Vejo-a deitada.
Impotente, imutável, dolorosamente indiferente.
O tempo passa impiedosamente.
Aproximo-me, não recebo nada .
Não há movimento.
A mão que
me afagava: estática.
Os lábios que
me ensinavam: oclusos.
A mente que
me amava: escura.
Amor... qual
razão haveria nele?
Não há
sentido, ela está indo...
Aonde se
encontra a religião?
Lembro-me
dela nos lábios do padre: “Vontade de Deus”.
Expressão
regular, genérica em comparação à NOSSA trajetória.
Nada me
explica, não há apoio.
Não há
metafísico em mente.
Aonde se
encontra a ciência?
Lembro-me
dela nos lábios do médico: “Câncer”.
Palavra, ínfima
para a quantidade de lágrimas.
O lamento pinta
meu arredor de prantos.
Não há
perda na física social, há uma mera vítima da natureza.
Aonde se
encontra você?
Lembro-me
de nós: “Amo-te, mãe”
Não há mais
nada entre mim e ti.
Debocho dos
consolos
Não há razão
Ela desconhece
meu sofrimento.
Ela
desconhece o adeus a seu amor.
Não há simples,
não há complexo.
Não há referência.
Não há
LUCAS CORREA FAIM- DIREITO NOTURNO
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