O
fascismo é uma forma de regime político extremista do estado
capitalista de ordem contrarrevolucionária, cujo cerne se deu pelas
contradições da Primeira Guerra Mundial e o combate à movimentos que se
assemelhariam à Revolução Russa de 1917. Desse modo, a origem do
fascismo com Benito Mussolini na Itália derivou do confronto ao
“contágio vermelho” emergente na Europa na primeira metade do século XX
no contexto da crise de produção do capitalismo. Após os longos anos de
crimes contra a humanidade cometidos por esses regimes, medidas de
organizações internacionais foram tomadas para que a disseminação de
discursos de ódio, violação da dignidade humana dentre outros aspectos
fascistas não se repitam. Entretanto, a contemporaneidade no contexto
de neoliberalismo retomou alguns discursos de regimes fascistas,
considerando-os comuns e tomando interesses socioeconômicos sobrepostos à
dignidade humana. Desse modo, o neofascismo emergente demonstra pontos
semelhantes aos regimes anteriores – como discursos de ódio e
antidemocráticos - mas que, simultaneamente, apresenta também algumas
divergências, tais como a ausência de “ameaça do avanço comunista”,
denotando uma democracia burguesa deteriorada e em crise, movida pelo
discurso superficialmente crítico que busca superar uma crise política e
econômica para satisfazer seus desejos de capital.
Mediante a esses contextos, o filósofo frankfurtiano Theodor W. Adorno em sua obra
“A Personalidade Autoritária” (1950) defendeu que a sociedade fascista possui
características próprias e que derivam de comportamentos individuais.
Tais comportamentos podem ser observados através do individualismo, em
que indivíduos são interpretados como unidades independentes, com
tendências narcísicas e,
ademais, esta sociedade busca e se espelha em discursos individualistas
de um líder que preza exclusivamente por prazeres individuais. A visão individualista descende da perspectiva mecanista, em que esta ignora a
amplitude dos sistemas de uma sociedade em seus problemas e situações
diversas. Visto essa situação, tal visão permanece na civilização,
fazendo com que instituições do sistema econômico vigente ignore os
fatores que geram crises e, em casos de estagnação corporativa,
lideranças e populações começam a disseminar discursos de anseios
particulares para amparar a instabilidade política e econômica. Analogamente, nota-se essa problemática do mecanismo no filme “O Ponto de Mutação”, baseado na obra literária de Fritjof Capra publicada em 1982, em que os protagonistas - um político, um poeta e uma cientista - se
encontram em uma discussão filosófica sobre a mecanização do mundo e o
afastamento do ser humano da natureza. Sendo assim, a cientista critica
o cartesianismo no sentido de que, neste método, o mundo é visto como
uma máquina, em que os problemas são individualizados ao invés de serem
vistos como um grande sistema. Logo, a problemática da ausência de
sistematização social gera expressões egocêntricas, que podem
também gerar expressões fascistas de acordo com as características
apresentadas. Além disso, em meio à essas críticas, aborda-se que as
ações individuais sempre interferem na vida dos demais, podendo assim
interpretar que decisões tomadas por líderes políticos ou por cidadãos
comuns podem interferir não só na sociedade vigente, mas em gerações
futuras. Ao fim da obra, o político compreende a visão sistemática da
cientista ao perceber que seres humanos em sociedade devem estabelecer
uma interdependência entre si, uma vez que a natureza se comporta dessa
maneira. Desse modo, uma sociedade afastada da mecanização do mundo, do
individualismo e do próprio fascismo se comporta de modo que as relações
humanas são interdependentes.
Giovana Silva Francisco, 1º ano - Direito - Noturno
Giovana Silva Francisco, 1º ano - Direito - Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário