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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

A mecanização da sociedade positiva.

O positivismo surge proposto por Auguste Comte com a perspectiva de normatividade em uma sociedade que começa a firmar seus paradigmas em bases estritamente econômicas. O cenário exposto é fruto do crescimento das indústrias e do capitalismo que por desastrosa consequência acabou por criar moldes como os das fábricas onde tudo que não se encaixa não é útil. O resultado dessas leis imutáveis é a transformação das pessoas em atores sociais, cada um com seu papel, como máquinas, que em ordem, estruturam o que conhecemos.  
            O problema em buscar universalizar a realidade e estabelecer uma ordem natural de fatos dentro da sociedade é que tudo o que não cumprir com as expectativas, acaba sendo renegado e desmerecido, e esse é um dos grandes problemas do século XXI. Há uma preocupação com o material tão grande que desde pequenos temos uma vida sistematizada e organizada por terceiros para que nada fuja do que é necessário para o avanço e bem de “todos”.
Não pense, trabalhe! Produza! Seja útil! Palavras de ordem que desmerecem a essência. Mas e a diversidade? O que acontece com quem não segue os padrões? Certamente um positivista responderia que indivíduos como tais apenas comprometem o progresso, um exemplo disso, pode ser visto no ódio que se alastra junto ao conservadorismo à diversidade e a preocupação com a sua manutenção por meio de ações afirmativas e a previsão de direitos.

Aparentemente não há mais espaço para a empatia dentro da sociedade positiva, movimentos sociais são calados e a moral é exaltada, a ciência que um dia propôs a ruptura com o metafísico acaba sendo guiada pelo “homem de bem” e sacrificando muitos para que seus objetivos sejam alcançados. Será nessas conjunturas que se encontra o crescimento político, social e intelectual?
Victória Cosme Corrêa - 1º Ano Noturno.

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