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domingo, 6 de abril de 2014

A Teoria Baconiana na Atualidade

Os trabalhos desenvolvidos por Francis Bacon e René Descartes representam divisores de águas na história das ciências e foram precursores da ideia de conhecimento científico como é concebido atualmente, desvinculado dos ideais religiosos, místicos e fantasiosos.
Em seu "Discurso sobre o Método", Descartes defende o aprendizado e o desenvolvimento do saber pautados no racionalismo. Já Bacon, ao escrever o "Novum Organum", critica o conhecimento obtido somente pelo uso da razão, afinal, para ele, o exercício da mente deveria ser regulado por mecanismos da experiência e a racionalidade só seria confiável se passível de comprovações empíricas ou retiradas da realidade. Além disso, o método baconiano inova ao introduzir uma finalidade útil às ciências, até então de caráter meramente contemplativo, que serviriam como principal instrumento de manipulação e de domínio do homem sobre a natureza.
Esse último aspecto da teoria de Bacon impulsionou o progresso tecnológico dos séculos seguintes, influenciando as mais diversas gerações e, ainda hoje, considerado um conceito atual. Porém, passada a empolgação das descobertas científicas e das revoluções industriais, é impossível olhar para os impactos sócio-ambientais causados por elas e não se perguntar se tudo isso realmente valeu a pena... Apesar de ter propiciado uma melhora significativa na qualidade de vida dos seres humanos, o avanço desenfreado e infinito no campo das ciências e a eterna luta contra a natureza causaram danos imensuráveis ao meio ambiente e, no mundo contemporâneo, servem muito mais aos fins bélicos e econômicos do que ao bem estar social.
Portanto, é necessário que haja, não uma ruptura, mas uma adequação de pensamentos e conceitos filosóficos, como os de Bacon, à realidade do século XXI, pois insistir no que um dia já foi certo e funcionou, mas que traz benefícios particulares e danos desmedidos nos dias atuais, pode significar o fim de recursos naturais e da própria humanidade. 

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