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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Afinal, o que é "normal"?

Evolução, progresso, desenvolvimento. Estas são as noções dadas por Comte em sua ciência positivista. Segundo o pensador, o espírito humano passou por três etapas: a teológica, (que como o próprio prefixo “teo” sugere) buscava explicar fenômenos naturais baseando-se na crença em divindades. É como o mito grego de Perséfone explica as estações do ano ou as associações indígenas do Sol como um Deus. A metafísica serviria de ponte para a positiva, que seria o real estágio da inteligência humana.
A filosofia que até então considerava como verdade questões não comprovadas, baseando-se no misticismo, seria substituída pela física social, que trataria a sociologia como uma ciência, analisando com racionalidade a natureza humana. As ciências da natureza também sofreriam alteração pois, o importante seria categorizar os fenômenos de forma exata e invariável, descrevendo os acontecimentos, sem explicá-los. Pois, segundo Comte, esta explicação foge da capacidade do ser humano.
Ou seja, devia-se dizer, que quando uma folha se desprende da árvore, ela cai no chão. Ponto final, não há variáveis. Esta ideia é errônea e desconsidera diversos fatores que podem interferir na norma. O vento pode soprar esta folha para um rio, um animal pode comê-la antes dela se desprender. Enfim, são infinitas as possibilidades.
Esta paixão pela exatidão, invariabilidade e pela “norma” positivista influenciou movimentos como o conservadorismo, que se instalou na cultura em sociedade de diversos países. Ser conservador, avesso às mudanças e tudo o que foge do “normal” implica enquadrar como certo um específico comportamento e repugnar os contrários.
Criou-se como padrão que uma pessoa deve nascer, estudar, formar-se, casar e ter filhos. O conhecimento científico e exato forma pessoas que irão ser bem-sucedidas e lucrar. É por isso que um artista de rua ou alguém que luta por uma causa de forma voluntária é tido como “vagabundo” ou “desocupado”, pois tal pessoa realiza um ato que não tem uma conclusão certeira e invariável, ou uma explicação científica, ou muito menos vá gerar lucro financeiro. Nitidamente, este pensamento inflexível que procura moldar pessoas a um modelo único, gera preconceito, segregação, determinismo social e desconsidera a heterogeneidade e diversidade da essência do ser humano.

Yan Douglas Alves Teles - 1º ano Direito - Noturno

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