O filme “O Ponto de Mutação” de Bernt Capra coloca em pauta
duas visões de mundo, uma mecanicista, defendida por Francis Bacon e René
Descartes, e outra sistêmica. A primeira, apresenta métodos científicos como
forma de buscar a verdade, porém, ainda que tais pesquisas fossem eficientes,
muitas vezes, não apresentavam resultados efetivos no âmbito de como resolver
as problemáticas. Faltava à essa corrente entender que os problemas não são individuais,
mas sim parte de um conjunto que também passa por problemas. Já a visão sistêmica,
apoiada pela personagem Sônia do filme, entende que é necessário analisar o
mundo como um todo para entender o que está por trás da adversidade, e desta
forma conseguir uma solução concreta.
Atualmente, no Brasil e no mundo, passamos por um período onde
ideias de extrema direita voltaram à tona. Isso fica evidente ao analisarmos
alguns acontecimentos recentes como em Chemnitz, na Alemanha, onde neonazistas
mostram nas ruas seu ódio contra os imigrantes. No Brasil, louvam a tortura e o
“cidadão de bem”, elegem aquele que daria um jeito à “corja” responsável pelos
males do país: LGBTs, comunistas,
mulheres, negros e indígenas.
É possível se estabelecer um paralelo entre o filme e a realidade
mundial atual, pois, para entendermos o fenômeno político que está acontecendo nesse
momento, é necessário que olhemos para este como um todo, assim como a personagem
defende no filme. Tudo isso é parte de um conjunto de problemas que atuam simultaneamente
na sociedade contemporânea, problemas de cunho econômico, político e cultural. É
de suma importância que entendamos os motivos que levaram à essa realidade e
que busquemos soluções concretas de como resolver tais problemáticas.
Camilla e Silva Garcia da Rocha - Direito Noturno - 1º ANO
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