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domingo, 6 de abril de 2014

Um Novo Instrumento para uma nova era

Francis Bacon (1562-1626) nasceu e viveu em um momento especial na Inglaterra: não só o país, como todo o continente europeu, passava uma transformação expressiva da Idade Média para a Moderna e do catolicismo para o protestantismo. Com isso, inspirado nas mudanças políticas e religiosas que ocorriam, Bacon sentiu a necessidade de adaptar, também, a ciência para os novos valores que vinham se consolidando. Assim, no ano de 1620, escreve sua obra-prima, Novum Organum (em tradução livre, Novo Instrumento), em uma clara contraposição à obra aristotélica, Organon.
Novum Organum surge como uma alternativa para toda uma era e logo se consolida como o trabalho inaugural da ciência moderna, uma vez que o autor objetivava o poder e o domínio humano sobre a natureza. Para tal, Bacon afirmava que o conhecimento era o instrumento essencial, mas que era necessário desvinculá-lo dos métodos teológicos e das filosofias metafísicas que, por se apresentarem na forma dedutiva, ou seja, partirem de verdades universais pré-estabelecidas pelos "ídolos", desvirtuavam o progresso tanto da ciência como da humanidade. Dessa forma, indica um método novo, o qual tem como bases o empirismo e a indução e que propõe que se parta de fatos particulares para que seja possível atingir uma conclusão geral. Consequentemente, Bacon constrói os pilares da ciência experimental ao colocar a necessidade de se provar teorias a partir de seus resultados, fazendo da experimentação a base da sua teoria, sem se despir inteiramente da razão, e, assim, abre as portas para o avanço técnico típico da sua época.

Sofia Lopes Andrade - Noturno

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