Existindo em uma sociedade pós moderna líquida de crise
de valores em diversos níveis, mundo que a séculos já não se pauta pelas
explicações teológicas e metafísicas, passamos através da era da
industrialização que caminha para um novo momento, um mundo pós industrial, com
o capital baseando-se não mais pelo objetivo de produzir maior quantidade em
menor tempo, mas lucrando agora com a venda da criatividade, da estética,
produtos imateriais e capital virtual. Juntamente com essas mudanças, temos um
repensar sobre os conceitos positivistas nesse novo mundo.
O
positivismo pregou a exaltação do saber científico sobre as outras formas de
conhecer o mundo, dizendo como fato que a humanidade caminharia para uma
sociedade industrial positivista em que os problemas que afligem os humanos
seriam derrotados pela ciência. Atendo-se a um ponto específico, vejo a questão
da definição de ordem, palavra
fundamental para Auguste Comte, fundador da filosofia positiva. O lema escrito
na bandeira do Brasil define a ideologia: ordem e progresso. Ordem que manteria
o progresso. Ordem que permitiria o progresso. Com o objetivo de melhorar a
vida humana e nos alçar a nosso máximo, uma sociedade deveria ser muito bem
ordenada para seu bom funcionamento.
Entre o
repensar sobre o positivismo, dito no início do texto, vejo necessidade do
repensar sobre a extrema ordenação das coisas. O mecanicismo do mundo me parece
ter retirado a organicidade das relações e do viver humano, onde tentar
racionalizar ao máximo seres complexos biológicos como a espécie humana me
parece um possível fator que está, discretamente, causando um período obscuro.
Desenvolveu-se industrialmente a cura para infecções, combate-se o câncer,
transplantam-se órgãos, e o que nos mata é a depressão. Fato é que algo está de
errado com as relações humanas para termos crescimento claro e significativo de
doenças psicológicas como depressão, pânico, bipolaridade e ansiedade, onde
trago como último debate, se isso não seria fruto do positivismo e de outras
ideologias que ignoram o lado humano, suas limitações e impulsos animais e
irracionais, prendendo os homens em uma forma de viver da qual ele não está
sendo capaz de suportar, refletindo, dramática e fortemente, em mentes
afligidas em um mundo onde todas as doenças físicas podem ser enfrentadas.
Daniel Chaves Mota – 1º Ano de Direito (noturno).
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