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terça-feira, 2 de abril de 2019

Crises institucionais e seus reflexos

 Ponto de mutação (baseado no livro de Fritjof Capra, publicado em 1983) é um filme protagonizado por uma discussão sobre percepções e questionamentos ideológicos ambientado em um castelo medieval. Na trama um político e um escritor encontram-se com uma cientista que questiona a maneira qual a classe política percebe o mundo, criticando a visão Cartesiana. Tal visão que é o grande embate da produção científica segundo a cientista logo que gera a mecanização da percepção do mundo pela sociedade.
Transgredindo tal filosofia cientista defende ao politico que o pensamento, a produção de conhecimento deve ser feita de forma holística pois entender os fatores conjuntamente é maneira exacerbada eficaz comparada a maneira que Bacon e Descartes defendem. Como um relógio, não deve-se analisar peça a peça, pois uma peça que não funciona será trocada, logo deve se avaliar a relacre entre todos os componentes e suas relações, enteder os fatores que influenciam o mal funcionamento. 
Ao que argumenta, a cientista define que tal pensamento mecanicista ajudou a sociedade, mas deve ficar ao passado, pois não nos serve mais. A política é uma amostra desse pensamento mecanicista. Definimos o que não funciona, mas não extinguimos os fatores que os levaram, logo o problema ocorrerá novamente.
 As crises nas instituições, econômicas e políticas geram descrenças na população que acaba por buscar alternativas para tal. Com os discursos de ódio em comum á maneira a qual categoriza o outro como inimigo, dentre essas crises surge o fascismo. O povo acaba submetido a condições totalitárias sob o discurso que resolver-se-á todas as questões, sob lideranças com discursos xenófobos, racistas a autoritários.
 A sua nova forma, o neofascismo, utiliza de um novo formato porém ainda mantém características nucleares, como a não admissão a presença e a participação do “outro”, podendo, no limite, fazer uso de violência paramilitar. Tem como um dos seus principais aliados os sentimentos de “raiva”, “medo” e “insegurança”. E apresenta soluções simplórias para problemas complexos, soluções compatíveis com o senso comum e a diminuta capacidade intelectual de seus militantes e potenciais apoiadores, movidos fundamentalmente por emoções. No Brasil, ainda possui fundamentação religiosa e apoia-se no neoliberalismo, distoando de políticas públicas inclusivas e demostrando uma nova roupa ao velho pensamento. 

Guilherme Ferreira - Noturno

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