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terça-feira, 2 de abril de 2019

Eu sempre quis ser poeta 

Eu sempre quis ser poeta, mas nunca tive o dom 
por que para ser poeta eu precisaria saber rimar  
e o que rima com Fascismo? 
...... Totalitarismo? 
Para fazer poesia eu precisaria ser  
e para ser eu precisaria pensar 
mas se eu penso, logo eu existo?  
Para fazer poesia eu precisaria olhar  
mas como se meus pensamentos estão imersos em ideologias vazias  
Como eu, cheio de Ídolos e distante da Verdade  
Posso ousar falar e calar a voz de quem oprime?  
E reprime a quem não segue as vontades de quem manda 
Como eu, mitigada na visão mecanista do mundo 
onde tudo é exclusivo de tudo 
posso olhar tudo como um todo  
e perceber que só se combate o fascismo 
dando a quem dele vive o que dele não se tem
Voz.  
Voz critica, voz educada.  
Como falar de voz para quem se acomodou a informações prontas 
A WhatsApp mentirosos e a Presidentes medíocres. 
Como falar de voz para quem não tem o que comer  
muito menos acesso a educação.  
como te fazer acreditar, humilde leitor,  
no poder da educação em mudar o mundo?  
Mas como eu faço para você ver que submeter suas vontades a um Líder hostil e carismático 
Não é a solução. 
como eu faço para você sair do senso comum e perceber 
Finalmente
que a solução do mundo 
começa por você? 
Esse breve poema visa exemplificar a relação entre fascismo, o filme " Ponto de mutação" e como a educação pode ser uma arma contra tudo que é imposto. O filme discute duas vertentes do pensamento, a mecanicista e a sistêmica. Na visão mecanicista, é criticado como a política se calca em olhar o todo em diversas partes. Já a visão sistêmica admite que as partes devem ser olhadas como um todo. O modelo de sociedade constituído pelo fascismo se assemelha as explicações físicas do modelo atômico que a personagem Sônia faz: uma esfera maciça, indestrutível. Dessa concepção se tem a sociedade como massa, submetida a um líder nacionalista. A ciência seria, portanto, uma forma de se contrapor a esses tipos de pensamento, sendo a educação a base para se construir uma sociedade crítica. 
 Maria Júlia Fontes Fávero Direito diurno

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