Breve crítica a ideia de marcha progressiva do espirito humano
Auguste
Comte teve grande importância para o pensamento ocidental do século
XIX por ter se tornado o principal autor do positivismo, linha
teórica que defendia uma maior valorização da ciência e do
conhecimento, disposto de maior aplicabilidade, mais próxima da
experimentação do que de experiências teológicas e metafísicas.
Comte,
em seus escritos, acreditava numa linearidade da história baseada em
três estágios. Sendo do primeiro ao último, o movimento de
consolidação do entendimento humano sob a realidade.
No
entanto, devido aos seus anseio em explicar a “marcha progressiva
do espírito humano”, o pensador comete o erro de criar narrativas
correlacionando os fatos por ele observado aos seus modelos teóricos
criados para explicar isso. Assim, os estágios teológico,
metafísico e positivo perdem a validade enquanto lei fundamental,
como caracteriza Auguste Comte em seu livro curso de filosofia
positiva.
A
criação de narrativas para justificar decisões que favorecem o
status quo é uma prática bem recorrente ao longo da história. Na
Alemanha nazista, por exemplo, disseminou-se através da propaganda
ideológica e do sistema de ensino da época todo um conjunto de
ideias para validar os acontecimentos do povo alemão que
favorecessem a narrativa criada pela ideologia Nazi.
Intencionalmente
ou não – e em menor escala – Comte enfatiza os valores
defendidos pela nova entidade soberana de sua época: o Mercado. Por
isso, dentro do seu desenvolvimento do entendimento, surge uma
hierarquização dos saberes humanos, no qual as ciências naturais e
sociais (mais alinhadas aos interesses do Capital), passam a ocupar
um papel privilegiado dentro da organização da Academia.
Davi Pontes - 1ºano Direito Noturno
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