A
evolução do pensamento cientifico tomou vários rumos ao longo da história, e as
contribuições de Descartes engendrou rumos importantes tanto nas ciências exatas
quanto nas humanas. O discurso do método fundamentou e fundamenta os mecanismos
de pesquisa. O uso do plano Cartesiano e o uso racional de um método para tomada
de conclusões fazem parte das contribuições de René. Apesar de fundamental, o
viés mecanicista de sua obra e de seus sucessores fomentou uma característica racionalista
no desenvolvimento social, principalmente nos séculos XIV e XX. O positivismo é
um reflexo disso, a objetivação do pensamento humano fez com que ideais
desenvolvimentistas se espalhassem pelo mundo. O Arianismo e o Darwinismo social
são correntes que para muitos e por muito tempo significava o maior avanço do
campo cientifico, e que posterior a segunda guerra, foram deflagradas suas consequências
nefastas para a humanidade.
Em confluência
a esse fato, a ascensão fascista no entre guerras evidencia mais um fator da problemática
no pensamento mecanicista no campo social. A figura de um líder autoritário e nacionalista,
rumo ao desenvolvimento à punho firme e mãos serradas se repetiu em diversos
países do globo. O fascismo alemão com Hitler durante a segunda guerra demonstrou
quanto o pensamento individualista pode destruir a sociedade, o Holocausto e a
expansão territorial armada é prova disso.
O uso da bomba
nuclear foi a mais forte comprovação do caráter destrutivo do ser humano. As
teorias de Descartes, o desenvolvimento da tecnologia nuclear ou os
experimentos quânticos de Sônia no filme “Ponto de mutação”, mostram que apesar
da boa intenção humanitária dos criadores, a entrelaçada rede de poderes políticos
é corrompida pelo individualismo do pensamento mecanicista, nenhum pensamento
humano terá efetividade se não passar pelos filtros das diretrizes capitalistas.
Marcelo de Meirelles - Direito noturno
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