A percepção de mundo está em crise. Pelo menos tal fato afirmado no "O Ponto de Mutação". O filme retrata três personagens interessados em debater sobre diversos assuntos, indo da política à física quântica, da biologia à sociologia.
O mundo, na atualidade, é visto como um sonho cartesiano, o qual é tido como uma máquina, em que cada parte é analisada para poder ser entendido o todo. O filme faz uma crítica ferrenha a esse modo de análise. O mundo deve ser estudado de maneira completa, pois todas as áreas da vida humana são interdependentes; a frase "Enquanto continuar a ver as coisas nessa velha ótica patriarcal, cartesiana, newtoniana, deixará de ver como realmente o mundo é" aparece em uns dos diálogos e explicita isso.
A vida é apresentada como um padrão de probabilidade de interconexões, em que tudo pode ser calculado e previsto. E a essência da matéria está exatamente nessas conexões, que fazem com que o mundo passe por um processo vivo, de crescimento e desenvolvimento. O exemplo da interdependência é a árvore, um sistema vivo. A árvore não é apenas composta pelo seu exterior, como caule e folhas, mas também por seiva, insetos, bactérias, sombra, sobrevivência, etc.
O político, o poeta e a física acabam por tentar quebrar paradigmas através da percepção. Em suma, o filme de Bernt Capra - baseado na obra de Fritjof Capra - tenta criar reflexão; o ponto de mutação seria a passagem do antigo para a vida atual, a extensa renovação de pensamentos e ideias obsoletas.
Lygia Carniel D'Olivo - 1º Direito Diurno
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