Na trilha de Comte?
O Brasil atravessa um momento delicado no que tange ao equilíbrio
na dinâmica dos três poderes. O atual desequilíbrio a favor do Sistema judiciário
promove a chamada judicialização da política. Tal fenômeno faz com que questões
sobre medicamentos, reforma agrária, ritos parlamentares e até o afastamento de
presidentes de outros poderes sejam decididos pela Suprema Corte.
Essa delegação ao Judiciário de julgar questões tão polêmicas
é gerada pela falta de vontade do legislativo e executivo diante de pautas como:
aborto, eutanásia, armamento, sistema prisional. Pautas essas que fazem com
que a população acompanhe o cenário político nacional gerando ameaças nas
urnas.
Fazendo um paralelo entre a atualidade política brasileira e
a sociologia, pode-se dizer que o Brasil atingiu o que Auguste Comte definiu
como a segunda fase ( metafísica) da primeira parte (filosofia da história) de
sua teoria filosófica?
Segundo Comte, na esfera política, o espírito metafísico
corresponderia a uma substituição dos reis pelos juristas. Nesse sentido, assumindo
que no Brasil a figura do rei foi substituída pelos representantes eleitos por
veio do voto, e que esses representantes (mesmo que de maneira intencional)
transferem aos Juízes a responsabilidade de decidir não apenas sobre questões técnicas
jurídicas, mas também sobre temas eminentemente políticos, estaríamos nós na trilha
em busca da sociedade positivista idealizada por Comte? Aguardemos as cenas dos
próximos capítulos...
Luiz Felipe Fermoselli Andreotti- 1º ano Noturno
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