para os países possuidores dessa tecnologia. Estatisticamente, ocorrem mais pesquisas a respeito da calvície e da impotência do que para a cura do câncer, fato lamentável dado a gravidade e a alta incidência dessa doença na nossa sociedade contemporânea. A ciência se mostra importantíssima e imprescindível nos dias atuais, mas seu alcance e seu ensino devem ser democratizados. Do contrário, apenas estaremos aumentando ainda mais o abismo social existente. Além dessa democratização, deve-se ocorrer o questionamento, principalmente dos seus fins, pelos cientistas sociais, pois seus métodos devem ser reservados aos especialistas em cada área. Tal questionamento é importante para que possamos evitar o uso da ciência em prol de indivíduos e do lucro, em vez da melhora geral da qualidade de vida das pessoas. Para construirmos um futuro mais digno para os seres humanos, continuaremos necessitando da ciência, mas nos moldes atuais, ela não resolverá os problemas estruturais que vivemos.
Manollo Sedano de Oliveira - 1º Ano-Noturno
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