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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Planejamento de controle


    A ciência tem suas raízes mais longínquas na Grécia Antiga, mas só se define como a conhecemos a partir do século XIX, com influências realistas, materialistas e positivistas.
     A tradição positivista foi inaugurada por Augusto Comte e procura fazer uma distinção da ciência em detrimento das demais formas de conhecimento, com a religião, por exemplo. Sua principal diferença, segundo esta corrente, é que o conhecimento científico baseia-se em testes que permitem sua confirmação ou refutação.
  Depreende-se, dessa forma, que a ciência é o conhecimento que trata daquilo que é real, relacionando-se diretamente com o que é material. Caracterizada pelo realismo e materialismo, ela acredita que seus objetos de estudo não são fruto de visões de mundo específicas, mas sim que são próprios da realidade material, independentemente do sujeito que observa. Portanto, a ciência é neutra e exata.
  Todavia, a ciência não deve ser considerada um conhecimento neutro, muito pelo contrário, deve ser vista como um conhecimento profissionalizado e especializado, ou seja, feita por estudiosos que são profissionais contratados pelo Estado ou pelas empresas para realizar pesquisas específicas.
   Estado e empresas têm interesses, valores e visões de mundo que lhes são próprios, em que predomina o interesse pelo poder (político ou econômico) e do controle sobre a natureza. Assim sendo, mesmo que de início não tivesse essa pretensão, a ciência tornou-se um tipo de conhecimento utilitarista, voltada a serviço do poder estatal e do capital.
  Atualmente, vivemos num período que pode ser denominado de  técnico-científico-informacional, ou seja, técnica e ciência andam juntas e produzem informação para a manutenção do poder de quem as patrocina. Umas das principais características desse período, é que os sistemas técnicos que o compõem são preconcebidos e planejados pela ciência, diferentemente do passado, que surgiam das necessidades diárias de artesãos e agricultores na resolução imediata de seus problemas; dessa forma, na atualidade, há um acúmulo de informação cada vez maior, tornando o tratamento da informação uma necessidade fundamental no sistema econômico e social.
   Assim, seja na esfera pública, por meio do Estado, na profissional, pelas empresas, ou mesmo na pessoal, vivemos imersos em planejamentos criados por especialistas para guiar nossas ações. Desde o que e quanto estudar, até o volume de calorias a ser ingerido, passando pelos atos de lazer, nossa sociedade lança mão do planejamento para controlar a vida.

Douglas Victor de Oliveira 1º Direito - Noturno

            
             


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