Revolução Educacional e a proposição de uma “nova
ciência”
Ao me deparar, esta
semana, em um site, com ampla gama de acessos dos mais variados extratos
sociais, com a manchete que o presidente eleito no pleito de 2018, havia
nomeado um militar para a secretaria executiva do MEC, e confesso fiquei
assustado. Qual seria a formação acadêmica de tal militar para assumir cargo de
tamanha importância?
Pode ser que talvez essa
crônica cotidiana perdure por alguns anos, se assim o for, alegria de quem a
lerá, gostaria de deixar aqui registrado o que penso, pois a leitura de tantas
asneiras nos leva a pensar, o que estamos fazendo com o conhecimento produzido
por homens de grande saber que vieram antes de nós?
E a resposta a qual
consigo chegar é a de que deixamos de nos importar com as pequenas coisas, com
as idiotias poucas. Isso, agora vejo, foi um erro. Deixamos que se
manifestassem, que se propagassem, deixamos que esse pensamento pequeno se
desenvolvesse, enfim, somos culpados pelo vírus do retrocesso que se apresenta
em nossa sociedade.
Estivemos ocupados,
reproduzindo os sistemas fragmentados de conhecimento baseados no sistema
cartesiano, onde busca-se chegar ao mais indivisível do conhecimento, ao invés
de nos aproximarmos das pessoas, tentar compreender seus anseios, propor
alternativas, tornar nosso conhecimento palatável, pois é ai que erramos, nós
enquanto animais políticos nos perdemos nas especificidades cartesianas ao
invés de criarmos, segundo o filme Ponto de Mutação, de Bernt Capra, baseado na
obra homônima de seu irmão, o físico, Fritjof Capra, um pensamento sistêmico.
Pois, acredito, que será
somente quando a universidade, produtora de conhecimento por excelência, romper
com a produção de conhecimento como temos, baseada no sistema cartesiano, engessada,
voltada para satisfazer somente a vontade egocêntrica de alunos e professores,
e passar a se aproximar de maneira real da sociedade, tornar o conhecimento
popular, somente ai é que não mais seremos considerados como inimigos pelos
espectros fascistas que se alimentam e se fortalecem em um solo fértil de uma
sociedade que se ilustra e forma sua consciência coletiva a partir de meios de
comunicação dominados pelo capital financeiro, que não quer uma sociedade
pensante.
Para nos defender destes
movimentos que surgem, que carregam em sua gênese inúmeros aspectos fascistas,
devemos propor uma nova forma de educação, realmente voltada para o século em
que vivemos e para o futuro, talvez a busca de um conhecimento sistêmico como o
proposto pelo físico Capra, que defende uma formula de construção do saber de
forma interligada, conectada, seja uma solução.
Resta ao tempo nos
mostrar como será.
Cassiano Mendes Cintra Direito Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário