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terça-feira, 2 de abril de 2019

O pensamento ecológico como combate ao fascismo

René Descartes, filósofo e matemático do século XVII, foi o primeiro a enxergar o mundo a partir de uma visão mecanicista, como se a natureza fosse uma máquina e cada um tivesse um papel para que ela funcionasse. Em decorrência disso, provocou-se uma ruptura revolucionária com a Igreja, pois, segundo ele, o pensamento religioso não era necessário para compreender o funcionamento do mundo. 
Nesse prisma, no filme "Ponto de Mutação", de Bernt Capra, a personagem Sônia propõe uma reflexão acerca do pensamento cartesiano aplicado na atualidade. Para ela, os principais problemas do século XX, como a destruição da Amazônia, as desigualdades entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos ou emergentes, etc., são todos decorrentes de uma mesma crise, que ela chama de crise de percepção, causada pelo individualismo que as pessoas adotam entre si para com os eventos do mundo. Ainda nesse sentido, é necessário ressaltar que a visão de mundo mecanicista favorece esse caráter individualista da sociedade, ao visualizar tudo de forma fragmentada e isolada.
Ademais, no filme, Sônia destaca, ainda, que o pensamento cartesiano não só não funciona mais atualmente, como também é prejudicial à sociedade. Isso ocorre pois uma visão fragmentada da realidade proporciona o surgimento de movimentos fascistas, que se caracterizam por um grupo de pessoas com problemas de caráter individualista que se unem para seguir um líder que parece ter a solução para todos os conflitos dos indivíduos.
Assim, a personagem propõe enxergar o mundo por meio do pensamento ecológico, que seria tratar os eventos e as relações interpessoais como elementos que se complementam e descrevem a realidade, não como fatores separados determinantes do todo. Dessa forma, a ciência pode ser utilizada como forma de combate ao fascismo.

Giovanna Marques Guimarães - 1º ano - Direito (matutino)

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