O filme “O
ponto de mutação” apresenta três personagens distintos que debatem sobre as
questões políticas, sociais, físicas, culturais, econômicas entre outras que
cercam as relações humanas. No entanto, o filme foca principalmente no discurso
da personagem Sonia Hoffmann, uma física que defende mudanças urgentes em
diversos âmbitos como o político, o ambiental e o cientifico principalmente no
que se refere ao interesse econômico em volta dessas áreas. O desmatamento da
floresta amazônica para a criação de gado e a utilização da ciência para o
desenvolvimento militar são exemplos dos quais a crítica da personagem é
direcionada.
Mas o ponto
central da discussão entre as três personagens está na questão da visão
mecanicista que domina diversos aspectos da vida humana e também da natureza. É
feito uma analogia com relação a um relógio antigo, onde se questiona a
mecanização da vida e da natureza, como se verifica na fala de Sonia sobre a
natureza: “Você desmonta, reduz a um monte de peças simples e fáceis de
entender, analisa-as e ai passa a entender o todo”. Esse discurso é uma crítica
a delimitação da análise de um assunto sobre um único aspecto, ou seja, é
preciso ter uma visão global sobre a questão analisada e principalmente é
preciso buscar entender as conexões de um assunto com outro.
Essa ideia
do mundo como uma máquina perfeita está presente no pensamento cartesiano no
qual Sonia combate com o “pensamento ecológico”. No pensamento ecológico defende-se
uma visão cientificista sobre os aspectos da vida, propõe uma sociedade sustentável
que não diminui as possibilidades das próximas gerações.
No filme
tem-se constantemente a contraposição de ideias acerca dos mais variados
assuntos. Porém, o que se busca entender é se diversos aspectos políticos, econômicos,
sociais entre outros são válidos na realidade atual.
Júnior Henrique de Campos - 1º Direito noturno.
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