Religião da Humanidade
Em sua obra, Auguste Comte defende que
o fator sobrenatural deve, gradativamente, ser extinto do meio social,
primando-se pelo conhecimento científico. Essa concepção parece ser contrária à
existência das religiões, porém o autor deixa claro que o homem possui uma
religiosidade natural, sendo esta uma tendência humana a se unir em torno de
uma ideia ou crença. Comte propõe deste modo, seu próprio culto, que não
depende de fatores sobrenaturais ou místicos, a Religião da Humanidade.
Essa nova ideia surge com a
prerrogativa de manter a unidade humana, sendo guiada pela razão e ressaltando
o espírito de fraternidade, possuindo como lema: "Amor por princípio,
ordem por base e progresso por fim". Há também a valorização do Espírito Positivo,
que de acordo com a nova religião é tudo aquilo que é real, útil, certo,
preciso, relativo, orgânico e simpático.
Vale destacar a forte presença
positivista no Brasil, que se manifesta principalmente no movimento
republicano, tendo este encerrado o Império, que controlava e barrava a
proliferação da ideologia positiva. Tal influência ecoou em território nacional
como em nenhum outro país, havendo também o desenvolvimento da religião
comtiana. Há, atualmente, em todo o mundo, apenas quatro Templos da Humanidade
(local onde se realiza o culto positivista), sendo que três destes se localizam
em território brasileiro, e o outro foi construído por brasileiros na França, revelando
a importância brasileira na questão. Deste modo, com o passar do tempo, essas
ideias de religião perdem cada vez mais força, e o culto, que nunca foi expressivo,
luta hoje contra sua extinção, sendo o Brasil sua principal chance se
sobrevivência.
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